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II SÉRIE-B — NÚMERO 59

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O seu nome primitivo era «De Sancto Bartolomeu de Villa d’Atam», como consta nas Inquisições de 1220.

Nas de 1258 "Santi Bartolomei de Vila d’Atom". Nos censos de 1527 é designada como São Bartolomeu das

Marinhas (por se encontrar perto do mar) e a partir de 1549 até 2013 Mar (S. Bartolomeu).

S. Bartolomeu do Mar integra o concelho de Esposende desde a sua constituição por Carta Régia de 19 de

agosto de 1572, sendo desde logo o seu limite norte.

Belinho pertencia ao concelho de Barcelos e só muito mais tarde passou a integrar o concelho de Esposende.

O seu brasão é composto por um escudo de prata, ondeado de verde, com pira de ouro, carregada de um

galo negro, ousado, bicado, cristado, barbelado e membrado de vermelho, e, em ponta, de um livro de prata

aberto, encadernado de vermelho, tendo brocante uma faca de vermelho encabada de negro e posta em barra.

Coroa mural de prata de três torres. Listel branco com a legenda a negro em maiúsculas: «MAR-ESPOSENDE».2

O brasão da freguesia de Mar, já por si só evoca toda a identidade única de um povo. O seu orago é S.

Bartolomeu que exibe um livro e uma faca representados no brasão, a galinha preta alude à Romaria que todos

os anos se realiza nesta freguesia a 24 de agosto, as ondas verdes e prata caracterizam o mar e as atividades

da freguesia a ele ligadas, incluindo o banho santo.

2) A Romaria de S. Bartolomeu do Mar é candidata a Património Cultural Imaterial

«A riqueza e variedade de rituais presentes na romaria de S. Bartolomeu do Mar introduzem-nos

num complexo património imaterial. Ao estudarem-se as suas manifestações, sobressaem os

sentidos de sacrifício da comunidade e dos romeiros, que buscam, nos rituais do galo preto e do

banho santo, a exorcização do mal e a pureza inicial. Entre as forças do mal e a força da água, o

corpo disponibiliza-se ao bem e à cura, na procura da resolução dos problemas que afligem os

romeiros.»3

«A Romaria de São Bartolomeu do Mar é uma festividade religiosa, com seu dia principal de

rituais no dia 24 de agosto que, juntamente com as celebrações religiosas de uma festividade cristã, usuais na

região do Minho, com missas, procissão com andores floridos e figurado religioso, e eventos performativos de

lazer e arte, feiras, concertos ao vivo, de diferentes expressões musicais, e se carateriza por dois rituais que lhe

são muito específicos: a promessa do galo preto e o banho santo.

Viver a romaria de São Bartolomeu do Mar é inserir-se no tempo excecional da festa e integrar-se numa das

festividades com mais tradição na região.

Ir à Romaria de São Bartolomeu do Mar apresenta-se como uma experiência repetida anualmente, marcando

assim o ciclo anual festivo dos romeiros, onde se destacam os rituais aí celebrados, em que a praia e o mar

ocupam lugar de diferenciação.

À festa e Romaria se acrescenta, assim, uma procura particular de renovação e cura, expressa no

cumprimento da promessa do galo preto e do 'Banho Santo'. Mas a ida repetida à romaria, cada ano, funciona

como o renovar da promessa e a certeza de que o mundo se mantém na excecionalidade destes rituais, que se

praticam e se presenciam, sendo muito distintos dos que se realizam noutros santuários e festividades, tão

abundantes na região.

As promessas são, na sua maior parte, destinadas à proteção e cura de crianças, referindo-se as doenças

da 'gota' (epilepsia), do medo, da mudez e da gaguez, como as mais recorrentes. Prevalecem na romaria os

sentidos da promessa e da comensalidade, vividos em família; a proteção da criança e do seu futuro; a profunda

ligação à natureza; a evidência e a relação do corpo com a água, como fonte da vida. Para além disso, juntar a

romaria religiosa, os rituais da promessa cumprida e do 'Banho Santo' à experiência de um dia de praia, é

oportunidade para celebrar um profundo corte com o quotidiano, marcado pela distância espacial e social destas

vivências.

O lugar do corpo, tão marcado por tabus nesta cultura tradicional, assume aqui um lugar particular, seja pela

exibição no Largo e na Avenida da Praia do corpo 'monstruoso', marcado pela doença, como ligado a rituais de

lavagem e purificação, no desejo do corpo normal e sadio e na busca da pureza ritual. A emergência da cultura

balnear veio alterar em parte estes sentidos, assim como as alterações do espaço da praia, com a erosão

costeira e risco de perda do areal.

2 (Diário da República, III Série, n.º 169, de 24/07/1997). 3 Revista MEMORIAMEDIA2. Art,1.2017 ISSN 2183-37531 S Bartolomeu do Mar: um Banho Santo Álvaro Campelo e Rui Cavalheiro)

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