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3564 I SÉRIE- NÚMERO 106

O Sr. Barbosa de Melo (PSD): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Em nome do Grupo Parlamentar do PSD, quero expressar de uma forma muito sintética o sentimento da minha bancada.
Estamos a evocar aqui, no último acto da sua vida entre nós, duas grandes figuras. Gostaria de destacar, de modo especial, a figura de Afonso de Barros, antes de mais - e estes sentimentos também contam, e hão-de contar nesta Casa - porque é, além do lutador pela democracia que foi ao longo da sua vida, filho de um ilustre democrata que ocupou, Sr. Presidente, essa cadeira durante a Assembleia Constituinte, um período de grande nobreza, de grande luta e de compensação de muitas lutas.
Posso testemunhar, em muitas circunstâncias, que o Professor Henrique de Barros tinha uma especial ternura por este seu filho, Afonso, que fez um percurso da envergadura e em correspondência exacta com a do pai: foi um universitário ilustre, um cientista de renome e que, por último, também se lançou na construção de um lado do sistema educativo em Portugal, que andou durante tantos anos desaparecido - o lado do ensino superior privado.
É evocando estes particulares de uma vida feita de luta, como foi a de Afonso de Barros, é evocando o seu contributo para a democracia e a sua fidelidade à ciência, que, em nome do Grupo Parlamentar do PSD, dirijo à família os nossos mais sentidos pêsames.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Jorge Lacão.

O Sr. Jorge Lacão (PS): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Inclinamos o nosso respeito, a nossa memória, a nossa admiração, perante a insigne figura da cultura que foi o Dr. Afonso Botelho e comungamos da expressão de pesar que esta Câmara certamente vai exprimir relativamente à personalidade que agora nos deixa.
Mas permitam-me, Srs. Deputados, que evoque, com particular emoção, minha e da bancada do Partido Socialista, a memória do Dr. Afonso de Barros. Filho de quem é, como agora nos lembrava o Professor Barbosa de Melo, representante de uma escola de democratas, lutador de sempre pela liberdade, pelos grandes valores do civismo, da democracia e do respeito pelos direitos do homem, o Dr. Afonso de Barros, que teve uma vida de resistente, de activo dirigente associativo e académico, de militante político sempre civicamente empenhado, de insigne universitário, de investigador, de lutador pela grande causa da cultura, do ensino e do Portugal moderno, é alguém que simboliza um exemplo certamente a tomar para as novas gerações.
Ao evocarmos, Sr. Presidente e Srs. Deputados, a memória do Dr. Afonso de Barros aqui fazemos o voto de que ele sirva também de exemplo às gerações para as quais temos o dever de trabalhar. Além do mais, a morte do Dr. Afonso de Barros representa uma dor que atingiu também a bancada do Partido Socialista e que, estou certo, será compreendida e acompanhada pelos demais Srs. Deputados das restantes bancadas.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Lino de Carvalho.

O Sr. Lino de Carvalho (PCP): - Sr. Presidente e Srs. Deputados, neste momento de pesar, expresso nos

votos que estamos a debater, começo por registar o falecimento do Dr. Afonso Botelho que, mal-grado as nossas divergências ideológicas profundas, homenageamos como figura da cultura nacional.
Mas permitam-me também que me debruce particularmente sobre a figura do Dr. Afonso de Barros. Conheci pessoalmente o Dr. Afonso de Barros, conheci Afonso de Barros no seu percurso político, conheci Afonso de Barros no seu percurso como estudioso e investigador das ciências sociais. Se é verdade que os nossos percursos políticos não seguiram a mesma estrada, a verdade é que convergiram muitas vezes, antes e depois de Abril, na luta e no combate intransigente em defesa da democracia e da liberdade.
Por outro lado, enquanto investigador, Afonso de Barros caracterizou-se por uma grande exigência, um grande rigor e um grande equilíbrio. Acompanhei de perto o seu trabalho sobre a reforma agrária com que fez a sua tese de doutoramento e que deu lugar a uma obra que é hoje um instrumento indispensável de consulta para quem se queira debruçar sobre essa apaixonante transformação do tecido fundiário no sul do país. E testemunhei pessoalmente a sua isenção e equilíbrio na busca dos factos e das interpretações.
Neste momento doloroso, em nome do Grupo Parlamentar do PCP, quero testemunhar à Câmara, ao Partido Socialista, e em particular à sua companheira e nossa colega Deputada Maria Carrilho, as nossas condolências e a nossa profunda tristeza pelo desaparecimento do Dr. Afonso de Barros. O mesmo queremos expressar à família do Dr. Afonso Botelho.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Jorge Ferreira.

O Sr. Jorge Ferreira (CDS-PP): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: O Grupo Parlamentar do Partido Popular associa-se a este voto de pesar que estamos a discutir e endereçamos, especialmente ao Grupo Parlamentar do Partido Socialista, as nossas condolências relativamente ao falecimento do Dr. Afonso de Barros com o pedido de que as transmitam à nossa colega Deputada Maria Carrilho.
Estamos aqui a falar de duas pessoas que, cada uma à sua maneira, foram, acima de tudo, um testemunho de que é possível, com elevação, dignidade e qualidade, trazer valor acrescentado à vida pública portuguesa, à vida cultural portuguesa e à vida política portuguesa, de tal forma que é possível, quando chega o momento do seu desaparecimento, repararmos que ambas farão falta ao país, que todos estamos tristes com o seu desaparecimento e que a vida pública e cultural e portuguesa estão mais pobres.
Penso que é isto o mais importante a sublinhar destes dois exemplos que estamos a testemunhar e, por isso, associamo-nos na consternação que todos os grupos parlamentares acabam de exprimir relativamente ao desaparecimento de ambas as figuras da vida portuguesa.

O Sr. Presidente: - Srs. Deputados, depois das intervenções, o voto será uma mera formalidade, mas que tem de se cumprir.
Vamos, pois, votar o voto n.º 39/VII - De pesar pelo falecimento dos Drs. Afonso Botelho e Afonso de Barros.

Submetido à votarão, foi aprovado por unanimidade, registando-se a ausência de Os Verdes.

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