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com o Ministério da Educação, de que já aqui falei e de que o Sr. Ministro da Educação também tem falado. Mas há mais a fazer e há aqui algo que nos transcende e que tem a ver com muitas outras instituições, que tem a ver com prioridades incluindo, por que não dizê-lo, prioridades mediáticas.
É porque o grande problema, como já o tenho dito - e com isto não faço crítica alguma aos media -, é que os tempos dos media são diferentes dos tempos da cultura. Toda e qualquer política cultural tem uma forte componente de médio e de longo prazos, sobretudo esta da criação de públicos e de alargamento da procura. E, obviamente, os media, por essência, têm uma situação do curto prazo, porque o que interessa é a notícia do dia.
Portanto, aqui há também uma discrepância que talvez seja possível superar para que esta conquista seja possível e para que a cultura seja considerada uma área fundamental, para além dos episódios do quotidiano, como saber quem é que se demite, quem é que é nomeado, quem é que disse isto ou disse aquilo. Isso, ao nível da política cultural, perdoem-me dizê-lo, é uma pura "espuma", porque passa no noticiário cultural, mas tem muito pouco a ver com cultura, como é evidente. A cultura é muito mais profunda e tem de ser muito mais profunda do que essa "espuma" do quotidiano.
O Sr. Deputado Gonçalo Capitão, a propósito de levar os jovens para a cultura, falou na questão da identidade patriótica portuguesa, nacional. Neste ponto, queria sublinhar a enorme importância da cultura no mundo da globalização, porque a globalização é irreversível do ponto de vista da economia, das tecnologias. Julgo que não está em causa entrar agora, aqui, nesse debate. No entanto, é uma área a salientar se não queremos que a globalização ponha em causa este grande paradoxo (sobre o qual muito tenho reflectido e que o Sr. Presidente me irá dar a oportunidade de, brevemente, aqui tratar) em que a humanidade é una, os direitos humanos são para todos, mas essa unidade só se pode afirmar na pluralidade e, sobretudo, na pluralidade cultural.

O Sr. Lino de Carvalho (PCP): - Muito bem!

O Orador: - Porque as comunidades têm a sua identidade própria - neste caso, estamos a falar da comunidade portuguesa, mas valerá, efectivamente, para outras -, os seus valores e aquilo que hoje se tem debatido muito e que se chama sentimento de pertença, isto é, as pessoas sentem que têm uma ligação para toda a sua vida, que veio dos seus antepassados e que querem transmitir a alguém, e sentem que pertencem a uma comunidade não para excluir os outros, não para a fechar dos outros, mas porque há um sentimento que lhes dá alguma coisa e que lhes permite darem a alguns, que são os mais próximos, sem prejuízo de terem consciência da unidade do género humano.
Este paradoxo, que só aparentemente é contraditório, é fundamental e responde à sua questão, Sr. Deputado. É por aí que temos de caminhar: afirmar, efectivamente, a nossa especificidade. Mas, atenção!, agora, aqui, faço também um distinguo que pode responder a uma personalidade eminente (quem sou eu para a comentar…!) que, há dias, num colóquio na Fundação Gulbenkian, disse que era preciso ter atenção, porque o conceito de identidade cultural pode ser perigoso (não sei qual foi a expressão exacta que utilizou). Eu digo que sim, se for fechado; se quisermos fazer a protecção das identidades culturais, esquecendo que a cultura é um enriquecimento mútuo, uma interacção. Nós, os portugueses, fomos os primeiros globalizadores que descobrimos o mundo, que fizemos a primeira globalização no encontro de culturas e recebemos tanta coisa. Basta irem a um país qualquer para verem a influência enorme que Portugal deixou nas palavras, nos costumes. Alguns ignoram isso, mas outros, como o Japão, sabem-no muito, já para não falar no Brasil, em África e em praticamente todos os países em que tocámos, mesmo os grandes países da Ásia e até alguns países europeus que têm hoje muitos hábitos que consideram, orgulhosamente, como nacionais, mas que alguns deles lhes foram levados pelos portugueses. Não vou dar exemplos, mas talvez saibam em que é que estou a pensar.
Portanto, esta dialógica que nos faça esquecer que a realidade não é uma lógica simples, cartesiana e linear, mas que é dialógica, é que nos pode levar a fazer essa afirmação de uma identidade aberta às influências dos outros, que influencia e que recebe influências, mas que mantém o essencial, que é esta história milenar e aqueles são os seus valores. É isso que devemos manter e afirmar e é isso que, evidentemente, este Governo fará, nesta perspectiva.
O Sr. Deputado pode estar certo de que tudo faremos para que assim seja, mesmo em relação aos jovens que vêm para a cultura, e que, se este aumento de procura acontecer, já não haverá esses casos de peças de teatro de que fala. Mas, atenção! - também quero aqui, se me permite, fazer um aditamento -, porque já há hoje em muitas cidades teatros e festivais que são sucessos totais! Como podem compreender, não vou dizer os nomes, porque posso ferir os outros, mas há hoje festivais de teatro e outros em Portugal na área da cultura que são sucessos e que estão cheios a 100%. Há também espectáculos de teatro em que já não se aplica essa visão que referiu, como aconteceu muito no passado e ainda acontece nalguns casos, de ter mais pessoas no palco do que no público.
Não há dúvida de que, para o ano, como o Sr. Secretário de Estado já referiu e depois poderá explicar, pensamos acentuar o mecanismo das contrapartidas, ou seja, ligar os apoios a contrapartidas, exactamente aos jovens, à formação de público, às escolas, etc., porque isso também nos parece muito ser a solidariedade. A solidariedade não é só regional, como falámos há pouco, mas tem de ser muito importante porque há monumentos que podem ficar esquecidos. Vou citar mais outro caso, para aditar àqueles que já referi há pouco, que já visitei e que, por acaso, era um monumento a que eu estava afectivamente ligado, sem ter nada a ver com aquela terra: a Igreja Matriz de Freixo de Espada à Cinta. Tudo faremos para que essa igreja, emblemática, querida por uma pequena povoação (que é um concelho, mas que hoje tem uns escassos milhares de habitantes), uma maravilha da arte do século XVI, seja salvaguardada e preservada, embora tenha problemas que, efectivamente, teremos de resolver.
Isso é um aspecto da solidariedade, mas a solidariedade também é a eliminação dos desperdícios. Ainda bem que acentuou isso, porque quando se vir desperdícios… Bom, não vou agora aqui citar casos concretos, mas citou o do Teatro Camões e eu poderia citar outros. Admitamos, por hipótese, que se cria uma empresa com as melhores das intenções para fazer não sei o quê muito complicado na área do audiovisual ou noutra área qualquer e que se verifica que essa empresa gastou umas centenas de milhares de contos e, passados uns tempos, se extinguiu. Bom, isto

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