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II SÉRIE-B — NÚMERO 3

22

Fonseca — Joaquim Pinto Moreira — João Marques — Isabel Meireles — Firmino Marques — António Topa

Gomes — Tiago Moreira de Sá.

———

PROJETO DE VOTO N.º 27/XV/1.ª

DE PESAR PELO FALECIMENTO DE LAURO ANTÓNIO

Faleceu, no passado dia 3 de fevereiro, aos 79 anos, Lauro António de Carvalho Torres Corado, realizador,

crítico de cinema, ensaísta, dinamizador e programador cultural, e referência maior da cultura cinéfila em

Portugal.

Nascido em Lisboa, a 18 de agosto de 1942, licenciar-se-ia em história, na Faculdade de Letras da

Universidade de Lisboa, em 1967. Desde cedo o cinema foi a marca distintiva da sua intervenção cívica e

cultural, sendo membro do Cine Clube Universitário de Lisboa e do ABC Cine Clube de Lisboa, e começando

logo na década de 60 uma colaboração como crítico de cinema na imprensa, que se prolongaria por décadas,

em vários títulos (República, Diário de Lisboa, Plateia, Diário de Notícias, A Capital, Se7e, O Comércio do Porto,

Jornal do Fundão, entre outros) e que se alargaria à rádio e televisão (Rádio Comercial, Rádio Clube Português,

Antena 2 e TVI).

Promotor do potencial do cinema como forma de arte e de expressão por excelência do Século XX, a sua

intervenção como programador do Estúdio Apolo 70, iniciada ainda durante a ditadura, é ainda para muitos uma

referência formativa, de abertura de horizontes e defesa da liberdade através do grande ecrã.

Ainda que a sua notoriedade e o carinho que os espectadores lhe votaram possam ter decorrido da sua

atividade de divulgador e crítico, potenciada pela sua presença televisiva, o seu lugar na história da sétima arte

em Portugal faz-se também do seu papel como produtor, realizador e argumentista: Realizou inúmeras curtas-

metragens, longas-metragens e séries de televisão, sendo merecedora de especial destaque Manhã Submersa,

aquela que muitos consideram a sua obra mais completa e conseguida.

Ao longo da sua vida dedicou-se a praticamente todas as dimensões da sua arte de eleição. Foi programador,

diretor e integrou o júri de inúmeros festivais em Portugal e no estrangeiro (Festival Internacional de Lisboa,

Festroia, Fórum Açoriano de Cinema, FestiViana, Festival Internacional de Portalegre, Famafest, Cine’ECO,

entre outros), escreveu e publicou mais de cinquenta obras dedicadas ao cinema e à sua história, e lecionou no

Instituto Politécnico do Porto, no IADE, no ISCEM e na Universidade Nova de Lisboa.

Ademais divulgou permanentemente ciclos e sessões de cinema e de debate em instituições culturais e

educativas, formais e informais, por todo o País, num quadro no qual a emblemática tertúlia do Vá-Vá, conservou

sempre um papel especial.

Em 2018, foi reconhecido pela Academia Portuguesa do Cinema com o Prémio Sophia Carreira, tendo, no

mesmo ano, sido agraciado com a Ordem do Infante D. Henrique pelo Presidente da República. Mais pobre com

a sua perda, o País conservará a inspiração das suas palavras sobre o papel do cinema, «espetáculo de fraternal

comunicação», que deve ser cultivado e colocado «ao serviço do homem e do seu futuro».

Assim, reunida em sessão plenária, a Assembleia da República presta a sua homenagem à memória de

Lauro António e ao seu percurso e legado na história do cinema em Portugal, dirigindo aos seus familiares e

amigos as suas sentidas condolências.

Palácio de São Bento, 8 de abril de 2022.

As Deputadas e os Deputados do PS: Pedro Delgado Alves — Eurico Brilhante Dias — Rosário Gambôa —

Raquel Ferreira — Susana Amador — João Torres — João Paulo Rebelo — Lúcia Araújo da Silva — Ana Isabel

Santos — Palmira Maciel — Ricardo Lima — José Rui Cruz — Fátima Correia Pinto — Cristina Mendes da Silva

— Fernando José — Alexandra Leitão — Francisco Rocha — Clarisse Campos — Pedro Anastácio — Nuno

Fazenda — Sara Velez — Susana Correia — Rita Borges Madeira — Luís Capoulas Santos — João Pedro

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