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II SÉRIE-B — NÚMERO 29

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exclusivamente, o mito de uma conspiração judaica mundial ou de os judeus controlarem os meios de comunicação social, a economia, o governo ou outras instituições sociais.»

Neste sentido, é em momento de especial tensão social, em que a manipulação dos sentimentos de frustração das populações que atravessam crises ou desafios coletivos se torna mais fácil, que muitos dos alvos tradicionais da discriminação são novamente flagelados com afirmações reprodutoras de preconceitos antigos, procurando excluir o outro da pertença à comunidade (ou mesmo, nos casos mais graves, da Humanidade), culpando-o, ostracizando-o e imputando-lhe os males que afligem a sociedade.

Infelizmente, a crise que atravessamos não tem sido diferente de outros momentos históricos, e por todo o Mundo, desde alguns dos que perfilham teorias da conspiração extremistas e invadem o Capitólio dos Estados Unidos, àqueles que na Europa atacam sinagogas ou profanam locais de culto e cemitérios judaicos promovendo agendas de ódio, tem sido visível o aumento de várias manifestações de antissemitismo.

Ainda que circunscrito em grande medida às redes sociais e a uma dimensão discursiva em anos recentes, Portugal não tem sido exceção. É, por isso, um imperativo democrático a condenação de quaisquer declarações que transportem conteúdos antissemitas para o espaço público, com a reprodução, intencional ou não, consciente ou inconsciente, de libelos e estereótipos antigos e inaceitáveis para qualquer democrata, como aliás foi reconhecido pelo Capitão de Abril Sousa e Castro, que esteve no centro da mais recente polémica sobre a matéria.

Neste quadro de preocupação global, e a poucas semanas da data em que se assinalam os 200 anos da extinção da Inquisição pelos Constituintes de 1821, a normalização ou relativização do antissemitismo não pode deixar de preocupar as instituições da República, que devem ser claras a condenar o que não deve ter espaço no século XXI.

Assim, a Assembleia da República manifesta a sua condenação de todo o tipo de atos e de discurso antissemita e reafirma o compromisso da República Portuguesa para com a defesa intransigente do respeito pleno pela igual dignidade de todos as pessoas e todas as comunidades.

Palácio de São Bento, 16 de fevereiro de 2021.

As Deputadas e os Deputados do PS: Joana Bento — Jorge Gomes — Norberto Patinho — Pedro Sousa — João Azevedo Castro — Fernando Paulo Ferreira — Telma Guerreiro — José Rui Cruz — Cristina Sousa — Filipe Pacheco — José Manuel Carpinteira — Clarisse Campos — Marta Freitas — Vera Braz — Nuno Fazenda — Olavo Câmara — Anabela Rodrigues — Maria Joaquina Matos — Sofia Araújo — Lúcia Araújo Silva — Cristina Mendes da Silva — Ana Passos — Susana Correia — Sílvia Torres — Palmira Maciel — Francisco Rocha — Susana Amador — Paulo Porto — Francisco Pereira Oliveira — Romualda Fernandes — Nuno Sá — Rita Borges Madeira — Pedro Delgado Alves — Constança Urbano de Sousa — Diogo Leão — Lara Martinho — Elza Pais — Isabel Rodrigues.

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PROJETO DE VOTO N.º 467/XIV/2.ª DE PESAR PELO FALECIMENTO DE JOEL PINA

João Manuel Pina (Joel Pina) faleceu no passado dia 11 de fevereiro. Tinha 100 anos. Nasceu na localidade de Rosmaninhal, no concelho de Idanha-a-Nova, em 17 de fevereiro de 1920.

Conheceu cedo o Fado, ainda na infância, através de programas de rádio, tendo sido um autodidata em termos de formação musical, com gosto particular pela viola e guitarra.

Em 1938 fixou-se em Lisboa, iniciando-se como espectador no circuito das casas de fado. O músico Martinho d’Assunção convidou-o a fazer parte do seu Quarteto Típico de Guitarras. Foi Martinho d’Assunção que o aconselhou a dedicar-se à viola-baixo.

Em 1959, entrou para o Conjunto de Guitarras de Raúl Nery. Além das casas de Fado, também tocou para

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