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II SÉRIE-B — NÚMERO 33

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proclamada unilateralmente a independência da Guiné-Bissau. E, quando a ditadura portuguesa cai a 25 de

Abril de 1974, devido ao desgaste do esforço de guerra e à rebelião dos capitães, o caminho para a

independência de Cabo Verde já tinha sido trilhado pela longa luta na Guiné.

Assim, a Assembleia da República, reunida em sessão plenária, saúda o 100.º aniversário de Amílcar Cabral,

pensador político e estratega da libertação anticolonial.

Assembleia da República, 26 de setembro de 2024.

Autores: Ana Abrunhosa (PS) — Ana Mendes Godinho (PS) — André Pinotes Batista (PS) — Eduardo

Pinheiro (PS) — Fabian Figueiredo (BE) — Inês de Sousa Real (PAN) — Isabel Ferreira (PS) — Isabel Mendes

Lopes (L) — Isabel Alves Moreira (PS) — Joana Mortágua (BE) — João Torres (PS) — Jorge Pinto (L) — José

Moura Soeiro (BE) — Mara Lagriminha Coelho (PS) — Maria Begonha (PS) — Mariana Mortágua (BE) — Marisa

Matias (BE) — Miguel Matos (PS) — Palmira Maciel (PS) — Patrícia Faro (PS) — Paulo Muacho (L) — Rosário

Gambôa (PS) — Rui Tavares (L) — Sofia Canha (PS) — Tiago Barbosa Ribeiro (PS).

–——–

PROJETO DE VOTO N.º 345/XVI/1.ª

DE PESAR PELO FALECIMENTO DE ROGÉRIO DE CARVALHO

O encenador Rogério de Carvalho faleceu no passado dia 21 de setembro, aos 88 anos de idade.

Nascido na Gabela, Angola, em setembro de 1936, Rogério de Carvalho iniciou a sua carreira enquanto

aluno do Conservatório Nacional de Lisboa, atual Escola Superior de Teatro e Cinema, na qual lecionou até

2007. Dedicou quase 60 anos da sua vida ao teatro, encenando dezenas de textos de autores muito diversos,

desde autores clássicos até autores contemporâneos, e trabalhou com inúmeras companhias de teatro de

Portugal e de Angola, destacando-se a sua intensa colaboração com a Companhia de Teatro de Almada.

O sentido humano profundo marcou de forma determinada e permanentemente a sua atividade artística e

profissional. Quando estreou a peça Confissões de Santo Agostinho, levada à cena em 2017 no Teatro Nacional

de São João, no Porto, Rogério de Carvalho reconhecia essa sua determinação, afirmando que aquilo que

levava a palco era sempre «um olhar sobre os humanos e a sua situação no mundo», fosse esse olhar «de

indiferença ou de conformismo».

Com diversas companhias e diferentes encenações, revisitou com frequência o autor contemporâneo Howard

Barker. «Baker», disse Rogério de Carvalho em entrevista à Agência Lusa quando em 2015 estreou o seu texto

As Possibilidades, «é um autor de uma atualidade muito grande (…). Muito rapidamente transpomos o que é

representado para as muitas situações de violência que atingem o mundo, como os conflitos no Médio Oriente

ou a morte dos migrantes africanos no mar».

Em Almada, com a Companhia de Teatro de Almada, com a qual estabeleceu uma relação de proximidade

muito intensa, encenou diversas peças ao longo de quatro décadas.

Para além de uma carreira ímpar enquanto encenador, Rogério de Carvalho teve um papel profundamente

marcante para gerações de atores e atrizes, que formou e acompanhou enquanto professor da Escola Superior

de Teatro e Cinema.

Rogério de Carvalho trabalhou, ainda, com dezenas de companhias portuguesas de teatro, entre

profissionais, amadoras e universitárias, tendo dirigido espetáculos nos Teatros Universitários do Minho e do

Porto, e sendo uma referência da história recente do Teatro dos Estudantes da Universidade de Coimbra

(TEUC). Percorreu o país, trabalhou com atores em Angola e Moçambique. Dirigiu e orientou ainda o Núcleo de

Teatro da Fundação Sindika Dikolo, em Luanda, dedicado à formação de atores e criação de peças de teatro.

Rogério de Carvalho foi distinguido com vários prémios ao longo da sua carreira, com destaque para o

Grande Prémio atribuído pela Associação Portuguesa de Críticos de Teatro (APCT), o prémio de Melhor

Encenação da mesma Associação, ou o Prémio Almada, na área do teatro, atribuído pelo Instituto Português

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