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II SÉRIE-D — NÚMERO 14

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híbridas e a competição entre as grandes potências, com destaque para a agressão russa contra a Ucrânia.

Recordou o papel da OSCE como uma plataforma de diálogo e negociações de paz, complementar à ação da

UE, com quem partilha objetivos comuns, designadamente no apoio à Ucrânia, salientando a cooperação em

áreas humanitárias como a repatriação de crianças levadas à força pela Rússia, referindo ainda o impacto do

conflito no Médio Oriente no agravamento do cenário global. Terminou, apelando ao reforço da confiança,

cooperação e ação decisiva pela paz e estabilidade. Por fim, Nicolás Pascual de la Parte, Membro da

Subcomissão da Segurança e da Defesa do PE, destacou o atual período de transição de uma ordem mundial

baseada em regras que é posta em causa por conflitos, a utilização de novas tecnologias disruptivas, por

competições entre grandes potências, como a China e os EUA, salientando que a primeira resolução adotada

pelo novo Parlamento Europeu foi de apoio à Ucrânia. Afirmando a importância de aprender lições com a guerra

na Ucrânia, referiu necessidade de a UE reforçar a cooperação e colaboração público-privada no domínio da

defesa, convencionais e novas, como a inteligência artificial, de uma nova abordagem com os países da

vizinhança, com destaque para o Sahel, de reforçar o investimento e o financiamento nestas áreas, através dos

recursos existentes e prevendo novos fundos. Terminou sublinhando a relevância da colaboração e parceria

com a NATO, com interoperabilidade de recursos, mobilidade militar, exercícios conjuntos e diálogo continuo.

Seguiu-se o período de debate, onde foram abordados temas como as consequências da guerra na Ucrânia

para a arquitetura securitária da UE, a necessidade de encontrar uma solução para a paz, a questão da influência

russa em diversas regiões da Europa e do mundo, como os Balcãs Ocidentais e no continente africano, o

impacto que a eleição nos EUA pode acarretar, o novo ciclo institucional da UE, o conflito no Médio Oriente, a

proteção das fronteiras externas da UE e a migração ilegal, o papel da NATO e a complementaridade entre a

PESC/PCSD e a NATO, o posicionamento face à China, a importância das relações UE com a Turquia e com

África, com a região do Indo-Pacífico, tendo sido referido o processo de alargamento da UE e a sua autonomia

estratégica.

A Deputada Liliana Reis (GP PSD), referindo-se às profundas transformações geopolíticas e estratégicas

no mundo, apontou que a sua génese e principal objetivo prende-se com a transição de poder e a ambição de

outras potências em moldar uma Nova Ordem Mundial. Defendeu que, perante as ameaças mencionadas ao

longo da Conferência, como a guerra às alterações climáticas, ao cibercrime, à desinformação e às fake news

que se espalham, de Leste a Sul, e o regresso da power politics, demonstram a importância de consolidar as

relações com os aliados e reconstruir as relações com os parceiros que se afastaram. Frisou que cada Estado-

Membro e a União Europeia devem cruzar a diplomacia bilateral e multilateral, respetivamente, e devem

aprofundar parcerias estratégicas com outros blocos regionais, com base no respeito mútuo, como o Mercosul,

a União Africana e a Índia.

O Deputado Carlos Eduardo Reis (GP PSD) identificou o Ártico como um dos novos epicentros das

mudanças no equilíbrio geopolítico global. Defendeu que o degelo acelerado, causado pelas alterações

climáticas, está a criar oportunidades, e a provocar tensões crescentes entre nações que procuram afirmar o

controlo e explorar as riquezas do território, designadamente a Rússia, que detém cerca de metade da linha

costeira do Ártico e que já investiu na sua militarização, reconstruindo e modernizando antigas bases soviéticas

e posicionando equipamentos como radares e sistemas de defesa aérea. Apontou, no entanto, que os desafios

técnicos e financeiros da Rússia levaram uma parceria sino-russa no Ártico, com o acesso privilegiado da China

às vastas reservas de recursos energéticos da região e a novas rotas comerciais, como a Rota da Seda Polar,

uma componente da ambiciosa iniciativa «Uma Faixa, Uma Rota», e a uma cooperação reforçada com

exercícios militares conjuntos no Ártico. Terminou afirmando a necessidade de a UE, juntamente com os países

nórdicos e o Canadá, intensificar a sua presença diplomática e científica na região, com abordagem multilateral,

regulando as atividades no Ártico e garantindo a exploração sustentável dos recursos e de forma pacífica, para

bem das gerações futuras.

Péter Sztáray respondeu às questões colocadas, realçando a importância de a autonomia estratégica

europeia, através do reforço das suas capacidades de defesa, a nível militar e político, complementar a ação da

NATO, em matéria de segurança militar, e a ação da UE em matérias não abrangidas, e referindo-se às recentes

visitas do Primeiro-Ministro húngaro a várias potências, salientou a importância de iniciar um processo de

negociação da paz para a Ucrânia, no qual a UE deve desempenhar um papel liderante. Sublinhou a ligação do

alargamento com a promoção e proteção dos valores comuns europeus, destacando a relevância da parceria

com a Turquia e a necessidade de a UE reforçar a sua competitividade para enfrentar países como a China. Pia