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13 DE JANEIRO DE 2017

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Era laico, republicano e socialista e, ao mesmo tempo, presidiu à Comissão da Liberdade Religiosa, porque

sempre entendeu o pluralismo como um valor maior.

O seu exemplo de tolerância ajudou o País a unir-se e a reconciliar-se consigo mesmo, depois das tensões

próprias de uma ditadura longa e do período revolucionário que se lhe seguiu.

Se hoje Portugal se distingue na Europa e no mundo pelo seu grau de coesão nacional muito o deve ao

contributo liderante de Mário Soares.

O sentimento de perda é, assim, acompanhado por um sentimento de gratidão eterna.

Reunida em sessão plenária, a Assembleia da República assinala com tristeza o seu falecimento,

transmitindo aos filhos, Isabel Soares e João Soares, Deputado à Assembleia da República, à sua família e a

todo o Partido Socialista o mais sentido pesar.

Palácio de São Bento, 11 de janeiro de 2017.

Autores: Eduardo Ferro Rodrigues (PS) — José de Matos Correia (PSD) — Jorge Lacão (PS) — José Manuel

Pureza (BE) — Teresa Caeiro (CDS-PP) — Idália Salvador Serrão (PS) — Diogo Leão (PS) — Sandra

Pontedeira (PS) — Emília Santos (PSD) — Pedro Alves (PSD) — Duarte Pacheco (PSD) — António Carlos

Monteiro (CDS-PP) — Moisés Ferreira (BE).

________

VOTO N.º 195/XIII (2.ª)

DE PESAR PELO FALECIMENTO DO PROFESSOR DANIEL SERRÃO

A morte do Professor Daniel Serrão, no passado dia 8 de janeiro, é uma notícia triste, mas que nos convoca

para a grandeza da vida deste médico e para o seu legado — um mestre que levou a ética às fronteiras da vida

e aos limites da ciência médica.

Nascido em Vila Real, em 1928, licenciou-se em Medicina na sua Faculdade de Medicina da Universidade

do Porto, tendo sido doutorado em 1959. Professor Catedrático de Anatomia Patológica jubilou-se em 1998,

sendo uma referência da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto.

Após o seu saneamento em 1974, anulado um ano depois pelo Conselho da Revolução, montou e dirigiu um

Laboratório de Anatomia Patológica. Exerceu funções na Ordem dos Médicos, no Senado Universitário, no

Comité Internacional de Bioética da UNESCO, no Comité Diretor de Bioética do Conselho da Europa, em

representação de Portugal, na Comissão de Fomento da Investigação em Cuidados de Saúde, do Ministério da

Saúde, entre muitos outros.

Foi membro do Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida e da Academia Pontifícia para a Vida,

por convite de João Paulo II.

Daniel Serrão discutia e estudou a vida como humanista, filósofo e cientista com uma visão global, sem

barreiras, sobre tudo o que é humano, seja pelo percurso da ciência, ou pelo seu caminho de Fé, entre a natureza

e a transcendência dedicou-se ao outro, ou seja, a todos.

A ética, dizia, é a capacidade de conhecer o mundo, transformando o conhecimento em valores e com eles

orientar as decisões livres e conscientes.

A Assembleia da República, reunida em plenário, endereça sentidas condolências à família do Professor

Daniel Serrão, aos amigos, colegas e discípulos, com admiração pela sua vida e pela sua obra.

Palácio de S. Bento, 11 de janeiro de 2017.

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