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Aliás, o Sr. Ministro já prometeu apresentar na Assembleia da República, durante o próximo trimestre, um programa de desenvolvimento da actividade desportiva.
Assim, gostava de saber, com este orçamento que tem para o desporto, o que está a pensar fazer em termos de desporto na escola. Está a pensar em tutelar o desporto na escola? Está a pensar em fomentar, em incentivar… Bem sei que essa é, com certeza, a sua vontade, porque nós não conseguimos ter uma efectiva política desportiva, se estas duas situações estiverem separadas.
Portanto, sabendo eu a vontade que tem de fazer algo mais do que aquilo que tem feito até agora - porque, Sr. Ministro, julgo que o senhor tem sido uma "caixa registadora", ou seja, o senhor só tem assumido os compromissos de outros seus antecessores e, neste momento, só anda a pagar (e sinto alguma incomodidade da sua parte, porque o senhor, tendo também tido experiência nos bombeiros, pois teve essa tutela no anterior Governo, anda a "apagar incêndios", ou seja, o senhor anda a resolver os problemas pontuais do movimento associativo, o que, com certeza, é algo incómodo para si) -, gostaria de saber como é que o Sr. Ministro pensa resolver este problema.
Nesta primeira fase, eram estas as minhas perguntas. Se tiver mais alguma dúvida, farei outras perguntas.

A Sr.ª Presidente: - Para responder, tem a palavra o Sr. Ministro da Juventude e do Desporto.

O Sr. Ministro da Juventude e do Desporto (Armando Vara): - Sr.ª Presidente, Sr. Deputado Hermínio Loureiro, vou procurar responder, tão rápido quanto possível, a todas as questões que me colocou.
Em primeiro lugar, quero dizer-lhe que, do nosso ponto de vista, o orçamento ajudará a garantir todos os compromissos assumidos, não tenho disso a menor dúvida. Se tivermos em conta que só o IND vai gerir um orçamento na ordem dos 18 milhões de contos para o próximo ano, talvez isso seja suficiente para dar conta da dimensão dos meios de que dispomos para o futuro. Eles são, no que tem a ver com o IND, sensivelmente iguais aos do ano em curso…

O Sr. Bernardino Soares (PCP): - São menos 100 000 contos!

O Orador: - Se tivermos em conta que o Desporto passa a estar integrado, juntamente com a Juventude, num único Ministério, portanto, com capacidades até, desse ponto de vista, de fazer uma gestão dos recursos que estão afectos ao Ministério de maneira relativamente diferente, nós temos uma margem de manobra que vai permitir-nos, ao longo do ano, fazer a gestão do orçamento, como o fazem a generalidade dos ministérios, fazendo transferências de um lado para o outro, se for necessário, e reforçando ou diminuindo cada um dos programas em função da sua execução.
Portanto, não tenho qualquer preocupação especial de carácter orçamental. Sei também que a decisão de constituir o Ministério implica agora que tenhamos um espaço para a própria construção do Ministério - portanto, o ano de 2001 será também um ano da construção do Ministério. E, com um conjunto de decisões já tomadas, vamos ainda, durante o ano de 2001, aumentar os meios do Ministério.
Dou-lhe um exemplo muito importante para a área do desporto, que tem a ver com o facto de haver alguns programas dispersos por vários ministérios que, ao longo do ano, com os instrumentos jurídicos necessários para isso, vão concentrar-se no Ministério da Juventude e do Desporto: um deles, já decidido, tem a ver com um programa que hoje ainda corre, tem corrido sempre, no Ministério do Ambiente e do Ordenamento do Território e que passará para o Ministério da Juventude e do Desporto, o que implicará que cerca de 1,5 a 2 milhões de contos de um programa de apoio à construção de equipamentos desportivos passe também para o Ministério, o que nos permitirá uma gestão mais integrada - e espero também que, por essa via, mais racional - dos recursos de que dispomos.
Portanto, não tenho qualquer preocupação. Naturalmente, toda a gente gostava de ter mais meios - isso resulta da vida e das necessidades que "batem à porta" do Ministério -, mas estou seguro que vamos conseguir fazer uma gestão que honre os compromissos e que, além disso, não se fique apenas pelo honrar dos compromissos assumidos.
De facto, nós queremos lançar um conjunto de programas e verá que vai ter algumas surpresas. Até posso referir-lhe já uma, que, a nosso ver, é bastante importante: queremos lançar um programa de modernização da generalidade dos clubes desportivos e associações recreativas e de juventude e estamos a trabalhar numa parceria com o Ministério da Ciência e da Tecnologia com o objectivo de, durante o próximo ano, iniciarmos um grande projecto de modernização na área da informação e das novas tecnologias.
Assim, esperamos que as cerca de mais de 10 000 associações com estas características que existem no País, possam, já no próximo ano, pelo menos em um terço delas, entre 3000 ou mais, vir a ter acesso a esse programa, possa ser-lhes fornecido equipamento informático, o software respectivo e formação às pessoas dessas associações que vão funcionar com o sistema informático, tendo como contrapartida da parte dessas associações a ligação à Internet, para que, em todo o País, possa também desenvolver-se a nossa ideia de que Portugal será um país mais desenvolvido e mais capaz se, em todas as partes do território e em todos os sectores de actividade, a aposta na Internet for uma aposta certa.
Isso vai ser feito em parceria com o Ministério da Ciência e da Tecnologia, vamos ter para isso verbas do fundo comunitário e, portanto, isso vai acrescentar também ao que aqui está.
Podia dar-lhe exemplos de outros programas, mas, a seu tempo, teremos condições para falar sobre eles.
Depois, o Sr. Deputado falou nos Jogos Olímpicos, na ambição demonstrada para 2012 e que essa ambição teria sido resultado das preocupações e da ambição demonstrada pelo PSD. Ó Sr. Deputado, não tinha eu ainda falado com ninguém do PSD sobre esta matéria e, em Sidney onde tive de me deslocar, logo três ou quatro dias depois de ter tomado posse, em representação de Portugal a acompanhar a nossa delegação aos Jogos Olímpicos, tive logo a noção de que se tratava de uma área em que era preciso pensar e também tive logo a noção de que o dossier é de tal responsabilidade que não dá para "fazer um número"... Pensar numa candidatura de Portugal aos Jogos Olímpicos não é um número - quer dizer aquilo que vulgarmente se designa por "fazer um número" -, é algo