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2 DE JULHO DE 2021

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PROJETO DE VOTO N.º 627/XIV/2.ª DE CONGRATULAÇÃO PELO CENTENÁRIO DA SOCIEDADE FILARMÓNICA DE CRESTUMA

No dia 1 de julho a Sociedade Filarmónica de Crestuma, em Vila Nova de Gaia, celebra 100 anos.

Fundada em 1 de julho de 1921, no seio de uma comunidade onde predominavam as indústrias de metalurgia

e tecelagem, a instituição ergueu alicerces fortes na cultura, sem nunca ter perdido a identidade coletiva e o

sentimento de pertença de uma população secular, com uma ligação secular aos rios Douro e Uíma.

Na sua fundação, misturou as mãos ásperas e duras dos crestumenses que trabalhavam nos campos, na

tecelagem ou na metalurgia, com a sensibilidade daqueles que, contrariavam o destino e se mantinham na

vanguarda da cultura, nomeadamente à música e à poesia.

Os fundadores, Alberto da Silva Ramos, Joaquim Luís Meireles, Hermenegildo José Alves Campos, entre

muitos outros, construíram e consolidaram a instituição à custa de muitos sacrifícios e perseverança, qualidades

que souberam também incutir nas gerações vindouras.

A Sociedade Filarmónica de Crestuma deve o mérito da sua existência e finalidade a um conjunto de homens

e mulheres dedicados que, como dirigentes, maestros ou executantes, não se pouparem esforços na valorização

da Instituição, a ponto de, no passado mais longínquo, em dias de ensaios, festas e romarias, se deslocaram a

pé ou de barco, sob o pino do sol mais escaldante ou do frio do inverno mais, tendo como única recompensa

manter o seu nível artístico da banda de música, em patamares de excelência.

Não foi por acaso que as gerações seguintes, abraçaram este compromisso até à atualidade, mantendo vivo

o brilho da chama que alimenta a musicalidade dos crestumenses com o orgulho que ostentava o «Pai Luís» –

Manuel de Sousa Tavares, músico com a mais longa atividade na banda, de quase setenta anos – quando

afirmava: «Não há maior amor que este!»

O seu nível artístico traduz-se ainda na presença, regular e constante, de muitos dos seus executantes em

bandas e orquestras de renome, como a Banda da Força Aérea, Banda da GNR, Banda da Ex-Infantaria 1,

Banda da Ex-Infantaria 6, Banda da Região Militar do Norte, Orquestra do Norte, Orquestra Clássica do Porto,

Orquestra da Fundação Gulbenkian, Orquestra de Cascais, Orquestra das Beiras, entre outras. Ou pela

obtenção de um grau de formação específica e superior, em música, com a frequência do Conservatório de

Música do Porto, do Conservatório Regional de Vila Nova de Gaia, da Universidade de Aveiro ou da

Universidade de Braga. Ou ainda por muitos deles terem ascendido a regentes de bandas e professores de

música ou exercerem funções de direção musical, em várias escolas, estabelecimentos de ensino e

conservatórios, por mérito próprio.

A instituição, nunca perdeu de vista, a sua função social que lhe incumbia, constituindo uma janela de

oportunidade para a formação dos mais jovens, no seio de uma comunidade onde sempre escasseou o acesso

à educação e ao ensino.

Foi, por isso, sem surpresa que a instituição obteve em 1982, o 1.º lugar, no primeiro e único concurso de

escolas de música de Vila Nova de Gaia, com a particularidade dos seus representantes terem obtido, a nível

individual, os cinco primeiros lugares da classificação.

Foi com este espírito de alcançar a excelência que os jovens músicos da instituição, como Joana Oliveira,

Tiago Oliveira, Rubén Borges, Luís Matos, Francisco Ribeiro, Bruna Silva e outros, que atualmente integram a

banda de música, participaram e obtiveram prémios, distinções e menções honrosas, concursos importantes,

nacionais e estrangeiros.

É também sob esse propósito que a instituição promove anualmente, desde 2009, o Estágio D’Ouro, que

projetou a Sociedade Filarmónica de Crestuma no contexto internacional. Considerado um dos melhores

estágios da europa, atraindo a participação de jovens músicos das melhores escolas e universidades, tendo em

vista a aquisição de novas competências, sob a direção dos melhores maestros nacionais e estrangeiros como

Hugo Vieira, André Granjo, Hermenegildo Campos, Luís Carvalho, José Eduardo Gomes, Paulo Martins,

Francisco Ferreira, Fernando Marinho, Rafa Agulló Albors, José Ignácio Petit Matias e até o maestro dos

maestros, mundialmente renomado, o holandês Jan Cober.

Em 1996, o Município de Vila Nova de Gaia, quis distinguir o percurso ímpar desta instituição, atribuindo-lhe

a Medalha de Mérito Municipal, classe ouro.

Pelo percurso dos últimos 100 anos, fica o registo da participação e a distinção ao mérito, em concursos e

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