O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

9 DE JUNHO DE 2017

5

VOTO N.º 329/XIII (2.ª)

DE PESAR PELO FALECIMENTO DE JACK O`NEIL

No passado dia 2 de junho faleceu, aos 94 anos, na sua casa em Santa Cruz, na Califórnia, Jack O’Neill,

fundador da marca O’Neill e uma referência mundial no surf.

Cresceu no sul da Califórnia e começou a fazer bodysurf aos sete anos de idade. Já em São Francisco,

trabalhou como pescador, entre outras atividades. Sempre que podia, refugiava-se no mar. Deparando-se com

o mar frio do norte da Califórnia, experimentou diversos materiais para construir um fato que lhe permitisse

enfrentar as baixas temperaturas da água, e acabou por criar o primeiro fato de neoprene, permitindo a todos

os surfistas desfrutar das ondas nos tempos mais frios e revolucionando, assim, a prática da modalidade.

Nos últimos anos, o surfista dedicava-se a causas ambientais, designadamente à proteção da costa

californiana.

Jack O'Neill amava a natureza, o mar. Empenhou-se na salvaguarda do grande tubarão branco, ameaçado

de extinção, e criou com o filho Tim, em 1996, a O'Neill Sea Odyssey, uma organização de educação marinha

e ambiental.

Num momento em que vivemos a era da voracidade inconsciente e orientada para o lucro e crescimento a

qualquer custo, honramos a vida de um cidadão que olhava o mar não como um mero recurso para rentabilizar

mas pelo seu valor intrínseco e que usava como podia a sua influência para a proteção e conservação do mar

e dos recursos marinhos.

Num momento em que legislamos e planeamos o insustentável e em que o modelo económico do

extrativismo se estende aos mares e oceanos através da exploração de hidrocarbonetos, da extração mineira,

da pesca industrial, que extermina espécies e reservas marinhas, ou da aquacultura, uma das indústrias de

pesca mais destrutivas do mundo, agradecemos o contributo que Jack O’Neill nos deixa, pelo exemplo de

simplicidade e de uma vida vivida pelo respeito profundo pela natureza, que o tornou neste lendário

empreendedor.

É, pois, com profunda tristeza que a Assembleia da República, reunida em sessão plenária, assinala o seu

falecimento, transmitindo à sua família, aos amigos, ao mundo do surf e a todos os que defendem o planeta o

mais sentido pesar.

Assembleia da República, 8 de Junho de 2017.

O Deputado do PAN, André Silva.

________

VOTO N.º 330/XIII (2.ª)

DE CONDENAÇÃO PELO ANÚNCIO FORMAL DA SAÍDA DOS EUA DO ACORDO CLIMÁTICO DE

PARIS

No passado dia 1 de junho, a presidência norte-americana anunciou à comunidade internacional, pela voz

do Presidente Donald Trump, que o país se retiraria do Acordo de Paris, pois, segundo este, é seu «dever de

proteger a América». Este ato de cegueira ideológica, que contraria a larga maioria da comunidade científica e

o consenso político internacional em torno da matéria, tem por base uma eventual renegociação do Acordo de

modo a satisfazer as necessidades da economia norte-americana.

Ao contrário do que é defendido retoricamente, a economia norte-americana não se revigorará nem com

aposta no setor da indústria militar, altamente poluente e consumidor de recursos, nem com a comercialização

de armamento a países terceiros, como se viu pelo acordo de armamento assinado com a Arábia Saudita no

recente périplo do presidente pelo Médio Oriente, muito menos pela aposta na indústria petrolífera, com a

possibilidade de expansão da prospeção de hidrocarbonetos no Ártico e com a continuidade de projetos

Páginas Relacionadas
Página 0006:
II SÉRIE-B — NÚMERO 50 6 altamente poluentes e em choque com os direi
Pág.Página 6