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16 DE ABRIL DE 2022 9

companhia ativa da vida cultural portuense ao longo das últimas décadas. Quer como ator, encenador, diretor

de produção ou corresponsável pela companhia, António Reis foi sempre um artista eclético, de grande

capacidade expressiva, tendo levado à cena diversas peças com estrondoso sucesso junto do público como,

entre outos, Um Cálice de Porto (1982), ou «Macbeth» de Shakespeare.

O seu compromisso com o teatro foi um contínuo permanente, indissociável da sua própria vida. Em 1990,

como membro da Seiva Trupe, integra a equipa que funda a cooperativa Academia Contemporânea do

Espetáculo, criada em parceria com a Câmara Municipal do Porto, do qual foi cooperante até à sua morte.

António Reis fica também para sempre ligado à construção do Teatro do Campo Alegre, atualmente um dos

polos do Teatro Municipal do Porto, que foi, entre 1997 e 2013, a «casa» da Seiva Trupe. Em 2016, despede-

se dos palcos, interpretando o papel do carpinteiro Engstrand, numa produção de Espectros, de Ibsen,

encenada por João Mota.

António Reis foi, também, um dos fundadores, em 1978, do FITEI – Festival de Teatro de Expressão

Ibérica, o qual dirigiu de 1989 a 2004, com um fulgor que até hoje perdura no imaginário coletivo, consagrado

essa década como os anos altos do festival.

Para além dos palcos, a sua presença também marcou os écrans da televisão e do cinema, sendo figura

da preferência em diversos filmes de Manoel de Oliveira.

Ao longo da carreira, foi distinguido com diversos prémios, nomeadamente, a Medalha de Mérito Cultural

da Câmara Municipal do Porto (1988), o grau de Comendador da Ordem do Infante Dom Henrique (1995), o

prémio Lorca, da Universidade de Granada (1995) e o Prémio Prestígio da Casa da Imprensa.

Com a sua morte, o teatro português perde um dos vultos maiores e a Seiva Trupe um dos seus alicerces.

A sua vida é indissociável da história do teatro do Porto, e a sua personalidade carismática e generosa será

recordada por todos quantos com ele se cruzaram, quer profissional quer pessoalmente.

Assim, reunida em sessão plenária, a Assembleia da República presta a sua homenagem à memória de

António Reis, endereçando as suas sentidas condolências à família e amigos, à Seiva Trupe, a companhia

teatral que fundou e onde foi figura maior ao longo de mais de 48 anos, e a toda a comunidade artística da

cidade do Porto.

Palácio de São Bento, 12 de abril de 2022.

Autores: Eurico Brilhante Dias (PS) — Rosário Gambôa (PS) — Tiago Barbosa Ribeiro (PS) — Joana Lima

(PS) — Rui Lage (PS) — João Pedro Matos Fernandes (PS) — João Torres (PS) — Patrícia Faro (PS) —

Maria João Castro (PS) — Sofia Andrade (PS) — António Pedro Faria (PS) — Cristina Mendes da Silva (PS)

— Hugo Carvalho (PS) — Carlos Brás (PS) — José Carlos Barbosa (PS) — Pedro Delgado Alves (PS) —

Lúcia Araújo da Silva (PS) — Francisco Pereira de Oliveira (PS) — Susana Amador (PS) — Hugo Pires (PS)

— Maria Antónia de Almeida Santos (PS) — Susana Correia (PS) — Clarisse Campos (PS) — Alexandra

Leitão (PS) — Ana Isabel Santos (PS) — Sara Velez (PS) — Dora Brandão (PS) — Ricardo Lima (PS) — Luís

Capoulas Santos (PS) — Tiago Brandão Rodrigues (PS) — Miguel Matos (PS) — João Paulo Rebelo (PS) —

José Rui Cruz (PS) — Palmira Maciel (PS) — Vera Braz (PS) — Mara Lagriminha Coelho (PS) — João Miguel

Nicolau (PS) — Nelson Brito (PS) — Luís Graça (PS) — Ricardo Pinheiro (PS) — Marta Freitas (PS) —

Norberto Patinho (PS) — Francisco Rocha (PS) — Alexandra Tavares de Moura (PS) — Rita Borges Madeira

(PS) — Raquel Ferreira (PS) — Nuno Fazenda (PS) — Fernando José (PS) — Romualda Nunes Fernandes

(PS) — Fátima Correia Pinto (PS) — Agostinho Santa (PS) — Cristina Sousa (PS) — Anabela Rodrigues (PS)

— Bernardo Blanco (IL) — Carla Castro (IL) — Carlos Guimarães Pinto (IL) — Joana Cordeiro (IL) — João

Cotrim Figueiredo (IL) — Patrícia Gilvaz (IL) — Rodrigo Saraiva (IL) — Rui Rocha (IL) — Edite Estrela (PS).

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