O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

I SÉRIE — NÚMERO 21

90

A Oradora: — Temos uma profunda preocupação relativamente à forma como o Governo entende a importância do poder local. Desde logo, nas entrelinhas, porque não era politicamente correcto dizê-lo frontalmente, deixou sempre uma forte suspeita sobre os autarcas deste país, como se fossem todos uns gastadores sem limites, aos quais era importante impor regras — as regras do Governo — para que não tomassem esse caminho.
Por outro lado, o Governo tentou, das mais diversas formas, convencer-nos de que os municípios ficariam a ganhar com esta proposta de lei. Foi assim no debate na generalidade, foi assim no debate na especialidade. Mas, então, é importante que façamos uma reflexão: se a proposta de lei é tão boa para as autarquias como diz o Governo, como conceber que quase todos os municípios deste país estejam contra ela? A isto, evidentemente, o Governo não pode responder,…

O Sr. Francisco Madeira Lopes (Os Verdes): — Muito bem!

A Oradora: — … porque isso era pôr em causa a sua afirmação, e, de facto, os municípios põem em causa esta afirmação.
Temos uma profunda preocupação relativamente àquilo que a proposta de Lei das Finanças Locais traduz, que é um ataque à autonomia do poder local, com uma definição clara de receitas e despesas imposta pelo Governo ao poder local, que o faz cumprir o Programa do Governo e não o programa com que os autarcas se apresentaram às populações e na base do qual foram, evidentemente, eleitos.
Para além disso, esta proposta de lei consigna a falta de previsibilidade de recursos financeiros das autarquias locais, o que é profundamente preocupante, e traduz também já uma sub-reptícia, ou até talvez explícita, transferência de competências para as autarquias locais, que neste momento não lhes estão atribuídas mas que o Governo quer alargar, no âmbito da saúde e da educação, sem a respectiva contrapartida financeira.
Em último lugar, gostaria também de referir que o Governo procurou, ao longo do debate, referir que esta proposta de Lei das Finanças Locais era um passo determinante para pôr o ambiente e o ordenamento do território no centro das preocupações. Ora, estamos a falar de um Governo que já demonstrou que não tem essa preocupação. Aliás, daqui a poucos dias, vamos discutir, justamente, propostas concretas relativamente ao Orçamento do Estado, onde este Governo, mais uma vez, contribui para o estrangulamento financeiro da Instituto da Conservação da Natureza e tem a postura que tem de grande desresponsabilização e desvalorização das áreas protegidas deste país. Portanto, desde já, fica aqui a nossa dúvida relativamente a esta verdadeira pretensão do Governo.
Para além disso, olhamos para o Fundo Social Municipal e não percebemos como é que não se tem em conta as despesas na área ambiental, que têm efeitos directos na componente social, e isso não é traduzido nesta proposta de Lei das Finanças Locais.
Depois, quanto ao grande debate sobre a Rede Natura 2000 e as áreas protegidas, os municípios que têm no seu território Rede Natura 2000 e áreas protegidas podem perder receitas globais com base nesta proposta de lei; logo, ficam a perder. A partir de 2009, podem perder globalmente também os municípios que têm mais de 50% do seu território classificado como Rede Natura 2000 e como áreas protegidas.
A proposta que o Partido Socialista apresentou de aumentar o peso do Fundo Geral Municipal da distribuição de 5% para 10% para os municípios que têm mais de 70% do seu território afecto à Rede Natura 2000 e a áreas protegidas já se percebe que é mais aparente do que real em termos dos seus efeitos concretos, porque, na verdade, é importante que nos questionemos sobre que municípios estão abrangidos nestes «mais de 70%» e, portanto, esta proposta é mais virtual do que propriamente concreta, em termos dos seus efeitos práticos.

O Sr. Francisco Madeira Lopes (Os Verdes): — Muito bem!

A Oradora: — Além disso, Sr. Presidente e Srs. Deputados, o artigo relativo à promoção da sustentabilidade local — repito mais uma vez — é um artigo que procura embelezar a proposta de lei relativamente às suas preocupações ambientais, quando fomenta os incentivos fiscais para os contribuintes que tenham boas práticas ambientais e urbanísticas, porque o Governo não conseguiu aqui responder no que é que isso se traduz na prática. Portanto, é mais uma disposição geral do que propriamente com consequências práticas.
É por isto e por tudo o mais que tivemos oportunidade de avançar no debate na generalidade, que Os Verdes têm uma profunda preocupação relativamente às consequências práticas desta proposta de lei.
Consideramos que, de facto, o poder local hoje ficou a perder e menorizado, e o Partido Socialista responderá, certamente, por esta sua responsabilidade.

Vozes de Os Verdes e do PCP: — Muito bem!

Páginas Relacionadas
Página 0020:
I SÉRIE — NÚMERO 21 20 Pausa. Srs. Deputados, o quadro electrónico regista 191
Pág.Página 20
Página 0021:
17 DE NOVEMBRO DE 2006 21 Não havendo objecções, vamos então proceder à votação conju
Pág.Página 21
Página 0022:
I SÉRIE — NÚMERO 21 22 Srs. Deputados, vamos votar a proposta 64-P, apresentada pelo
Pág.Página 22
Página 0023:
17 DE NOVEMBRO DE 2006 23 Submetida à votação, foi rejeitada, com votos contra do PS,
Pág.Página 23
Página 0024:
I SÉRIE — NÚMERO 21 24 Submetida à votação, foi aprovada, com votos a favor do PS, do
Pág.Página 24
Página 0025:
17 DE NOVEMBRO DE 2006 25 Submetida à votação, foi rejeitada, com votos contra do PS,
Pág.Página 25
Página 0026:
I SÉRIE — NÚMERO 21 26 Agora, vamos votar a proposta 62-P, do BE, de aditamento de um
Pág.Página 26
Página 0027:
17 DE NOVEMBRO DE 2006 27 Vamos proceder à votação da proposta 33-P, do PCP, na parte
Pág.Página 27
Página 0028:
I SÉRIE — NÚMERO 21 28 2 — O Estado, as regiões autónomas e qualquer dos seus serviço
Pág.Página 28
Página 0029:
17 DE NOVEMBRO DE 2006 29 Submetido à votação, foi aprovado, com votos a favor do PS
Pág.Página 29
Página 0030:
I SÉRIE — NÚMERO 21 30 8 — Os municípios devem ter acesso a informação agregada, por
Pág.Página 30
Página 0031:
17 DE NOVEMBRO DE 2006 31 O Sr. Presidente: — Vamos votar o n.º 4 do artigo 13.º da p
Pág.Página 31
Página 0032:
I SÉRIE — NÚMERO 21 32 Submetidos à votação, foram aprovados por unanimidade. P
Pág.Página 32
Página 0033:
17 DE NOVEMBRO DE 2006 33 2 — A derrama tem carácter excepcional e pode ser lançada e
Pág.Página 33
Página 0034:
I SÉRIE — NÚMERO 21 34 Submetida à votação, foi rejeitada, com votos contra do PS, do
Pág.Página 34
Página 0035:
17 DE NOVEMBRO DE 2006 35 4 — As tarifas e os preços a fixar pelos municípios, relati
Pág.Página 35
Página 0036:
I SÉRIE — NÚMERO 21 36 25,3% da média aritmética simples da receita, gerada em cada c
Pág.Página 36
Página 0037:
17 DE NOVEMBRO DE 2006 37 O Sr. Presidente: — Votaram a favor da proposta 95-P, mas v
Pág.Página 37
Página 0038:
I SÉRIE — NÚMERO 21 38 O Sr. Diogo Feio (CDS-PP): — Sr. Presidente, o que acontece é
Pág.Página 38
Página 0039:
17 DE NOVEMBRO DE 2006 39 O Sr. Ministro de Estado e da Administração Interna: — Peço
Pág.Página 39
Página 0040:
I SÉRIE — NÚMERO 21 40 Srs. Deputados, passamos à votação da proposta 67-P, apresenta
Pág.Página 40
Página 0061:
17 DE NOVEMBRO DE 2006 61 São estas as notas que era importante ficarem registadas, m
Pág.Página 61
Página 0062:
I SÉRIE — NÚMERO 21 62 Submetida à votação, foi rejeitada, com votos contra do PS, do
Pág.Página 62
Página 0063:
17 DE NOVEMBRO DE 2006 63 O Sr. Presidente: — A proposta 102-P, do CDS-PP, foi retira
Pág.Página 63
Página 0064:
I SÉRIE — NÚMERO 21 64 Submetidos à votação, foram aprovados, com votos a favor do PS
Pág.Página 64
Página 0065:
17 DE NOVEMBRO DE 2006 65 Submetido à votação, foi aprovado, com votos a favor do PS
Pág.Página 65
Página 0066:
I SÉRIE — NÚMERO 21 66 Era a seguinte: Artigo 30.º (…) As freguesias têm
Pág.Página 66
Página 0067:
17 DE NOVEMBRO DE 2006 67 Submetidos à votação, foram aprovados, com votos a favor do
Pág.Página 67
Página 0068:
I SÉRIE — NÚMERO 21 68 b) Aquisição de fogos com vista à criação de uma bolsa de arre
Pág.Página 68
Página 0069:
17 DE NOVEMBRO DE 2006 69 O Sr. Presidente: — Vamos, agora, votar o n.º 7 do artigo 3
Pág.Página 69
Página 0070:
I SÉRIE — NÚMERO 21 70 1 — O recurso a empréstimos que remetam para esta categoria de
Pág.Página 70
Página 0071:
17 DE NOVEMBRO DE 2006 71 7 — Constituem garantias dos empréstimos contraídos as rece
Pág.Página 71
Página 0072:
I SÉRIE — NÚMERO 21 72 5 — Podem excepcionar-se do limite previsto no n.º 2 os emprés
Pág.Página 72
Página 0073:
17 DE NOVEMBRO DE 2006 73 Submetidos à votação, foram aprovados por unanimidade. <
Pág.Página 73
Página 0074:
I SÉRIE — NÚMERO 21 74 Vamos votar o n.º 9 do artigo 41.º Submetido à votação,
Pág.Página 74
Página 0075:
17 DE NOVEMBRO DE 2006 75 Submetido à votação, foi aprovado, com votos a favor do PS,
Pág.Página 75
Página 0076:
I SÉRIE — NÚMERO 21 76 Artigo 48.º Auditoria externa das contas dos municípios, áreas
Pág.Página 76
Página 0077:
17 DE NOVEMBRO DE 2006 77 Artigo 48.º-A Certificação das contas das freguesias
Pág.Página 77
Página 0078:
I SÉRIE — NÚMERO 21 78 Vamos passar ao artigo 50.º da proposta de lei. Começamos por
Pág.Página 78
Página 0079:
17 DE NOVEMBRO DE 2006 79 A Sr.ª Ana Catarina Mendonça (PS): — Sr. Presidente, podemo
Pág.Página 79
Página 0080:
I SÉRIE — NÚMERO 21 80 O Sr. António Filipe (PCP): — Sr. Presidente, a questão é a de
Pág.Página 80
Página 0081:
17 DE NOVEMBRO DE 2006 81 Vamos, agora, votar a proposta 116-P, do CDS-PP, de substit
Pág.Página 81
Página 0082:
I SÉRIE — NÚMERO 21 82 Submetido à votação, foi aprovado, com votos a favor do PS e v
Pág.Página 82
Página 0083:
17 DE NOVEMBRO DE 2006 83 Submetidos à votação, foram aprovados, com votos a favor do
Pág.Página 83
Página 0084:
I SÉRIE — NÚMERO 21 84 Era a seguinte: Artigo 62.º Até 2009, as despesas
Pág.Página 84
Página 0085:
17 DE NOVEMBRO DE 2006 85 4 — Tendo em contas as especificidades das Regiões Autónoma
Pág.Página 85