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6DE ABRIL DE 1990 233

posta que deu quanto a primeira conversa que teve com o engenheiro Vitor Ribeiro. Eu sé the perguntei — sim ou nado —, se confirmava a afirmacdo feita pelo enge- nheiro Vitor Ribeiro de que nao estava interessado no apartamento da Rua de Francisco Stromp. Ele afirmou aqui que disse a V. Ex.* que nao estava interessado em comprar o prédio na Rua de Francisco $tromp e y. Ex.* nao respondeu a esta pergunta, se isso foi ou nao verdade.

O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Engenheiro Almeida Henriques.

O Sr. Engenheiro Almeida Henriques: Nao Tespondi sim ou ndo como também nao vou responder sim ou nao, porque ha situagdes em que isso nado é Possivel. Dizer sim ou nao numa conversa em que se est4 em negociacdo, a pessoa que faz o seu negdécio avancga numa situacdo, diz que é bom, o outro diz que nao presta. ... O Sr. Engenheiro Vitor Ribeiro provavel- mente disse: «Bom, mas sabe, ndo me interessa o an- dar para nada, eu quero é vender.» Admito perfeita- mente, eu faria exactamente o mesmo! E eu respondi: Sr. Engenheiro Vitor Ribeiro, tem uma oportunidade de vender um andar agora, recebe o seu dinheiro, o valor que pediu — os 17 500 contos, salvo erro — e ao mesmo tempo fica com um andar que ja avaliou e até disse que estava bem.» Sr. Deputado, nao posso portanto dizer em consciéncia sim ou nao; tenho que dizer que houve uma negociac&o em que, por um lado, ao engenheiro Vitor Ribeiro nao interessava o andar para si e em que, por outro lado, interessava-me que ele ficasse com o andar. Naturalmente que é esta a po- sicéo de um vendedor e de um comprador, mesmo en- tre dois amigos. Ja dei aqui varias vezes o exemplo dos automoéveis, é exactamente a mesma coisa — a nds nunca interessa ficar com um produto. Agora, 0 enge- nheiro Vitor Ribeiro tinha todo o poder para dizer que nao queria, que vendesse a outro. O engenheiro Vitor Ribeiro quis fazer um favor a mim, pessoalmente, ou ao Sr. Ministro? Nao percebo’... Alids, o Sr. Minis- tro p6s-me uma condi¢&o quando eu lhe disse que ia para as Amoreiras e que era a seguinte: «Veja quem €a firma que me vai vender o andar, porque ja tive um problema com a outra firma, porque estava em di- ficuldades ...» E eu respondi-lhe que a firma Alves Ribeiro era a melhor firma de construcdo civil do Pais. E reafirmo isso aqui: a firma Alves Ribeiro é uma das melhores firmas portuguesas de construgdo, pessoas muito sérias e, portanto, nado posso duvidar das inten- goes do Sr. Engenheiro Vitor Ribeiro, mas também nao Posso desdizer aquilo que disse e também nao posso ieepndes ao Sr. Deputado sim ou nao; é como eu

sse!

Ao) Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Deputado Vieira de Castro:

O Sr.Vieira de Castro (PSD): — Sr. Presidente, se - Ex.* me permite para fazer-um comentario eum

apelo. Esta Comissdo esta incumbida de produzir um trabalho sério e as perguntas que hajam que ser for- Muladas tém que ser feitas com fundamento na documentacao de que dispomos e nos depoimentos que aqui ouvimos. Acaba de gerar-se uma confusao, que advém, téo-somente, de se terem atribuido ao Sr. En-

genheiro Vitor Ribeiro afirmacdes que ele nao fez. O que o Sr. Engenheiro Vitor Ribeiro aqui nos disse foi o Sseguinte: que, por por principio, a EUTA nado aceitava fazer permutas mas que, atendendo a que o negdcio lhe era proposto pelo Sr. Engenheiro Almeida Henriques e desde que a Arena, num prazo de 120 dias vendesse o andar da Rua de ‘Francisco Stromp, a EUTA aceitava a permuta.

E verdade que o Sr. Engenheiro Vitor Ribeiro acei- tou a permuta nestas condicdes; é mentira que’ o Sr. Engenheiro Vitor Ribeiro’ tenha ‘recusado liminar- mente a permuta que lhe foi proposta! Dai a confu- sao que acaba de se gerar, porventura nalguns dos Srs. Deputados que participam nos trabalhos desta Co- missdo. Felizmente que essa confusdo se nao transfe- riu para o Sr. Engenheiro Almeida Henriques. Nao é assim —/e é este o apelo que eu fazia — que nds es- clarecemos.a verdade! Se queremos fazer alguma per- gunta sobre algum depoimento, temos que trazer as ac- tas ou trazer na memoria exactamente aquilo que aqui foi dito!

O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr.* Deputada Odete Santos.

A Sr.* Odete Santos (PCP): — Mais trés pedidos de esclarecimento ao Sr. Engenheiro. O primeiro é muito simples: antes da assinatura do contrato-promessa e nesses preliminares, alguma vez houve uma reuniao em que estivessem presentes o Sr. Engenheiro Vitor Ri- beiro, o Sr. Engenheiro Almeida Henriques e 0 Sr. Mi- nistro?

A segunda questao talvez nao saiba responder, mas © que estranho no meio disto tudo é que nao tenho sido também feito como Sr: Dr. Emanuel de Sousa um contrato-promessa de compra e venda. Ha muita confianga; o Sr. Dr. Emanuel de Sousa ja nos disse, mas o que’ é certo € que entregou em Marco 11 500 contos e nao tem, neste momento, um contrato- -promessa, nem sequer recibos. Pergunto se o contrato- -promessa foi ou nao falado, é sé para me esclarecer.

A ultima questo é também uma questao de alguma estranheza pelo seguinte facto: penso que as mediado- ras formam-se para terem lucros na mediacdo, na venda dos andares: Neste aqui, nao houve lucro nenhum, o que nao sera muito»vulgar. A pergunta que lhe faco €.se este facto de nao terem tido lucro foi em atencao ao Sr. Ministro, por favor ao Sr.’ Ministro — para pér as coisas mais claramente — e porque o Sr. Engenheiro Vitor Ribeiro, de facto queria a venda rapida do andar.

O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Engenheiro Almeida Henriques.

O Sr. Engenheiro Almeida Henriques: — Quando eu falei pela primeira vez sobre o assunto do andar das Amoreiras com o engenheiro Vitor Ribeiro — e como ja aqui afirmei, nao disse para quem era —, disse que era para mim. S6 mais tarde, nao sei se no proprio dia,, se no dia seguinte, mas foi depois de ter falado com o Sr. Ministro das Finangas é que referi o nome. O Sr. Ministro tinha-me feita a observacdo para eu ter cuidado com o vendedor e eu afirmei-lhe que tinha grande consideracado pelo Sr. Engenheiro Vitor Ribeiro, que era uma pessoa muito séria e que, portanto, nao