O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

 

Significa, como o Sr. Deputado Augusto Santos Silva teve ocasião de dizer, que há uma suborçamentação neste orçamento do ensino superior, porque se admite que há verbas para cobrir situações de insuficiência.
Significa também, claramente, a cedência a uma lógica clientelar de pedir ao Ministro da Ciência e do Ensino Superior ou ao Primeiro-Ministro, através, obviamente, de lobbies organizados, e isso é inaceitável e é um retrocesso muito grave.
Além do mais, é absolutamente perverso, como ontem aqui foi referido, que instituições que têm uma boa execução orçamental, que geram receitas próprias, sejam penalizadas por isso e vejam as suas verbas reduzidas. Quer dizer, há uma fórmula, há uma gestão por objectivos, essa gestão é bem feita, não se gasta mais do que o que está orçamentado, pelo contrário, conseguem-se receitas. Esses gestores, essas universidades ou politécnicos, vão ser penalizados. Isto é um absurdo e instala a desordem no ensino superior!
Por outro lado, não posso deixar de referir também a questão da acção social, em que os cortes são brutais. E eu digo isto porque o Sr. Ministro considerou o alargamento da acção social como uma das suas prioridades, inclusivamente o seu alargamento a todos os sistemas de ensino.
Aquando do debate do orçamento na generalidade, tive ocasião de focar alguns números e vou voltar a repeti-los: na acção social, a quebra global é de 9,5%, mas repare que na Universidade de Aveiro é de 18,5%, na Universidade da Beira Interior é de 42,8%, no Instituto Politécnico de Castelo Branco é de 36,4%, em Coimbra é de 44,4% e em Leiria é de 25%. São quebras enormes, que vão significar, em particular, uma penalização dos alunos mais desfavorecidos e que terão, certamente, consequências muito graves ao nível do sucesso escolar e da retenção. E isto, obviamente, agrava o próprio despesismo do sistema, porque alunos que não têm recursos, e que deveriam ter devido à acção social escolar, não os tendo, vão reprovar, vão ficar retidos, o que agrava a ineficácia do próprio sistema.
O Sr. Ministro divulgou, ontem, à comunicação social, certamente para causar algum impacto neste debate, os gastos com alunos em diferentes cursos. Não percebo qual foi a intenção dessa divulgação, porque das duas uma: ou o Sr. Ministro assume que quer rever a Constituição, e assuma-o claramente, e o ensino deixa de ser gratuito, ou tendencialmente gratuito, ou, então, assume que quer aumentar as propinas. Tenha a coragem política de assumir isso claramente, porque, de resto, a revelação desses números deve ter algo escondido e não percebo por que foram divulgados.
Mas, já agora, deixe-me dizer-lhe que o relatório da OCDE, Olhar sobre a Educação, creio que publicado ontem, mostra que o nível de despesa no ensino superior, em Portugal, é igual ao de países como a Turquia e o México e que Portugal é um dos países com a menor percentagem de bolsas de estudo no ensino no ensino superior. Era para estes números que o Sr. Ministro deveria olhar e não para os que tentou passar à comunicação social, para dizer, no fundo, que há cursos que gastam muito dinheiro, que as propinas não chegam, pondo, por conseguinte, em causa a gratuitidade do sistema público, porque é isso que está em causa com essa tentativa de propaganda.
Também não posso deixar de referir algo que preocupa, evidentemente, todos os que trabalham no ensino superior.
São os reitores, de quem o Sr. Ministro tanto desconfia, que dizem que estão em dívida 13 milhões de euros respeitantes aos aumentos salariais que ocorreram na função pública no início do ano. Gostava de ouvir uma palavra a esse respeito, sobre se essa verba já foi transmitida.
Gostava de saber se vão ou não ser possíveis as mudanças de escalão, a promoção de docentes, a passagens para um índice superior e as promoções decorrentes de concursos. É bom que se saiba isso, com clareza e sem qualquer tipo de tibieza.
E, já agora, permita-me também dizer-lhe que não pode criar o clima de desconfiança que está a criar com o Conselho de Reitores e com o Conselho de Presidentes do Politécnico. Já viu o que o Sr. Ministro vem aqui dizer? Que não sabem fazer contas, que deliberadamente ignoram dados fundamentais, que não fazem o trabalho de casa!
Também já reparou no que acontece com as associações de estudantes? Já reparou que há um movimento generalizado de desconfiança criado por si?!
Já reparou que o senhor, em vez de ser ministro do ensino superior, é ministro contra o ensino superior?!
Já reparou que cada vez mais não tem qualquer possibilidade de diálogo com os sindicatos de todos os sectores, desde os do TSD aos da FENPROF?!
O Sr. Ministro não tem a confiança dos sindicatos nem dos estudantes e já conseguiu desbaratar os laços institucionais com os reitores e com os presidentes dos institutos politécnicos, de uma só penada, e está há tão pouco tempo no Governo!
A questão fundamental que se coloca é muito simples: a manter-se este clima, esta suspeição e sendo o senhor um ministro contra o ensino superior, estará, a breve prazo, impossibilitado de exercer as suas funções.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Ministro da Ciência e Ensino Superior.

O Sr. Ministro da Ciência e Ensino Superior: - Sr. Presidente, Sr. Deputado João Teixeira Lopes, nunca o vi tão preocupado comigo!

O Sr. João Teixeira Lopes (BE): - Não é consigo! É com o País!

O Orador: - Não se preocupe! Sinceramente, não se preocupe!
Há um problema que, eventualmente, vale a pena referir, e é esse que quero clarificar neste momento.
Repare, o que eu disse foi que queria um sistema rigoroso e transparente, mas parece que, quando queremos um sistema transparente, há sempre alguém que não o quer e que quer torná-lo mais nubloso.

O Sr. João Teixeira Lopes (BE): - Quem?

O Orador: - Não sei, Sr. Deputado. Pelo menos, o senhor disse que apresentámos preços à comunicação social - e lê mal, porque não quer ler - e que o fizemos para aumentar as propinas…

O Sr. João Teixeira Lopes (BE): - Então, qual é a sua intenção?

Páginas Relacionadas
Página 0030:
  O Sr. Presidente (João Cravinho): - Srs. Deputados, temos quórum, pelo que declaro aberta
Pág.Página 30
Página 0031:
  relativamente a 2002, o Orçamento do Estado apresenta uma quebra estonteante de menos 64,
Pág.Página 31
Página 0032:
  isto é, com uma evolução constante de crescimento do PIDDAC nos últimos anos. Quando
Pág.Página 32
Página 0033:
  vem do orçamento do Ministério da Educação mas, sim, de outros, nomeadamente através das
Pág.Página 33
Página 0034:
  governos - é qualificar e racionalizar a rede escolar, para que as ofertas educativas pos
Pág.Página 34
Página 0035:
  mesmo que a sua grande preocupação era o pagamento dos salários dos professores… O
Pág.Página 35
Página 0036:
  ao Sr. Deputado Luiz Fagundes Duarte e porque as verbas estão aqui, à nossa frente, e o S
Pág.Página 36
Página 0037:
  devo dar-lhe os meus parabéns, porque essa capacidade de ver para além da realidade é alg
Pág.Página 37
Página 0038:
  aberração, vai contra todas as orientações de carácter pedagógico. O Sr. Augusto Sa
Pág.Página 38
Página 0039:
  O Sr. Presidente: - Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado João Teixeir
Pág.Página 39
Página 0040:
  pode permitir, por extensão de interpretação do que é proposto pela Sr.ª Ministra das Fin
Pág.Página 40
Página 0041:
  O Sr. Luiz Fagundes Duarte (PS): - E a cativação? O Orador: - Não queira é pôr a ac
Pág.Página 41
Página 0042:
  Entrando na questão do PIDDAC, queria saudá-lo pela visão estratégica que tem, pela reacç
Pág.Página 42
Página 0043:
  que, enquanto não tivermos um sistema de informação com ligação directa às escolas a func
Pág.Página 43
Página 0044:
  O Orador: - Muito obrigado. Continuo a responder ao Sr. Deputado Gonçalo Capitão que
Pág.Página 44
Página 0045:
  coisas são do pelouro do Ministério da Cultura (dessas sabemos, há 17 leitorados de portu
Pág.Página 45
Página 0046:
  Agora, permitam-me também dizer que, quando, por exemplo, se fecha uma escola porque tem
Pág.Página 46
Página 0047:
  Em termos de necessidades educativas especiais, podemos ocupar uma tarde a discuti-las. M
Pág.Página 47
Página 0048:
  No entanto, principalmente da parte da oposição e de alguns agentes na área da educação,
Pág.Página 48
Página 0049:
  fundamentais; a concretização do Programa de Emergência para o Ensino da Língua e Cultura
Pág.Página 49
Página 0050:
  estou mais preocupado com os pais que não têm a quem deixar os filhos. E ninguém se preoc
Pág.Página 50
Página 0051:
  geográficos, a falta de jardins de infância pela dispersão dos lugares encravados nas mon
Pág.Página 51
Página 0052:
  medidas educativas que julguem mais adequadas do que aquelas que os socialistas utilizara
Pág.Página 52
Página 0053:
  já lhe colocou e o Sr. Ministro já respondeu, em parte, a essa questão, mas pergunto-lhe:
Pág.Página 53
Página 0054:
  Tenho o hábito de nunca dar duas aulas iguais, também não gostaria de ter o hábito de dar
Pág.Página 54
Página 0055:
  disto que vamos poder discutir o que queremos da educação para Portugal e até de confront
Pág.Página 55
Página 0056:
  O Orador: - Sr.ª Deputada, tenho um grande apreço por si, mas há uma característica sua (
Pág.Página 56
Página 0057:
  fazer relativamente a alguns aspectos do Entreculturas, continuo a apoiá-lo. Tenho muito
Pág.Página 57
Página 0058:
  sujeitos à mesma fórmula de financiamento, porque não têm alunos, e que aos Srs. Deputado
Pág.Página 58
Página 0059:
  O Sr. Augusto Santos Silva (PS): - Sr. Presidente, é para completar este esclarecimento.<
Pág.Página 59
Página 0060:
  o Sr. Presidente do Conselho dos Coordenadores dos Institutos Superiores Politécnicos fez
Pág.Página 60
Página 0061:
  do Ministério, todas elas são das próprias instituições. Se, porventura, o quiser, tenho
Pág.Página 61
Página 0062:
  não consegui esclarecê-la, peço-lhe desculpa e estou disposto, depois, a discutir caso po
Pág.Página 62
Página 0064:
  O Orador: - Eu não o interrompi, Sr. Deputado, por isso peço-lhe o favor de manter a mesm
Pág.Página 64
Página 0065:
  dar a uns e tirar a outros, porque a verba é a mesma. Foi a única razão, não houve qualqu
Pág.Página 65
Página 0066:
  alguns reitores mas, com certeza absoluta, vai ser má para outros? Um outro aspecto q
Pág.Página 66
Página 0067:
  Como vê, Sr. Deputado, penso que, desse ponto de vista, eu não podia ser mais claro em te
Pág.Página 67
Página 0068:
  compromissos, deveria ser necessária a inscrição de 7,7 milhões de euros, pelo que ficare
Pág.Página 68
Página 0069:
  da Beira Interior, porque tem um contrato de desenvolvimento para medicina, com 6,5% de a
Pág.Página 69
Página 0070:
  No entanto, o Sr. Deputado provavelmente esqueceu-se de dizer uma coisa: que nas universi
Pág.Página 70
Página 0071:
  internacionais, no sentido da possibilidade do escalonamento desta dívida e estamos a agu
Pág.Página 71
Página 0072:
  permite que estejamos perante um Orçamento ideal. Penso que é um Orçamento que faz uma bo
Pág.Página 72
Página 0073:
  eles deviam ser discutidos internamente. Mas não devíamos ter receio de dizer aos portugu
Pág.Página 73
Página 0074:
  Assim, ao nível dos regulamentos da atribuição de bolsas, pergunto se algum estudante, me
Pág.Página 74
Página 0075:
  quer para os politécnicos, e que, no PIDDAC para 2003, relativamente aos politécnicos, se
Pág.Página 75
Página 0076:
  também de saber onde é que vai buscar o dinheiro para esse fim. O Sr. Presidente: -
Pág.Página 76
Página 0077:
  Inspecção-Geral do Ensino Superior. Quer que eu lhe leia integralmente, Sr. Ministro? Pos
Pág.Página 77
Página 0078:
  No caso das universidades, devo dizer que ainda não consegui identificar a técnica de "ma
Pág.Página 78
Página 0079:
  unidade de gestão, por volta do dia 20 de Novembro, vamos ter mais obras aprovadas. R
Pág.Página 79
Página 0080:
  unidade de gestão, por volta do dia 20 de Novembro, vamos ter mais obras aprovadas. R
Pág.Página 80
Página 0081:
  Srs. Deputados, vamos interromper os trabalhos. Retomaremos a reunião dentro de alguns mi
Pág.Página 81
Página 0082:
  avanço para esta fusão, para que não haja aquilo que muitos criticaram, que é ser feita b
Pág.Página 82
Página 0083:
  decisão vai ser tomada tendo por base os pareceres de várias entidades. Perguntar-me-
Pág.Página 83
Página 0084:
  as explicações dadas pelo Sr. Ministro, pois não é propriamente uma dívida mas, sim, uma
Pág.Página 84
Página 0085:
  Auditório Nacional Carlos Alberto por causa desta transferência. Perante isto, Sr. Mi
Pág.Página 85
Página 0086:
  um aumento de desperdícios e isso acarretasse um aumento de verbas, seria positivo?
Pág.Página 86
Página 0087:
  Contudo, se tivermos em conta que os prazos legais que referi não podem ser encurtados e
Pág.Página 87
Página 0088:
  de novos pólos culturais, e julgo que, este ano, temos de fazer tudo para que Coimbra sej
Pág.Página 88
Página 0089:
  O Sr. Presidente: - Tem agora a palavra a Sr.ª Deputada Luísa Mesquita. A Sr.ª Luís
Pág.Página 89
Página 0090:
  intervenção cultural, os tais onde a intervenção é prioritária para cumprirmos a tal coes
Pág.Página 90
Página 0091:
  O Orador: - … como eu já disse, em resposta a questões anteriores, a consciência clara de
Pág.Página 91
Página 0092:
  melhor para a viabilidade da cultura portuguesa. Como calcula, não sou nada ciumento dos
Pág.Página 92
Página 0093:
  cargos e com outros governos -, está a aumentar e que as contrapartidas internas foram se
Pág.Página 93
Página 0094:
  mas que, pode crer, não está esquecido, está contemplado. Portanto, estes orçamentos
Pág.Página 94
Página 0095:
  seja bastante longo. Por um lado, não é preciso ser de esquerda para gostar de cultura…<
Pág.Página 95
Página 0096:
  participar nestes eventos culturais, o que para nós é fundamental. Por outro lado, co
Pág.Página 96
Página 0097:
  com o Ministério da Educação, de que já aqui falei e de que o Sr. Ministro da Educação ta
Pág.Página 97
Página 0098:
  é um acto profundamente anti-solidário! São esses actos anti-solidários que queremos evit
Pág.Página 98
Página 0099:
  0,5% do Orçamento do Estado, e pelo menos há 10 anos que não estávamos habituados a tão p
Pág.Página 99
Página 0100:
  recuperação do arquivo distrital e a manutenção da actual biblioteca. Por isso, a min
Pág.Página 100
Página 0101:
  número. Nós acreditamos que estejam conscientes deles, mas não são esses os números que n
Pág.Página 101
Página 0102:
  devem favorecer as suas preferências pessoais, mas há, realmente, casos tão gritantes e t
Pág.Página 102
Página 0103:
  Clara-a-Velha está enterrada nas areias do Mondego; também em Santa Cruz já se está a faz
Pág.Página 103
Página 0104:
  Agradeço a todos questões que me colocaram e a paciência que tiveram em ouvir-me durante
Pág.Página 104