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9 DE MAIO DE 2019

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comportamento do fogo, elementos expostos, e alterações de estratégia e táticas e recursos envolvidos.

O Briefing Operacional é, pois, uma reunião breve com os responsáveis de cada célula de comando e nos

diversos níveis do Sistema de gestão de Operações (SGO), com o objetivo de implementar no terreno o Plano

Estratégico de Ação para extinção do incêndio florestal, com base nos meios e recursos disponíveis e tendo

em consideração o comportamento do fogo, atual e expectável no futuro próximo. Igualmente, os sucessivos

briefings têm por finalidade reavaliar e reajustar as operações, sempre que se justifique.

Neste sentido, o Despacho n.º 3317-A/2018, de 3 de abril, que procede à Revisão do Sistema de Gestão

de Operações (SGO) estabelece através do seu Artigo 46.º a necessidade de realização dos Briefings

Operacionais, cuja competência e responsabilidade é do Comandante de Operações e Socorro:

«Por forma a garantir um permanente fluxo de informação credível e sincronizado entre todos os

responsáveis no SGO, deverão ser promovidos pelo COS briefings regulares, de acordo com a complexidade

e natureza do TO, com vista a capacitar a verificação da prossecução dos objetivos estratégicos definidos para

a operação em curso, contribuindo para o efetivo comando e controlo.»

Analisando o Relatório de Ocorrência 2018080033743 referente ao incêndio de Monchique nos primeiros

10 dias, verifica-se que foram realizados 25 briefings operacionais, mas a intervalos de tempo muito díspares.

Este dado é importante, pois reflete a coordenação da extinção com base na complexidade do incêndio ou do

modo como o comando avalia esta complexidade e o risco potencial, operacionalizando e (re)colocando os

meios e recursos no teatro de operações.

Com base na análise espacial da evolução do incêndio, constata-se que nos primeiros cinco dias, o fogo

percorreu cerca de 77% da sua área total, tendo praticamente consolidado a sua área final no sétimo dia

(09/08/2018). Nos restantes dias apenas se trabalhou na operação de rescaldo, a qual consome cerca de 2/3

do tempo do trabalho de extinção.

Observando os dados referentes aos briefings operacionais registados no Relatório de Ocorrência

2018080033743, verifica-se que nos dias em que o incêndio mais cresceu, apenas se realizaram cinco

briefings, o que demonstra que as forças envolvidas não seguiram um plano estratégico de ação coordenado

pelo COS. Tal implica que as unidades de combate presentes tenham atuado sem um plano e sem a devida e

necessária coordenação para que os objetivos fossem atingidos, levando a dificuldade na concretização da

missão de cada equipa. O reduzido número de briefings registados e, em particular, a ausência de briefings

entre as 09:30 horas do dia 5 de agosto e as 10:30 horas do dia 7 de agosto, demonstra que o Comando de

Operações subvalorizou o potencial do incêndio.

Figura 25. Distribuição do número de Briefings Operacionais durante o incêndio comparada com a evolução da

taxa de expansão do incêndio. Fonte: Relatório de Ocorrência 2018080033743 - Incêndio de Monchique -

ANPC.

Como se pode observar na Figura 25 verifica-se também que a larga maioria dos briefings se realiza num

período horário coincidente com a inflexão do comportamento do fogo, normalmente de menor intensidade,

nos horários da manhã entre as 07:00 horas e as 10:00 horas e nos horários de transição para a noite e

durante a madrugada, entre as 19:00 horas e as 06:00 horas. Dos 25 briefings realizados, 76% ocorrem nos

melhores horários operacionais para o reforço das operações de extinção, quando o fogo mais facilmente cede