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1107 | I Série - Número 028 | 19 de Dezembro de 2001

 

Os resultados destas eleições, se permitem um primeiro momento de euforia, devem amplamente justificar um segundo momento de profunda responsabilidade. Nós cremos que o nosso país está a atravessar uma curva difícil, talvez uma das mais difíceis do tempo recente em que temos vivido. É uma curva difícil, com dificuldades gravíssimas a nível da despesa pública, a nível do prestígio das instituições, a nível da própria autoridade do Estado, a nível da gestão de sectores essenciais à vida colectiva.
É por isso que estes resultados recomendam prudência, um alto sentido de Estado e também que não haja soluções de facilidade e não se pense que estão ganhas as eleições legislativas. As eleições legislativas serão a seu tempo e serão ganhas quando forem contados os votos. Para essas eleições, o CDS entende, como sempre o dissemos, que Portugal necessita de uma mudança alicerçada num projecto capaz de reunir as forças válidas do centro e da direita, um projecto susceptível de catalisar o nosso país para uma mudança, e uma mudança partilhada, capaz de criar uma nova era e um novo élan em Portugal, a mesma mudança que houve no Porto, em Coimbra, em Cascais, em Sintra, em Gaia…

Vozes do PSD: - E em Lisboa!

O Orador: - Lisboa foi a excepção, a regra foi a das coligações! Os centros urbanos foram todos ganhos pelo nosso apoio - todos! Aliás, em Trás-os-Montes, não teriam uma câmara se não fosse o apoio do CDS! Não se esqueçam disso!

Protestos do PSD e contraprotestos do CDS-PP.

Lisboa foi a excepção! Repito: no Porto, em Coimbra…

Protestos do PSD e contraprotestos do CDS-PP.

O Sr. Presidente: - Srs. Deputados, agradeço que oiçam em silêncio!

O Orador: - Eu repito, Sr. Presidente!
Como eu dizia, no Porto, em Coimbra, em Cascais, em Sintra, em Gaia, em Penafiel, em Vila Nova de Paiva, em Ribeira de Pena…

Protestos do PSD.

Eu repito, se for necessário!
É esse o exemplo que esses militantes e que essas situações nos dão e que nos apontam o caminho do futuro! Se o caminho do futuro for o isolamento e a arrogância, mal vai o nosso país e daí decorrerão muitas surpresas!
Nós lutamos por um entendimento sério entre partidos autónomos e fundadores da democracia, não queremos entendimentos baseados na ambição! Não queremos apenas entendimentos baseados em frustrações e, se me é permitido um conselho, tenham sempre muito cuidado com aqueles que vos querem oferecer este partido numa bandeja! Este partido fez-se em 1975, fez-se a combater; este é um partido de combate e não se esquece que é um combate que nós iremos travar!

Vozes do CDS-PP: - Muito bem!

O Orador: - E, nesse combate, este partido tem a experiência, o sentido de Estado, o sentido de Nação necessários para o travar, com a convicção e a força que nem o resultado destas eleições lhe tiraram!
Vamos construir o futuro sem arrogâncias, com sentido de Estado - para isso, estamos disponíveis. Se é para vampirizar, se é para fazer da política apenas e só um palco de ambições, não contam connosco!

Protestos do PSD.

O CDS tirará destas eleições todas as consequências. E, já que falaram em Lisboa, faço dois apontamentos. Em Lisboa, o Dr. Paulo Portas teve, para a câmara municipal, 7,5% dos votos, mais de 9% para as assembleias de freguesia e mais de 8% para a assembleia municipal. A maioria é repartida entre dois partidos e há um vereador que faz a maioria. O Dr. Paulo Portas - isto é muito importante - fez tudo o que era possível, como nós também fizemos, para que se verificasse outra situação, pelo que estamos claramente à vontade para vos dizer que,…

Vozes do PSD: - Não é verdade!

O Orador: - … da nossa parte, as eleições autárquicas passaram. Temos um país pela frente, com dificuldades sérias para resolver e podemos fazê-lo em termos de projecto ou em «capelinha», em termos de ambição própria. Já vimos o que isso deu e esperamos que todos, mas mesmo todos, aprendamos com os erros que cometemos e que todos possamos dar uma esperança nova a Portugal e aos portugueses!

Aplausos do CDS-PP.

O Sr. Presidente: - Para pedir esclarecimentos, tem a palavra a Sr.ª Deputada Manuela Ferreira Leite.

A Sr.ª Manuela Ferreira Leite (PSD): - Sr. Presidente, Sr. Deputado Basílio Horta, não posso deixar de o cumprimentar pela intervenção que acabou de fazer, de lhe agradecer as palavras iniciais que nos dirigiu e, obviamente, de fazer algum comentário às suas observações sobre a intervenção do meu companheiro Dr. José Luís Arnaut.
Sr. Deputado, como creio que toda a gente sabe, o PSD tem todo o respeito por todos os eleitores. Respeita todos os que nele votam e muito especialmente aqueles que com ele se associam formalmente. Assim, evidentemente que o PSD não deixa de cumprimentar e de se congratular com todos os militantes do CDS-PP que fizeram coligações com o PSD por esse país fora. Temos todos a máxima das considerações por esses militantes, nomeadamente por si próprio, Sr. Deputado Basílio Horta, como bem sabe.
Não podemos é deixar de lamentar que hoje não possamos partilhar tanto com o CDS-PP quanto o senhor aqui referiu ser seu desejo, porque existe um problema sério com o presidente do seu partido - não com o seu partido, não com o Sr. Dr. Basílio Horta, mas com o presidente do seu partido. Numa batalha que se considerava decisiva, que era verdadeiramente importante, como todos bem sabemos, o presidente do seu partido entendeu que não devia partilhar essa luta connosco. É evidente que não podemos, de forma alguma, «meter a cabeça na areia» e pensar que esse problema não existe!

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