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II SÉRIE-B — NÚMERO 21

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Após um percurso enquanto professora do ensino secundário, chega aos Açores em 1995 para lecionar na

Universidade dos Açores. Anos mais tarde assume a direção do Centro Comunitário de Apoio ao Imigrante da

Cresaçor.

Em 1998 foi um dos rostos principais, na Região Autónoma dos Açores, da luta pela despenalização da

interrupção voluntária da gravidez, no referendo desse mesmo ano. Na altura, foi perseguida, tendo mesmo

sido brutalmente agredida, numa noite à porta de sua casa. Tal, no entanto, não a remeteu ao silêncio, nem a

impediu de continuar a sua luta.

No Bloco de Esquerda foi Coordenadora da Comissão Regional, integrou a Mesa Nacional e a Comissão

Política. Autonomista convicta, defendia que a autonomia constitucional açoriana é uma «filha dileta da

democracia» e sempre lutou pelo seu aprofundamento.

Foi a primeira Deputada eleita pelo Partido para a Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores,

onde foi parlamentar durante três mandatos. Terminou a sua última intervenção no Parlamento açoriano com

uma frase que resume a sua forma de estar na vida: «Não há nada que dê mais colorido e força à vida do que

lutar por uma sociedade mais digna, mais democrática, mais humana, mais tolerante, mais decente, e

sobretudo, no fim, por uma sociedade e por uma terra sem amos».

A Assembleia da República, reunida em sessão plenária, expressa o seu pesar pelo falecimento de Zuraida

Soares e exprime aos seus familiares e amigos e ao Bloco de Esquerda o seu sentido pesar.

Assembleia da República, 12 de fevereiro de 2020.

As Deputadas e os Deputados do BE: Pedro Filipe Soares — José Manuel Pureza — Mariana Mortágua —

Jorge Costa — Alexandra Vieira — Beatriz Gomes Dias — Fabíola Cardoso — Isabel Pires — Joana Mortágua

— João Vasconcelos — José Maria Cardoso — José Moura Soeiro — Luís Monteiro — Maria Manuel Rola —

Moisés Ferreira — Nelson Peralta — Ricardo Vicente — Sandra Cunha — Catarina Martins.

Outro subscritor: João Azevedo Castro (PS).

———

VOTO N.º 176/XIV/1.ª

DE PESAR PELO FALECIMENTO DE DINO MONTEIRO

Faleceu, em França, Dino Monteiro, fundador do Partido Socialista e ativista antifascista e empenhado na

implementação do regime democrático. Nascido em Lisboa em 1941, começou a trabalhar aos 12 anos. Em

regime pós-laboral, estudou línguas e técnica comercial. Já em França, com 19 anos, prosseguiu o trabalho e

os estudos, tornando-se fluente em seis línguas. Militante comunista por pouco tempo, aderiu ao Partido

Socialista francês, onde contactou com Mário Soares em 1972. Assumiu a missão de «correio» com os

socialistas do interior, aproveitando a nacionalidade francesa. Preso pela PIDE, só os esforços da diplomacia

francesa o libertaram.

Dino Monteiro orientou a compra da Livraria Portuguesa de Paris. Pela sua generosidade, a mesma tornou-

se um baluarte da cultura portuguesa em Paris. Projeto considerado vital por Mário Soares, a Livraria

Portuguesa de Paris juntou nomes como Coimbra Martins, Liberto Cruz, Tito de Morais, Rodolfo Crespo,

Salgado Zenha, Joaquim Barradas de Carvalho, Raul Capela e Carlos Monjardino. Dino Monteiro é digno de

justa e pública homenagem pelo seu contributo para a democracia.

Assim, a Assembleia d República, reunida em sessão plenária, manifesta o seu pesar pela morte de Dino

Monteiro e transmite aos seus familiares e amigos, e ao Partido Socialista, as suas condolências.

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