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comportam como gestores".

Hugo Mendes destaca a excelente relação de trabalho que o Ministério das Infraestruturas e da

Habitação construiu com as administrações da TAP e o princípio que adotaram na referida

relação: dar todas as condições à administração para cumprir o difícil plano de reestruturação.

Para o efeito, detalha que “criámos um anel de segurança em torno da gestão face a todas as

pressões externas e internas. Protegemos sempre aquele que é o coração de uma companhia

de aviação: as rotas, a frota e as pessoas. Para onde a empresa voa; que aviões usa; e com quem

trabalha. Por princípio, apenas a gestão podia decidir sobre estas dimensões.”

Por fim, declara ainda que “Nunca cedemos a nenhuma pressão externa nem fizemos qualquer

pressão interna. A nossa resposta foi sempre a mesma: quem decide para onde a TAP voa é a

Comissão Executiva.”

Durante as audições muitos dos depoentes foram questionados sobre a existência de pressão

política no exercício das suas funções.

Miguel Frasquilho fez questão de esclarecer que nunca encarou a sugestão do Governo como

uma ingerência, mas sim como uma questão de transparência, detalhando os acontecimentos

nos seguintes termos: “Sr. Deputado, não me leve mal, mas como eu não estive nos últimos dois

anos na TAP, não posso fazer comparação nenhuma, nem posso retirar essa conclusão. A única

coisa que posso fazer, e eu não encaro isto como ingerência, é dar-lhe o exemplo que já referi

na minha introdução inicial: quando negociámos, conversámos, com as forças sindicais para

alcançar os acordos temporários de emergência, foi por sugestão da tutela — aí já era tutela —

que a Administração da TAP e representantes do Governo se sentaram à mesma mesa com os

sindicatos. Mas isso foi numa questão apenas de transparência total e absoluta para que não

pudessem existir conversas cruzadas com alguém que não tinha estado e que dizia que

aconteceu isto ou que aconteceu aquilo. Foi das únicas situações que eu não tomei como

ingerência, tomei a bem de uma transparência para que as coisas pudessem correr melhor e,

portanto, de facto, não posso comparar, porque não vivi os tempos posteriores à cessação de

funções que tive na TAP.”

Ramiro Sequeira e Alexandra Reis responderam categoricamente que não. Vejamos:

Ramiro Sequeira: “Não, nunca senti nenhuma pressão política.”; e Alexandra Reis: “Confesso

que não. Sentíamos, enquanto Comissão Executiva e Conselho de Administração, um grande

escrutínio público — uma empresa que tem sempre um nível de atenção muito grande pelos

media —, mas nunca senti interferência política para a decisão de negócio A ou a decisão de

negócio B. Não posso dizer, de forma alguma, que o tenha sentido.”

Christine Ourmières-Widener declara que sentiu uma pressão política. Contudo, analisando,

com algum rigor, o contexto da sua resposta, verificamos que estaria sobretudo a fazer

referência a uma pressão mediática e não a uma pressão política, uma vez que justifica a alegada

pressão pelo ruído à volta da empresa e não uma concreta orientação ou instrução da tutela,

como se verifica seguidamente.

II SÉRIE-B — NÚMERO 95______________________________________________________________________________________________________

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