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dizer que, não é possivel que estejam feitos com os elementos que temos, e que por consequencia mal; cabe ao governo responsabilidade por não ler feito aquillo que não podia absolutamente fazer. Por consequencia, sr. presidente, não vale a pena incommodar a camara por mais tempo com uma questão que me parece que está prevenida pelos proprios actos da camara, é portanto serra inutil que eu estivesse a consumir o tempo de que se carece para tanta cousa importante. A questão está resolvida pelos precedentes, faça agora a camara aquillo que tem feito por outras vezes.

O sr. Arrobas: — Peço a palavra.

O sr. Presidente: — Já fallou duas vezes.

O sr. Arrobas: — Da primeira vez foi para mandar uma proposta para a mesa, e pedi a palavra sobre a ordem.

O sr. Presidente: — Não pediu sobre a ordem, pediu sobre a questão, e concluiu mandando uma proposta para a mesa, que não foi admittida á discussão; por consequencia, querendo outra vez a palavra não posso deixar de consultar a camara sobre se lh'a concede.

Consultada a camara decidiu affirmativamente.

O sr. Arrobas: — Não tomarei muito tempo á camara; direi apenas duas palavras. Sr. presidente, o caso do sr. Baldy não tem relação nenhuma com aquelle de que se tracta. Então pedia o governo um deputado para ir exercer o logar de governador de uma praça de guerra na fronteira, da primeira praça de guerra que lemos; o bem do serviço podia exigir que aquelle sr. deputado fosse exercer esta commissão; o governo podia ter razões fortes para fazer esse pedido, e que não fosse conveniente apresenta-las na camara; e se eu aqui estivesse nessa occasião, talvez votasse pelo pedido do governo; por consequencia o caso do sr. Baldy não se parece nada com este.

Em quanto ao sr. ministro dizer que é assim que se fazem estradas, e que não ha o pessoal necessario, direi eu, que na estrada do Alemtejo não tem deixado de o haver; ha tres ou quatro annos que existem trabalhos nessa estrada; tem lá estado cinco ou seis engenheiros; tem-se feito tres legoas de estrada, e gasto cento e tantos contos, e eu peço a s. ex.ª que me diga se a estrada ha de passar por Canha ou pelos Pegões? S. ex.ª não o sabe ainda... (O sr. Ministro das obras publicas: — Sei, sei) Pois então eu peço a s. ex.ª que mande para aqui o projecto dessa estrada. Eu estou persuadido que apesar de haver naquella estrada trabalhos ha tres ou quatro annos apesar de lá terem estado uns poucos de engenheiros e conductores de trabalhos, e de se terem gasto cento e tantos contos tendo-se apenas feito treze legoas de estrada, não se sabe ainda a direcção que a estrada ha de seguir nos areaes, nem o custo de cada legoa.

Sr. presidente, se o systema de grandes emprezas tem produzido mau effeito no nosso paiz, e pela maneira porque elle tem sido levado á practica.

Não quero faltar á promessa que fiz á camara, de não gastar muito tempo, e por isso não continúo nos meus raciocinios; e concluo dizendo que o caso do sr. Baldy, trazido pelo sr. Ministro, não tem paridade para o caso presente; e se os projectos para as estradas não estão ainda feitos, é um grande erro que se tem commettido, porque havia lá pessoal de mais para elles se fazerem.

Não havendo quem mais pedisse a palavra, julgou-se a materia discutida, e foi approvada a proposta.

O sr. Ministro da fazenda (Fontes Pereira de Mello): — Se v. ex.ª me permitte, aproveito a occasião de mandar para a mesa a seguinte

Proposta: — O governo pede á camara, dos srs. deputados, que permitta que os srs. deputados, Antonio dos Santos Monteiro, e Custodio Manoel Gomes accumulem, querendo, as suas funcções de deputados com as que exercem nas alfandegas Grande de Lisboa, e Municipal. = Antonio Maria de Fontes, Pereira de Mello.

Foi admittida, e approvada sem discussão.

O sr. Secretario (Rebello de Carvalho): — Segundo a determinação da camara, fui hontem, desannojar o sr. deputado Cunha Sotto-Maior.

ORDEM DO DIA

Continuação da eleição de commissões.

Foi lida na mesa a seguinte

Proposta: — Proponho que se vote em duas commissões, em urnas separadas, com uma só chamada. = D. Rodrigo de Meneses.

Foi admittida, e approvada sem discussão.

Procedeu-se á eleição das commissões de obras publicas e de administração publica.

Corrido o escrutinio, verificou-se terem entrado na urna para a eleição da commissão de obras publicas 71 listas, das quaes 7 brancas e 1 irregular, e saíram eleitos com a maioria absoluta

Os srs. Lobo d'Avila... com 62 votos.

Camarate................... 61 »

D. Rodrigo de Menezes...... 56 »

José Estevão............... 54 »

Julio Pimentel............. 53 »

Mamede..................... 53 »

Julio Guerra............... 47 »

E para a commissão de administração publica, tendo igualmente entrado na urna 71 listas, das quaes 10 brancas e 2 irregulares, saíram eleitos com a maioria absoluta

Os srs. A. J. d'Avila... com 58 votos.

Silvestre Ribeiro........... 56 »

Teixeira de Queiroz......... 52 »

Sousa Pires................. 51 »

Rivara...................... 50 »

Rodrigues Sampaio........... 48 »

Nogueira Soares............. 40 »

O sr. Presidente: — Segundo a decisão que a camara acaba de adoptar, devia proceder-se agora á chamada para a eleição das commissões ecclesiastica e de guerra; mas não sendo conveniente que o escrutinio de alguma destas commissões fique por apurar, visto a hora achar-se adiantada, parece-me melhor proceder-se só á eleição da commissão ecclesiastica (Apoiados); e ámanhã se continuará no methodo adoptado. (Apoiados) Neste caso, visto que a camara concorda, vai proceder-se á eleição da commissão ecclesiastica.

O sr. Santos Monteiro (Sobre a ordem): — Attendendo á importancia das materias que a commis-