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21 DE JANEIRO DE 2022

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VOTO N.º 14/2023

DE SAUDAÇÃO PELO CENTENÁRIO DE EUGÉNIO DE ANDRADE

A Assembleia da República, reunida em sessão plenária, saúda a comemoração do centenário do

nascimento de Eugénio de Andrade, poeta maior da língua portuguesa, prestando homenagem à sua vida, à

sua obra e ao seu legado.

Aprovado em 20 de janeiro de 2023.

O Presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva.

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PROJETO DE VOTO N.º 237/XV/1.ª

DE PESAR PELA MORTE DO PADRE ISAAC ACHI, BRUTALMENTE ASSASSINADO NA NIGÉRIA

Isaac Achi, sacerdote ao serviço da paróquia de São Pedro e São Paulo, em Kafin-Koro, na diocese de

Minna, na Nigéria, perdeu a sua vida num ataque perpetrado por um grupo terrorista armado na madrugada de

Domingo, dia 15 de janeiro de 2023. O Padre Isaac foi baleado e o seu corpo queimado na casa paroquial que

ardia em chamas, ateadas pelo grupo invasor. Vítima de ferimentos graves foi também o Padre Collins Omeh,

sacerdote coadjutor na referida paróquia de São Pedro e São Paulo. Encontrando-se hospitalizado, as

primeiras declarações de Padre Collins demonstram que «os terroristas, que seriam sensivelmente 15,

surgiram armados e disparavam para o ar gritando "Allahu Akbar" [Deus é grande].» Através das suas

declarações, sabe-se ainda que, enquanto a casa paroquial era invadida e os sacerdotes estavam sob a mira

das armas dos fundamentalistas islâmicos, puderam amparar-se mutuamente, confessar-se e rezar juntos. Na

verdade, esta não era a primeira vez que o Padre Isaac Achi se deparava com o terror do fundamentalismo

islâmico. A 25 de dezembro de 2011, enquanto celebrava a Eucaristia de Natal, na Igreja de Santa Teresa, em

Abuja, 25 fiéis perderam a vida após o embate de um carro artilhado com explosivos, contra o edifício

paroquial. Este ataque foi reivindicado pelo Boko Haram. Numa das homílias após esta tragédia o sacerdote

apelava ao perdão, pedia aos cristãos que permanecessem firmes na oração e que aprendessem a «perdoar

todos aqueles que deliberadamente os ferem». Sabe-se ainda que, em 2013, o Padre Achi havia sido

sequestrado, em Madalla. Uma vida marcada pela perseguição religiosa, que se agrava ano após ano na

região. De acordo com a Fundação AIS, no passado fim-de-semana, foi ainda sequestrado o Padre Michael

Olofindale, em Omu Ekiti, na arquidiocese de Idaben. Nomes, rostos e histórias que adensam os dados

preocupantes referentes a 2022: 4 padres foram assassinados e 28 foram vítimas de sequestro, na Nigéria.

Contudo, a perseguição a este grupo religioso não se tem limitado no tempo e no espaço.

O Relatório Anual das Portas Abertas, de 2022, demonstra que mais de 360 milhões de cristãos foram

perseguidos em todo o mundo e que esta perseguição apresenta altos níveis em cerca de 76 países. Segundo

este relatório, no ano passado, 5898 cristãos foram mortos, 5110 igrejas ou edifícios religiosos foram

vandalizados, atacados ou encerrados, 6175 cristãos foram presos sem julgamento e encarcerados e 3829

cristãos foram sequestrados. Norte de África, África subsariana, Médio Oriente, Ásia, América Latina:

territórios de hostilidade para quem confessa a fé em Jesus Cristo. Porém, também na Europa o ataque à

matriz civilizacional judaico-cristã tem permitido o branqueamento da censura crescente, do vandalismo de

igrejas e locais de culto e até a desvalorização das vidas que são ceifadas pelo ódio da perseguição religiosa.

Numa altura onde é evidente o falhanço das instituições nacionais e supranacionais na defesa e proteção

dos cristãos – o grupo religioso mais esquecido e perseguido – urge afirmar a importância da liberdade

religiosa e o direito à liberdade de pensamento, de consciência e de religião, enquanto direito humano,

liberdade fundamental e pilar de sociedades mais justas, livres e caridosas. A perseguição religiosa e os

sucessivos ataques aos direitos, liberdades e garantias das comunidades cristãs merecem o repúdio e

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