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8 DE FEVEREIRO DE 2008

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PROJECTO DE LEI N.º 297/X (1.ª)

ESTABELECE O REGIME JURÍDICO DA SEGURANÇA SOCIAL DOS TRABALHADORES DAS

PEDREIRAS, ANTECIPANDO A IDADE DE ACESSO À PENSÃO POR VELHICE

Exposição de motivos

As condições de especial penosidade e o ambiente nocivo em que se desenvolvem certas actividades

profissionais têm sido reconhecidas na legislação portuguesa desde o início da década 70. Foi nessa altura

que começou por ser considerado o direito de antecipação da idade de acesso à pensão por velhice para os

trabalhadores de interior na indústria mineira, tendo esse regime sido alargado a outras actividades de apoio

nessa indústria, desde que exercidas no subsolo com «carácter habitual e predominante».

Este regime especial foi posteriormente integrado num quadro normativo único (Decreto-Lei n.º 195/95, de

28 de Julho), contemplando as disposições indispensáveis à concretização dos direitos reconhecidos aos

trabalhadores das minas, o qual veio também permitir que, em casos excepcionais devidamente

fundamentados, o regime especial criado pudesse ser igualmente aplicável aos trabalhadores do exterior das

minas.

Mais recentemente, o Decreto-Lei n.º 28/2005, de 10 de Fevereiro, veio determinar a extensão do regime

criado pelo Decreto-Lei n.º 195/95, de 28 de Julho, aos trabalhadores da Empresa Nacional de Urânio, SA.

Tratou-se de aplicar o estipulado na alínea b) do n.º 2 do artigo 22.º e no artigo 24.º do Decreto-Lei n.º 329/93,

de 25 de Setembro, com as alterações e redacção introduzidas pelo Decreto-Lei n.º 9/99, de 8 de Janeiro, à

situação dos trabalhadores da ENU, SA. Nesta empresa, entretanto dissolvida, foi reconhecido que, pelo facto

dos seus trabalhadores terem exercido funções nas «áreas mineiras e anexos mineiros ou em obras e imóveis

afectos à exploração mineira», deveria ser aplicável o n.º 3 do artigo 2.º do Decreto-Lei n.º 195/95, de 28 de

Julho, que determina o regime de antecipação da idade de acesso à pensão de velhice por «excepcionais

razões conjunturais que tornem necessária uma protecção específica» dos trabalhadores.

Desde há alguns anos que se coloca a necessidade de criar um regime legal que beneficie, de forma em

tudo semelhante aos regimes até agora referidos, os trabalhadores das pedreiras existentes em Portugal.

É reconhecida a especial penosidade de trabalho dos trabalhadores que desempenham a sua actividade

nas designadas «minas a céu aberto» ou «em galeria». Não obstante a evolução tecnológica registada nas

últimas décadas e a atenção que é hoje prestada às condições de trabalho existentes em todas as áreas

produtivas, a verdade é que o problema, para os trabalhadores das pedreiras, não tem apenas e directamente

a ver com a natureza desgastante ou a dureza da sua profissão. De facto, o que há sobretudo a sublinhar e a

atender nesta actividade é o ambiente de trabalho e a perigosidade do ar respirado, em condições que fazem

aproximar esta situação daquelas em que trabalham os trabalhadores de interior da indústria mineira.

Isto mesmo foi, aliás, expressamente reconhecido pelo Centro Nacional de Protecção contra os Riscos

Profissionais (CNPRP) desde há bastantes anos. Concretamente, no seio do CNPRP, designadamente do seu

Departamento de Avaliação e Prevenção de Risco Profissionais (DAPRP), têm sido produzidos estudos que

permitem concluir que «inerente ao funcionamento das empresas de exploração de pedreiras existe o risco

generalizado da silicose» e, igualmente, o da surdez.

Em 2001 (em Outubro deste ano) era o próprio Ministro do Trabalho e da Solidariedade Social quem

tornava públicos quadros confirmativos daqueles riscos e que, pela sua relevância, entendemos dever

reproduzir no que respeita ao risco da silicose.

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