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II SÉRIE-B — NÚMERO 20

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«Lusofonia». «Estória, estória… do tambor a Blimundo» seria reeditado em CD e em formato audiolivro, com edição multilingue, apresentando-se em português, crioulo, inglês e francês. Em 2018 seria lançado o seu audiolivro «Sereia Manina» durante a Feira Cultural de Negócios e Empreendorismo.

Em 2003 seria condecorada com a medalha de mérito, grau de Comendadora, pelo Presidente da República Jorge Sampaio, pelo seu trabalho na área da educação e da cultura cabo-verdiana. Pelo estado cabo-verdiano seria distinguida com a Medalha da Ordem do Vulcão, o Diploma de Mérito da Cultura.

Celina foi ainda galardoada com o Prémio carreira pela Cabo Verde Music Awards, em 2014; com o Prémio de mérito da Multilanguage Schools Foundation, do Funchal, em 2015; com o Prémio Lusofonia, em 2017, e com o Óscar Mulher empreendedora na categoria Música, em 2018, entre outros prémios de reconhecimento e louvor pelo seu contributo artístico.

A Assembleia da República manifesta o seu mais profundo pesar pelo falecimento de Celina Pereira e enaltece a sua dedicação à cultura, expressando à família, amigos e fãs as suas mais sentidas condolências.

Palácio de São Bento, 16 de dezembro de 2020.

A Deputada não inscrita, Joacine Katar Moreira.

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PROJETO DE VOTO N.º 430/XIV/2.ª DE PESAR PELO FALECIMENTO DE CELINA PEREIRA

Faleceu no passado dia 17 de dezembro, aos 80 anos de idade, Celina Pereira, deixando mais pobre a cultura de Cabo Verde e de Portugal, onde se encontrava radicada há vários anos.

Figura maior da cultura cabo-verdiana contemporânea, Celina Pereira marcou não apenas o panorama musical em Cabo Verde, em Portugal e junto das suas diásporas, como se revelou detentora de uma carreira notável como escritora, educadora, divulgadora cultural, ativista e, com especial carinho seu, «contadora de histórias e estórias».

Natural da ilha da Boavista, Celina Pereira viria a concluir o curso do magistério primário, em Viseu. Em 1979 a sua vida musical teria o primeiro marco, com a gravação de um single, lançando em 1986 o seu primeiro LP, «Força di cretcheu», obra já marcada pelo seu perfil multifacetado e pontuado pela recolha de histórias e tradições. A sua vertente de contadora de histórias afirmou-se desde cedo, passando também com expressão internacional em vários países, dos Estados Unidos da América, onde colaborou na rede de escolas públicas de Boston, a Itália ou França, lançando inúmeros álbuns de histórias a par dos muitos trabalhos musicais e colaborações com artistas de vários pontos e estilos musicais da lusofonia

Mais recentemente, empenhou-se especialmente na candidatura apresentada junto da UNESCO para o reconhecimento da morna como Património Imaterial da Humanidade, tendo sido uma das primeiras a incentivar a sua classificação e elevação em 2011.

O reconhecimento da sua dedicação à cultura foi transversal e comum aos vários locais e povos que marcou: em 2003, foi agraciada pelo Presidente Jorge Sampaio com a Ordem de Mérito, pelo seu trabalho na área da educação e da cultura, tendo recebido em 2007 a Medalha do Vulcão de 1.º Grau, atribuída pelo Presidente da República de Cabo Verde.

Assim, a Assembleia da República, reunida em sessão plenária, exprime o seu profundo pesar pela morte de Celina Pereira, e endereça aos seus familiares e amigos, e à República de Cabo Verde e ao povo de Cabo Verde as suas mais sentidas condolências, prestando homenagem a uma personalidade marcante do panorama cultural comum do espaço lusófono.

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