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3 DE OUTUBRO DE 2020

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Num contexto de pandemia e num curto espaço de tempo, todo o nosso País operou mudanças sociais

profundas tanto no âmbito escolar como fora deste, nomeadamente com o ensino à distância. Pais e professores

desdobraram-se nestes meses para corresponder ao que foi pedido pelo Ministério de Educação, numa

perspetiva de ser algo temporário e com vista a uma reorganização estrutural da escola no próximo ano letivo,

de forma a que os alunos possam continuar a aprender no local devido: na escola.

Há um consenso generalizado, tanto de pais, professores e especialistas de que o ensino à distância foi uma

solução rápida e inevitável a curto prazo mas que é na escola, no ensino presencial e na relação diária dos

alunos com os profissionais que aprendizagens mais efetivas e duradouras são feitas e que o fosso entre alunos

de diferentes contextos socioeconómicos pode ser minimizado.

Com a perspetiva anunciada de se investir futuramente mais 400 milhões de euros no digital, não se

compreende como é que uma medida tão básica, necessária e urgente para o próximo ano letivo (e para os

vindouros) que é as nossas salas de aula terem menos alunos, foi rejeitada, não se apostando num ensino

presencial de maior qualidade e com maior segurança nos tempos que atravessamos. Se há coisa que esta

pandemia nos ensina é que é preciso questionar os aglomerados de crianças e jovens no seu dia a dia, assim

como as escolas sobrelotadas e focar, a longo prazo, na criação de espaços mais arejados, tanto para a saúde

física como para a saúde mental dos mais novos e respetivos profissionais.

Mesmo que a meio-tempo, as soluções prioritárias para o ensino no nosso País não podem passar pelo

ensino à distância e pelo consequente abandono e desmotivação que isto trará a muitas crianças e jovens. O

digital é uma ferramenta muito importante mas não é um fim em si mesmo para as aprendizagens diárias dos

nossos alunos, nem sequer a meio-tempo ou b-learning.

Assim, esperamos que se reavalie esta medida da redução de alunos por turma e que exista um investimento

financeiro superior, vincado e mais direcionado naquilo que consideramos ser realmente essencial no quotidiano

dos alunos, sobretudo num contexto pandémico, que passa por contratar mais professores, por criar mais turmas

e por utilizar todas as infraestruturas que os municípios possam ter para que o ensino presencial possa decorrer

a partir de Setembro da melhor maneira possível e para que este não ultrapasse um máximo de 18 alunos por

turma, pelo menos no 1.º ciclo, com reajustamento do número de alunos aos ciclos seguintes.

Num País que, em tempo recorde, tudo conseguiu e tudo fez para reorganizar todo o seu tecido social,

acredita-se piamente que, na prioridade que constitui a educação, isto também se consegue fazer.

Data de entrada na Assembleia da República: 14 de setembro de 2020.

A primeira subscritora: Ana Rita Lagoas Dias.

Nota: Desta petição foram subscritores 35 702 cidadãos.

A DIVISÃO DE REDAÇÃO.

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