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O subsequente desagravar das condições pirometeorológicas, com ocorrência de

precipitação, reduziu substancialmente a classificação do perigo meteorológico de incêndio no

território continental. Tal sucedeu do litoral para o interior, do dia 15 para 16 de outubro (perigo

Muito Elevado, média nacional) e de 16 para 17 de outubro (perigo Moderado, no limiar do

Reduzido).

3.2. Enquadramento histórico: mega-incêndios em Portugal

Os acontecimentos de outubro de 2017 obrigam à atualização dos dados do relatório da CTI1

relativo aos incêndios de Pedrogão Grande e Góis em junho de 2017. Os incêndios de

dimensão superior a 10 000 ha, que face às características das paisagens do Sul da Europa

são qualificáveis como mega-incêndios, surgem pela primeira vez nas estatísticas nacionais

em 1986. O ano transato contribuiu com 11 mega-incêndios para o total de 26 registados

(Quadro 3.1), dos quais oito com início a 15 de outubro percorreram um total de 219 009 ha,

40,9% da superfície total acumulada por eventos desta grandeza desde 1980. Os incêndios

de 15 de outubro com início em Vilarinho (Lousã) e em Côja (Arganil) são os dois maiores de

sempre em Portugal, surgindo o incêndio de Figueiredo, Sertã, na quarta posição. A área

queimada pelo incêndio de Vilarinho é comparável à dimensão das três maiores manchas

ardidas contínuas do passado, as quais, no entanto resultaram da junção de vários fogos

individuais. Acrescem em 15 de outubro os três incêndios de Vale de Cambra, Gouveia e

Fornos de Algodres, que não constam do Quadro 3.1, mas que superaram 5 000 ha.

Quadro 3.1. Incêndios nacionais de dimensão superior a 10 mil hectares (1980-2017), com indicação do

município e freguesia de início. Os fogos do dia 15 de outubro de 2017 figuram a negrito. A área SGIF

(Sistema de Gestão de Incêndios Florestais) foi obtida através do European Forest Fire Information System

(EFFIS); a área ISA é a área corrigida, calculada para a CTI2 pelo Instituto Superior de Agronomia.

Concelho Freguesia Ano Área SGIF (ha) Área ISA (ha)

Lousã Vilarinho 2017 65 107,5 45 505,2 Arganil Côja 2017 38 811,0 48 461,8

Sertã Várzea dos Cavaleiros 2017 33 639,7 Sertã Figueiredo 2017 33 192,6 32 356,3

Pedrogão Grande Pedrogão Grande 2017 28 913,6 Tavira Cachopo 2012 24 843,0 Chamusca Ulme 2003 22 190,0 Vouzela Campia 2017 22 189,8 15 760,6

Arouca Janarde 2016 21 909,0 Gavião Belver 2003 20 087,5 Figueira da Foz Quiaios 2017 19 025,5 18 503,1

Nisa S. Matias 2003 17 869,4 Góis Alvares 2017 17 520,6 Monchique Alferce 2003 17 213,0 Alcobaça Pataias 2017 16 949,6 18 599,8

Loulé Alte 2004 14 508,1 Alfândega da Fé Ferradosa 2013 14 136,1 Proença-a-Nova Sobreira Formosa 2003 13 500,0 Monchique Marmelete 2003 13 144,0 Silves Silves 2003 12 656,0 Seia Sabugueiro 2017 11 924,6 14 976,9 Seia Sandomil 2017 11 807,9 *

Pampilhosa da Serra Vidual 2005 11 706,8 Oleiros Isna 2003 11 300,0 Sertã Ermida 2003 10 500,0 Vila de Rei Vila de Rei 1886 10 032,0

* Agregado com Esculca-Côja-Arganil.

Fonte: ICNF (http://fogos.icnf.pt/sgif2010/) e CEF-ISA (2017).

II SÉRIE-E — NÚMERO 16_____________________________________________________________________________________________________________________

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