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II SÉRIE-B — NÚMERO 3

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da Seiva Trupe, em 1973, companhia onde permaneceu durante 48 anos e em que foi protagonista de muitos

sucessos que ficarão para sempre na memória coletiva e na história do teatro nacional. Refira-se, por exemplo,

«Um Cálice de Porto» (1982), espetáculo que esteve em cena dois anos e que foi, então, um fenómeno de

popularidade, como referem os autores do Brevíssimo Historial do Teatro no Porto no Século XX, mas também

«Perdidos numa Noite Suja», «Macbeth» ou «Uma Visita Inoportuna».

António Reis fica também para sempre ligado à construção do Teatro do Campo Alegre, atualmente um dos

polos do Teatro Municipal do Porto, que foi, entre 1997 e 2913, a «casa» da Seiva Trupe.

Ainda como membro da Seiva Trupe, foi fundador da Cooperativa Academia Contemporânea do Espetáculo,

criada em parceria com a Câmara Municipal do Porto, fazendo parte da primeira direção e mantendo-se como

cooperante até à sua morte.

Em 1978 António Reis ajudou a fundar o FITEI – Festival de Teatro de Expressão Ibérica, que dirigiu de 1989

a 2004. Para além de trabalhos em televisão, foi, várias vezes, figura de preferência de Manoel de Oliveira.

Foi agraciado, entre outros, com a Medalha de Mérito Cultural da Cidade do Porto, com o Prémio Prestígio

da Casa da Imprensa e com o Grau de Comendador da Ordem do Infante D. Henrique.

Com a sua morte, o teatro português perde um dos vultos maiores e a Seiva Trupe um dos seus alicerces. A

sua vida é indissociável da história do Teatro do Porto, e a sua personalidade carismática e generosa será

recordada por todos quantos com ele se cruzaram, quer profissional quer pessoalmente.

A Assembleia da República, reunida em sessão plenária, manifesta o seu pesar pelo falecimento de António

Reis e transmite as suas mais sentidas condolências à sua família e amigos, à Seiva Trupe e a toda a

comunidade artística do Porto.

Palácio de São Bento, 7 de abril de 2022.

Os Deputados do IL: Bernardo Blanco — Carla Castro — Carlos Guimarães Pinto — Joana Cordeiro — João

Cotrim Figueiredo — Patrícia Gilvaz — Rodrigo Saraiva — Rui Rocha.

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PROJETO DE VOTO N.º 23/XV/1.ª

DE PESAR PELA MORTE DE ANTÓNIO REIS

Faleceu, no dia 4 de abril, o ator e encenador António Reis, personalidade reconhecida do teatro português

e figura carismática do meio teatral portuense e da cidade.

António Reis iniciou a sua atividade teatral em 1964, no grupo Modestos, integrando-se em 1970, como

profissional, no Teatro Experimental do Porto, onde se distinguiu em interpretações inesquecíveis.

Em 1973, funda em parceria com Júlio Cardoso e Estrela de Novais a Companhia Teatral Seiva Trupe –

companhia ativa da vida cultural portuense ao longo das últimas décadas. Quer como ator, encenador, diretor

de produção ou corresponsável pela companhia, António Reis foi sempre um artista eclético, de grande

capacidade expressiva, tendo levado à cena diversas peças com estrondoso sucesso junto do público como,

entre outos, Um Cálice de Porto (1982), ou Macbeth de Shakespeare.

António Reis foi, também, um dos fundadores, em 1978, do FITEI –Festival de Teatro de Expressão Ibérica,

o qual dirigiu de 1989 a 2004, com um fulgor que até hoje perdura no imaginário coletivo, consagrado essa

década como os anos altos do festival.

O seu compromisso com o teatro foi um contínuo permanente, indissociável da sua própria vida. Em 1990,

como membro da Seiva Trupe, integra a equipa que funda a cooperativa Academia Contemporânea do

Espetáculo, do qual foi cooperante até à sua morte.

Em 2016, despede-se dos palcos, interpretando o papel do carpinteiro Engstrand, numa produção de

Espectros, de Ibsen, encenada por João Mota.

A sua presença também marcou os écrans da televisão e do cinema, sendo figura da preferência em diversos

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