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1496 | I Série - Número 37 | 18 de Janeiro de 2001

 

de Setúbal, pelo qual passaram gerações e gerações de actores. Era um activista no domínio cultural e foi também um activista na política. Recordo, com saudade, o período em que ele exerceu funções executivas na autarquia de Setúbal, nomeadamente durante a última campanha eleitoral para a Assembleia da República.

O Sr. Luís Marques Guedes (PSD): - Muito bem!

O Orador: - E é por tudo isto, Sr. Presidente, mas também pelas qualidades pessoais de Carlos César, pela sua simpatia, pela sua simplicidade e pela sua frontalidade, que nos associamos a este voto e que quero dirigir à sua família as nossas condolências, condolências também extensivas ao partido em que militava, o Partido Socialista.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Francisco Louçã.

O Sr. Francisco Louçã (BE): - Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, a bancada do Bloco de Esquerda associa-se e acompanha este voto e, dessa forma, apresentamos as nossas condolências à família, aos companheiros de teatro, de profissão, aos companheiros de partido e, sobretudo, talvez, a todos os que amaram o teatro que Carlos César procurou fazer brilhar.
Foi dito, e bem, por vários dos que intervieram no debate até agora que Carlos César foi conhecido pelas suas colaborações em filmes e, sobretudo, em séries de televisão. É certo, mas é certo também, e isso foi dito, que ele fez muito pelo desenvolvimento do teatro na sua terra e é talvez nessa qualidade, em primeiro lugar, que temos de o homenagear. Talvez tenhamos de nos perguntar, no momento de prestar esta homenagem, se não é certo que essa criação cultural, que é feita em tantas cidades deste país com tão poucas condições, não tem sido, não foi e não continua a ser uma das condições para o seu desenvolvimento e para a sua presença na vida nacional. Foi o teatro, foi a cultura local e, por vezes, foi também a universidade que mantiveram e desenvolveram a vida social em cidades como Évora, Castelo Branco, Tondela ou, neste caso, Setúbal.
Por isso, ao homenagear Carlos César, creio que estamos a sublinhar, sobretudo, entre muitos dos contributos que ele deu para a cultura nacional, esse esforço persistente e tenaz para desenvolver uma cultura que se pode fazer mesmo sem subsídios ou com poucos subsídios e, seguramente, sempre com muitas dificuldades, em qualquer local do País.
Homens desta fibra e os homens e mulheres que a ele se juntaram para fazer este Teatro de Animação de Setúbal provaram que era com vontades livres que se fazia a descentralização cultural. Ao homenageá-lo, devemos lembrar-nos e homenagear também este enorme esforço que herdamos neste momento.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra a Sr.ª Deputada Odete Santos.

A Sr.ª Odete Santos (PCP): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Penso que se o Carlos César nos pudesse ouvir, gostaria que aqui se recordasse a fundação do Teatro de Animação de Setúbal, que ele frequentemente recordava, juntamente com os seus companheiros António Assunção, Carlos Daniel e Francisco Costa. Destes quatro que fundaram o Teatro de Animação de Setúbal, apenas um está vivo.
O Carlos César, como qualquer pessoa do teatro, era supersticioso e quase que antevia a sua morte, tendo dito que iria morrer bem cedo. Infelizmente assim sucedeu. Ele era o pilar do Teatro de Animação de Setúbal, como toda a gente sabe, e, seguramente, este teatro vai sentir muito a sua falta. Isto é um lugar comum, mas a melhor maneira de homenagear os mortos é pegando nas mãos o facho que os mortos transportaram, ou seja, neste caso concreto, a luta pela descentralização teatral e pelo estabelecimento na província de uma forma de arte revolucionária. Isto porque a província não pode vir a Lisboa ver teatro e tem, por isso, direito a que essa descentralização seja feita com os apoios necessários, do ponto de vista económico, financeiro e logístico. Se é um facto que se pode fazer um teatro pobre, a verdade é que as pessoas que aí vivem precisam de se cultivar e os actores precisam de estudar e precisam de subsistir.
Carlos César morreu quando estava envolvido numa luta com mais 31 companhias de teatro de todos os pontos do País, duas das quais do distrito de Setúbal. É o caso do teatro de Sines, ao qual foi totalmente cortado o subsídio, e é também o caso do Teatro de Animação de Setúbal, ao qual foi substancialmente cortado o subsídio. Com mais essas 30 companhias, estava o Carlos César envolvido numa luta para que fosse prestada justiça às companhias de teatro, muitas delas de descentralização teatral, embora outras fossem de Lisboa, para que o teatro pudesse sobreviver dignamente. Penso, por isso, que a melhor maneira de o homenagearmos é continuando essa luta para que ao teatro seja reconhecida a sua dignidade.
Associamo-nos, portanto, a este voto de pesar e apresentamos ao Partido Socialista, do qual ele era militante, os nossos pêsames.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra a Sr.ª Deputada Heloísa Apolónia.

A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): - Sr. Presidente, Srs. Deputados, o Grupo Parlamentar de Os Verdes associa-se a este voto de pesar pela morte de Carlos César.
Creio que será justo afirmar que os setubalenses se orgulhavam bastante de ter na sua terra este actor. Carlos César era, de facto, muito reconhecido em Setúbal, mas também em todo o País, como já aqui foi referido. Carlos César emprestou todo o seu talento e muita da sua vida ao teatro e à arte de representar. Creio que o Teatro de Animação de Setúbal, que este actor ajudou a nascer, a construir e a consolidar, ficou mais pobre e, em nome do Grupo Parlamentar de Os Verdes, quero aqui expressar as nossas mais sentidas condolências à família do actor, ao Teatro de Animação de Setúbal e também ao Partido Socialista.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares.

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