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24 DE OUTUBRO DE 2020

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Fazenda — João Miguel Nicolau — Ricardo Pinheiro — Pedro Sousa — Alexandra Tavares de Moura — Marta

Freitas — Olavo Câmara — André Pinotes Batista — Lúcia Araújo.

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PROJETO DE VOTO N.º 359/XIV/2.ª

DE PESAR PELO HOMICÍDIO DO PROFESSOR SAMUEL PATY

A França inteira mobilizou-se para manifestar a sua consternação e repúdio pelo assassinato do professor

Samuel Paty, que ensinava a importância dos valores da república e da tolerância numa escola de Conflans-

Saint-Honorine, nos arredores de Paris.

Samuel Paty foi precisamente vítima da intolerância religiosa e do fanatismo que mina muitas sociedades

europeias contemporâneas, por parte de um jovem de 18 anos que não integrava sequer a comunidade

educativa e que reagiu desta forma bárbara à discussão, em contexto de sala de aula, em torno da liberdade

de expressão, no quadro da qual se focaram os cartoons do profeta Maomé que no passado estiveram na

origem de atos de violência e de extenso debate público em França e por todo o mundo.

Samuel Paty era visto como um homem de diálogo, que gostava da sua profissão e queria realmente

ensinar os seus alunos. «Citarei o teu nome e o teu exemplo a todos os que quiserem exercer essa linda

profissão», disse um seu amigo.

A liberdade religiosa, a liberdade de expressão, o valor da democracia e do Estado de direito, a separação

entre Estado e religião, o respeito pelas diferenças e pelas culturas, são valores centrais da identidade coletiva

das sociedades democráticas que nenhuma ameaça ou forma de violência pode condicionar.

A França voltou assim a ser atingida pelo terrorismo do fundamentalismo islâmico, como já antes

acontecera, aquando dos atentados chocantes e sem sentido de 13 de novembro de 2015, e como o que

vitimou vários jornalistas da redação do jornal satírico Charlie Hebdo.

Todavia, este ato de violência gratuita traz consigo uma preocupação adicional, que decorre do facto de o

ódio e intolerância terem ganho uma dimensão trágica a partir de mentiras e distorção intencionais da

realidade que circula nas redes sociais, levando neste caso a um desfecho dramático.

Assim, a Assembleia da República, exprime os mais sinceros sentimentos à família, amigos e alunos de

Samuel Paty, manifesta a sua solidariedade com a França e com o povo francês e condena o ataque chocante

cometido em 16 de outubro contra um professor que ensinava os valores da liberdade de expressão e da

tolerância religiosa.

Assembleia da República, 22 de outubro de 2020.

As Deputadas e os Deputados do PS: Ana Catarina Mendonça Mendes — Paulo Pisco — Lara Martinho —

Constança Urbano de Sousa — Pedro Delgado Alves — Porfírio Silva — Edite Estrela — Ana Paula Vitorino

— Isabel Rodrigues — Isabel Alves Moreira — Elza Pais — Joana Sá Pereira — Rita Borges Madeira — Raul

Miguel Castro — Cristina Jesus — Nuno Sá — Fernando Anastácio — Alexandre Quintanilha — Olavo

Câmara — Romualda Fernandes — Diogo Leão — Carlos Brás — Eurídice Pereira — Susana Correia —

Santinho Pacheco — Francisco Rocha — José Manuel Carpinteira — Ana Maria Silva — Cristina Sousa —

Ana Passos — Maria Joaquina Matos — Palmira Maciel — Telma Guerreiro — Jorge Gomes — Clarisse

Campos — Cristina Mendes da Silva — Anabela Rodrigues — Susana Correia — Filipe Pacheco — Norberto

Patinho — Fernando Paulo Ferreira — Nuno Fazenda — João Miguel Nicolau — Ricardo Pinheiro — Pedro

Sousa — Alexandra Tavares de Moura — Marta Freitas — André Pinotes Batista — Lúcia Araújo.

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