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II SÉRIE-B — NÚMERO 3

4

Helena Almeida, filha do escultor Leopoldo de Almeida, nasceu em Lisboa em 1934, tendo concluído o

curso de pintura na Escola Superior de Belas Artes no ano de 1955.

Com o nascimento dos filhos, Helena Almeida adia por alguns anos o desenvolvimento da sua obra,

exposta pela primeira vez em Lisboa em 1967, depois de uma passagem por Paris onde esteve como bolseira.

O reconhecimento nacional e internacional é ainda mais tardio, embora já inegável na viragem do século.

É na fotografia e na reflexão sobre si própria e sobre o trabalho artístico que Helena Almeida encontra um

lugar único e complexo, estando hoje presente em coleções tão relevantes como a da Gulbenkian, da Tate

Modern ou do Museu Reina Sofia.

Quebrando as fronteiras entre o desenho, a pintura, o vídeo, a fotografia e a arte performativa, Helena

Almeida rompeu as convenções com o seu trabalho, revestiu-se com uma tela e construiu-se numa obra

verdadeiramente pessoal e original.

Das grandes exposições em Portugal, destacam-se Pés no chão, cabeça no Céu, no Centro Cultural de

Belém, em 2004, ou mais recentemente a retrospetiva feita em Serralves, que passou também pelo Jeux de

Paume, em Paris, e pelo Wiels, em Bruxelas.

O título desta retrospetiva resume muito bem a originalidade, a força e o sentido do seu trabalho: A minha

obra é o meu corpo, o meu corpo é a minha obra.

Trata-se sem dúvida de um grande nome da arte contemporânea nacional e internacional.

Reunidos em sessão plenária, os Deputados à Assembleia da República reconhecem, assim, o percurso

de Helena Almeida no contexto da cultura portuguesa e transmitem à sua família e amigos as mais profundas

condolências pelo seu desaparecimento.

Palácio de São Bento, 28 de setembro de 2018.

O Presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues.

Outros subscritores: Wanda Guimarães (PS) — Sofia Araújo (PS) — Lúcia Araújo Silva (PS) — Carla

Tavares (PS) — Francisco Rocha (PS) — José Rui Cruz (PS) — Carla Sousa (PS) — Palmira Maciel (PS) —

José Manuel Carpinteira (PS) — Santinho Pacheco (PS) — Edite Estrela (PS) — Lucinda Fonseca (PS) —

Isabel Santos (PS) — Marisabel Moutela (PS) — Maria da Luz Rosinha (PS) — Ana Passos (PS) — Vitalino

Canas (PS).

———

VOTO N.º 630/XIII/4.ª

DE PESAR PELO FALECIMENTO DE FERNANDO FERNANDES

Foi com profundo pesar que a Assembleia da República tomou conhecimento do falecimento do histórico

livreiro Fernando Fernandes.

Nascido em Espinho, à data de 25 de janeiro de 1934, Fernando de Lima Pinho Fernandes fundou, em

1958, na cidade do Porto, com José Augusto Seabra, Carlos Porto e Vítor Alegria, a livraria e galeria

Divulgação, que rapidamente se tornou um espaço de exposição e divulgação para trabalhos de jovens

artistas contemporâneos da época.

Uma década mais tarde, em 1968, fundou a livraria Leitura, espaço que durante anos, mais do que lugar

para livros, foi lugar de resistência contra a ditadura, comercializando livros proibidos pela censura. Numa

época de repressão constante, à livraria de Fernando Fernandes chegavam centenas de livros importados,

criando por isso um espaço que serviu de casa para o pensamento e permitindo que se encontrasse, naquele

lugar, o que durante anos não se pôde ler.

A Leitura tornou-se numa das mais emblemáticas livrarias do Porto, adquirindo um significado cultural

inestimável no plano local, regional e nacional. Destacou-se pelo vasto catálogo de mais de 120 000

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