O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

84 | II Série GOPOE - Número: 009 | 25 de Fevereiro de 2010

tenho que confessar — nem por isso. Em matéria de analogia que aqui foi criada, diria que se ficámos ao nível da árvore, algumas intervenções do Partido Socialista ficaram ao nível da cutícula de uma folha de um ramo de uma árvore, que é uma camada superficial da folha, pela ligeireza com que estas temáticas são abordadas ou como se colocam temas que nada têm a ver com o Orçamento em sede de uma discussão que deveria ser centrada no Orçamento e que procurámos que fosse o mais séria possível.
Gostávamos que, nesta ronda final o Sr. Ministro nos pudesse tirar algumas destas dúvidas, que são, de facto, quase existenciais.

O Sr. Presidente (José Gusmão): — Tem a palavra o Sr. Deputado Jorge Seguro Sanches.

O Sr. Jorge Seguro Sanches (PS): — Sr. Presidente, Sr. Ministro, Sr. Secretário de Estado, não queria começar esta intervenção sem antes referir uma notícia de há pouco tempo da Lusa em que a actual líder do PSD diz que Portugal está no mesmo caminho da Grécia. Acho que é de todo importante que a Comissão de Economia tenha em conta que há, de facto, dois discursos sobre o País, dois discursos e duas análises sobre uma situação que todos conhecemos, que tem dificuldades externas e internas, mas que há duas perspectivas completamente diferentes de as enfrentar. Aliás, mesmo o Partido Social Democrata tem grandes divergências sobre a forma como as deve enfrentar, porque, desde logo, nem sequer quanto à liderança consegue encontrar — passado este tempo todo — não só uma pessoa, mas encontrar um programa que seja capaz de ajudar o País a chegar à frente.
O Partido Social Democrata tem uma dificuldade enorme nesta questão, porque tem uma má consciência em relação ao tempo em que esteve no Governo. E essa má consciência, acima de tudo, revela-se quando se fala em empresas. O PSD, que hoje diz querer apoiar as empresas, que hoje diz que não chegam todos os apoios (e todos nós queremos dar mais apoios), quando a Europa crescia, arranjou uma crise económica e financeira na qual Portugal tinha um crescimento negativo.
Agora, existindo uma crise internacional bastante volumosa, que abrangeu todos os países do mundo, todos os países da Europa, chegamos à conclusão que Portugal, apesar de tudo, tem indicadores muito melhores que outros países. O PSD não consegue aceitar esta questão, sendo por isso que vem com um discurso contra a confiança dos portugueses, contra as empresas e contra as famílias. A recuperação portuguesa, a existir, partirá precisamente dos portugueses, das empresas e das famílias, e é isto que custa ao PSD.
Confiança, inovação, apoio aos sectores tradicionais, apoio ao turismo, apoio à exportação, apoio ao sector da energia — são áreas que consideramos essenciais para o crescimento económico e para termos mais emprego no nosso País. Esse é o grande objectivo deste Orçamento do Estado, que para nós é um Orçamento de rigor, de compromisso, de solidariedade social como nunca esqueceremos. Para o PSD é muito complicado reconhecer isso. O PSD não é sequer coerente com essa perspectiva absolutamente negativista e com aquilo que diz que quer votar. O PSD não tem sequer um rumo quanto a essa questão.
Em relação aos partidos que estão à esquerda do PS nesta questão, gostávamos de ver propostas razoáveis, exequíveis no País em que vivemos, e não propostas absolutamente irresponsáveis de aumento da despesa.
Para terminar, Sr. Ministro, agradeço as explicações que nos deu.

O Sr. Presidente (José Gusmão): — Tem a palavra o Sr. Deputado Hélder Amaral.

O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr. Ministro da Economia, da Inovação e do Desenvolvimento, agradeço-lhe as respostas que acabou por dar sobre a Caixa Geral de Depósitos, no entanto ficaram ainda algumas por dar. Por isso, gostava de fazer apenas uma referência breve a algumas delas.
De facto, continuamos à espera de que possa haver uma avaliação. Vejo alguma bondade nas ajudas do Governo, reconheço o esforço, mas, se a crise se prolongar um pouco mais, talvez não tenhamos capacidade de ir até ao fim. Portanto, a ideia era a de sermos mais selectivos, eventualmente, mais certeiros até e evitar alguns desperdícios.

Páginas Relacionadas