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Governo, desafio novamente a opposição, que tem feito isto ? Sr. Presidente, pois quando um Governo tem da sua parte os factos, que não podem ser con-tradictos; pois quando o Governo diz á opposição — mostrai que marchasteis nesta estrada, argumentai com os factos, para terdes direilo a ser acreditados, como se podem vir apresentar programmas fundados só em generalidades e vãs palavras?
Sr. Presidente, nós não somos arrogantes, nós não somos pouco generosos com os Deputados da opposição por serem poucos, comoS.Ex." quiz inculcar: tal accusação não se nos pôde fazer. Mas o que e' para admirar é que esses poucos da opposição lenham a arrogância de querer escravisar o nosso pensamento, e de nos levarem a pensar inteiramente como elles. (apoiados) Pois só o Sr. Deputado pôde bater no peito para dizer que tem razão ? Pois só elle entende que diz a verdade, como lhe ouvimos ha pouco: uo que eu digo é a verdade, e só a verdade?» Pois tudo o que d'aqui se diz é a mentira? Sr. Presidente, venha a analyse, a demonstração; e não se apresente a opposição, no meio de duas generalidades, a querer lançar o odioso sobre seus contrários?
Sr. Presidenle, lambem não temos orgulho satânico. Já este Ministério, já a maioria que o sustenta, adoptou pensamentos que tinham lido origem na opposição. Mas a desgraça para o nosso paiz é que, apenas um pensamento da opposição e' adopladopelo Governo, ou pela maioria, logo esse pensamento fica sendo tido pela mesma opposição que anles o adoptara, como uma desgraça para o paiz. (Vozes: — É exacto). Dous factos vou apresentar; e novamente lanço a luva á opposição para que me contradiga. A lei das estradas, em que principalmente tinha lido parte o nobre Deputado, essa lei que foi aqui discutida e appprovada, tem sido o fundamento principal com que a opposição, (não me refiro aquelle lado; fallo em geral) lem pertendido sublevar os povos contra o Governo, (apoiados) Ainda hoje recebo as communicações officiaes das auctoridades, em que me dizem que os povos por toda a porte são seduzidos, persuadindo-os que não devem pagar o imposto para as estradas; por toda a parle se servem desle pretexto para os sublevar conlra a ordem publica.
Sr. Presidente, mais ainda. Do lado da opposição se levantou a bandeira da decima de repartição; e, por desgraça nossa, que difficuldades se eslão levantando pela opposição, contra esla medida? Por Ioda a parte se pertende fazer vêr aos povos, que não devem dar as declarações exigidas pela lei; por toda a parle andam missionários encarragados desta missão. Eis aqui a desgraça do nosso paiz, que apenas a maioria segue um pensamento da opposição, desde logo esse pensamento fica sendo um crime, desde logo esse pensamento fica sendo guerreado pelos mesmos que o haviam sustentado.
Resumindo: o prometlido programma da opposição reduz-se a dous únicos pontos; Governo representativo que seja uma realidade; e economia nas despezas do Estado. Quanto ao primeiro, quando forem discutidas as medidas do Governo, que tornem esse Governo representativo uma realidade, desejarei vêr qual e o pensamento da opposição: quanlo ao segundo, lancei a luva á opposição; levanle-a, se quizer, e venha á discussão, porque protesto que ha de ficar plenamente confundida.
Sr. Presidente, uma única observação devo ainda fazer, e vem a ser sobre a asserção d'um nobre Deputado, de que a obrigação do Governo é ír procurar os servidores do estado a todos os partidos, sem differença de côr politica. Sr. Presidente, é esle um principio exccllente em lheoria, mas que já foi combatido pelo Sr. Garretl nesla sessão. (O Sr. Garrett: — Peço a palavra). Porque o nobre Deputado foi o primeiro a reconhecer que o Governo não podia deixar de estar revestido do direilo de servir-se unicamente com os empregados publicos, que estivessem d'accôrdo com elle em politica, o lhe não causassem estorvos na marcha dos negócios. E poderá o Sr. Deputado sustentar a opinião conlraria ? Quererá aqui uma republica de Platão? Pois não vê o que se passa em lodos os oulros paizes, em que ha Governo representativo? Não vê alli differentes partidos, como os whigs, os lories, os conservadores e os radi-caes ? Pois que fazem lodos os Governos ? Praticam um acto de necessidade; chamam a seu lado os empregados em quem teem toda a confiança. Eis aqui o que lem feito este Governo; nem se lhe pôde contestar um lai direito. Mas se este principio tem sido admillido e sanctificado, quando é desenvolvido por outros Ministérios, porque o não é igualmente agora? É porque, segundo observei, a opposição reputa crime ludo o que vem deste lado: ale hoje ainda a não vi approvar cousa alguma que viesse do Governo, por essa opposição sancta c justa, que promette apoiar as medidas do Governo, quando ellas forem vantajosas ao paiz. (O Sr. Derramado :—Apoiado). Confio muito do nobre Deputado; porque, na minha opinião, elle não pertence á opposição; conhe-ço-o ha muilos annos, e sei que elle explica sempre as suas opiniões, c não segue o programma constante da opposição, que tem sido dizer sim, quando o Governo diz não, e dizer não, quando o Governo diz dm. (Muitos apoiados)
O Sr. Presidenle:—A ordem do dia para a sessão seguinte é a formação da lista quinlupla para a nomeação de Presidente e Vice-Presidente ; e a eleição de Secretários e Vice-Secretarios. Está levantada a sessão. —Eram quatro horas e um quarto da tarde.
O 1." Redactor,