O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

30 | I Série - Número: 013 | 7 de Novembro de 2007

Risos do BE.

De facto, ouvi numa rádio que começava hoje um novo ciclo político, que, «sebastianicamente», chegava hoje à «praia» do Parlamento a reincarnação da vitória eleitoral de Cavaco Silva. Afinal, só tivemos o velho ciclo político – uma velha direita que criou 150 000 desempregados mas que pergunta pelos desempregados e um velho Partido Socialista que prometeu 150 000 novos empregos e não responde pelo emprego!

O Sr. Luís Fazenda (BE): — Muito bem!

O Sr. Ministro de Estado e das Finanças: — Só criámos 60 000 empregos!

O Sr. Francisco Louçã (BE): — Mas, Sr. Primeiro-Ministro, quero interrogá-lo não tanto sobre as vítimas deste Orçamento, de quem já falaremos, mas sobre aqueles a quem o Orçamento sorri, aqueles com quem o Orçamento ri! E estou certo que o Sr. Primeiro-Ministro está muito preparado para me dar respostas muito concretas.
Sr. Primeiro-Ministro, este Orçamento consagra um novo imposto, a contribuição de serviço rodoviário, que, como disse, é uma parte do imposto de circulação. É certo que ele está no défice do Estado. Deixemos isso de lado.

O Sr. Primeiro-Ministro: — Ah, bom!

O Sr. Francisco Louçã (BE): — Sr. Primeiro-Ministro, o Tribunal de Contas, no relatório aprovado no dia 25 de Outubro, diz sobre esse novo imposto que se trata de uma dupla cobrança, porque das duas uma: ou cobra a quem não usou o serviço porque só usa estradas municipais, ou cobra duas vezes a quem já pagou o serviço porque pagou portagens na auto-estrada. O Tribunal de Contas diz-lhe, portanto, que esta política não tem justificação.
Mas irei mais longe, porque a minuta do contrato de concessão que está a ser preparada diz que, além das portagens já previstas e de outras novas nas auto-estradas, a concessão também poderá impor portagens em itinerários principais e itinerários complementares, ou seja, portagens fora das auto-estradas.
A primeira pergunta é a seguinte: como é que quer impor portagens fora das auto-estradas? A segunda pergunta procura saber onde é que param os 600 milhões de euros deste imposto. É que eles desapareceram do Orçamento. É verdade que estão no défice, mas não estão no Orçamento.
Faça um exercício comigo, Sr. Primeiro-Ministro. Vamos às receitas fiscais, inscritas na pág. 124 do Relatório, e constatamos que não está lá esta quantia. Aliás, na pág. 124 do Relatório diz-se que, por que é uma contribuição entregue a uma entidade pública empresarial – cuja lei já foi votada –, estes 600 milhões de euros não ficam nas receitas fiscais, ainda que sejam uma receita fiscal. Mais adiante, na pág. 170, está o sector público do Estado, as entidades públicas empresariais, e não está lá este valor. Na verdade, onde deviam estar estes 600 milhões de euros já se diz que a empresa vai passar a ser uma sociedade anónima.
Mas ainda não é uma sociedade anónima porque o decreto-lei não apareceu ainda! Daqui a dois dias, na quinta-feira, quando votarmos esta contribuição de serviço rodoviário de 600 milhões de euros para uma entidade pública empresarial que não está nas contas das entidades públicas empresariais, entregaremos o dinheiro a uma empresa que não existe.

O Sr. Luís Fazenda (BE): — Uma vergonha!

O Sr. Francisco Louçã (BE): — Colocarei uma terceira questão. A 16 de Agosto, o senhor anunciou no Conselho de Ministros que esta empresa passava a ser sociedade anónima, mas não foi publicado o decretolei. A 27 de Setembro anunciou a concessão, mas não foi publicado o decreto-lei. Ora, Sr. Primeiro-Ministro, permitiu-se neste caso uma ginástica com a verdade que é muito criativa. V. Ex.ª disse ainda agora que não estava definido o prazo de concessão. Todavia, a resolução do Conselho de Ministros de 27 de Setembro anuncia um decreto-lei que prevê a concessão até 31 de Dezembro de 2099. O Sr. Primeiro-Ministro não se lembra do que votou no Conselho de Ministros? Está decidido! Mas sabe qual é o problema, Sr. Primeiro-Ministro? É que no dia 31 de Dezembro de 2099 o Sr. PrimeiroMinistro vai ter 140 anos! Eu desejo-lhe toda a saúde, como deve imaginar, mas vai ter 140 anos! E o Sr.
Vasco de Mello, que vai beneficiar da concessão, vai ter 160 anos!

O Sr. Alberto Martins (PS): — Mas o senhor ainda é um rapaz novo nessa altura!

O Sr. Francisco Louçã (BE): — Pensa que é razoável decidir por si, pelos nossos netos e pelos nossos trinetos aquilo que vamos pagar de imposto para uma empresa de capitais privados? Um século de garantia, 100 anos, para uma empresa que não existe, paga por impostos do Estado?!

Páginas Relacionadas
Página 0006:
6 | I Série - Número: 013 | 7 de Novembro de 2007 Janeiro, e a Lei n.º 22/97, de 27 de Junh
Pág.Página 6
Página 0007:
7 | I Série - Número: 013 | 7 de Novembro de 2007 por mais vezes repetida, que os possa
Pág.Página 7
Página 0008:
8 | I Série - Número: 013 | 7 de Novembro de 2007 superior — repito, superior — àquele que
Pág.Página 8
Página 0009:
9 | I Série - Número: 013 | 7 de Novembro de 2007 O Sr. Primeiro-Ministro: — Mas, Srs. Dep
Pág.Página 9
Página 0010:
10 | I Série - Número: 013 | 7 de Novembro de 2007 fileiras mais competitivas como a energi
Pág.Página 10
Página 0011:
11 | I Série - Número: 013 | 7 de Novembro de 2007 Mas quero deixar um ponto claro para
Pág.Página 11
Página 0012:
12 | I Série - Número: 013 | 7 de Novembro de 2007 Governo: a ciência, a qualificação, a sa
Pág.Página 12
Página 0013:
13 | I Série - Número: 013 | 7 de Novembro de 2007 Mas vejamos, Sr.as e Srs. Deputados, a
Pág.Página 13
Página 0014:
14 | I Série - Número: 013 | 7 de Novembro de 2007 Parlamento que, respeitando a decisão té
Pág.Página 14
Página 0015:
15 | I Série - Número: 013 | 7 de Novembro de 2007 O Sr. Afonso Candal (PS): — Mas vai
Pág.Página 15
Página 0016:
16 | I Série - Número: 013 | 7 de Novembro de 2007 O Sr. Presidente: — Peço-lhe, Sr. Deputa
Pág.Página 16
Página 0017:
17 | I Série - Número: 013 | 7 de Novembro de 2007 O Sr. José Junqueiro (PS): — Muito b
Pág.Página 17
Página 0018:
18 | I Série - Número: 013 | 7 de Novembro de 2007 E é uma ironia do destino que se escolha
Pág.Página 18
Página 0019:
19 | I Série - Número: 013 | 7 de Novembro de 2007 O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Presiden
Pág.Página 19
Página 0020:
20 | I Série - Número: 013 | 7 de Novembro de 2007 da consolidação das contas públicas e em
Pág.Página 20
Página 0021:
21 | I Série - Número: 013 | 7 de Novembro de 2007 primárias do Estado. Será o segundo
Pág.Página 21
Página 0022:
22 | I Série - Número: 013 | 7 de Novembro de 2007 como engordaram os seus lucros e privilé
Pág.Página 22
Página 0023:
23 | I Série - Número: 013 | 7 de Novembro de 2007 O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — Isso j
Pág.Página 23
Página 0024:
24 | I Série - Número: 013 | 7 de Novembro de 2007 Vozes do PS: — Muito bem! O Sr. Pr
Pág.Página 24
Página 0025:
25 | I Série - Número: 013 | 7 de Novembro de 2007 E como é que V. Ex.ª vai conseguir u
Pág.Página 25
Página 0026:
26 | I Série - Número: 013 | 7 de Novembro de 2007 Paulo Portas a liderar o CDS! Isso é que
Pág.Página 26
Página 0027:
27 | I Série - Número: 013 | 7 de Novembro de 2007 Estas contas são muito simples de fa
Pág.Página 27
Página 0028:
28 | I Série - Número: 013 | 7 de Novembro de 2007 atrás, não previa reprovação nem exclusã
Pág.Página 28
Página 0029:
29 | I Série - Número: 013 | 7 de Novembro de 2007 Porque há muito tempo que o Sr. Deputad
Pág.Página 29
Página 0031:
31 | I Série - Número: 013 | 7 de Novembro de 2007 Finalmente, Sr. Primeiro-Ministro, d
Pág.Página 31
Página 0032:
32 | I Série - Número: 013 | 7 de Novembro de 2007 O Sr. Luís Fazenda (BE): — Fale na Estra
Pág.Página 32
Página 0033:
33 | I Série - Número: 013 | 7 de Novembro de 2007 Risos do PS. O Sr. Presidente:
Pág.Página 33
Página 0034:
34 | I Série - Número: 013 | 7 de Novembro de 2007 que, mais uma vez, é absolutamente deseq
Pág.Página 34
Página 0035:
35 | I Série - Número: 013 | 7 de Novembro de 2007 que deveríamos ter, que seria o inve
Pág.Página 35
Página 0036:
36 | I Série - Número: 013 | 7 de Novembro de 2007 embora tenha procurado puxar por muitas
Pág.Página 36
Página 0037:
37 | I Série - Número: 013 | 7 de Novembro de 2007 Por que é que não inscreveu lá 9, 19 ou
Pág.Página 37
Página 0038:
38 | I Série - Número: 013 | 7 de Novembro de 2007 feita com base na receita. Penso que não
Pág.Página 38
Página 0039:
39 | I Série - Número: 013 | 7 de Novembro de 2007 O Sr. Primeiro-Ministro: — … porque é u
Pág.Página 39
Página 0040:
40 | I Série - Número: 013 | 7 de Novembro de 2007 dívida é do Estado. Ora, nós vamos propo
Pág.Página 40
Página 0041:
41 | I Série - Número: 013 | 7 de Novembro de 2007 A Sr.ª Helena Pinto (BE): — Não, não!
Pág.Página 41
Página 0042:
42 | I Série - Número: 013 | 7 de Novembro de 2007 Vozes do CDS-PP: — E a resposta?!
Pág.Página 42
Página 0043:
43 | I Série - Número: 013 | 7 de Novembro de 2007 acordo com dados fornecidos pelo Min
Pág.Página 43
Página 0044:
44 | I Série - Número: 013 | 7 de Novembro de 2007 Dispenso-me de falar, de novo, no que fi
Pág.Página 44
Página 0045:
45 | I Série - Número: 013 | 7 de Novembro de 2007 Modéstia à parte, devo dizer que os
Pág.Página 45
Página 0046:
46 | I Série - Número: 013 | 7 de Novembro de 2007 O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr.
Pág.Página 46
Página 0047:
47 | I Série - Número: 013 | 7 de Novembro de 2007 O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Sec
Pág.Página 47
Página 0048:
48 | I Série - Número: 013 | 7 de Novembro de 2007 A Sr.ª Teresa Caeiro (CDS-PP): — Peço a
Pág.Página 48
Página 0049:
49 | I Série - Número: 013 | 7 de Novembro de 2007 Aplausos do PS. Em segundo lug
Pág.Página 49
Página 0050:
50 | I Série - Número: 013 | 7 de Novembro de 2007 prossegue. Com efeito, entre 2004 e 2
Pág.Página 50
Página 0051:
51 | I Série - Número: 013 | 7 de Novembro de 2007 O Sr. Pedro Santana Lopes (PSD): — M
Pág.Página 51
Página 0052:
52 | I Série - Número: 013 | 7 de Novembro de 2007 O Sr. Presidente: — Para pedir esclareci
Pág.Página 52
Página 0053:
53 | I Série - Número: 013 | 7 de Novembro de 2007 O Sr. Mota Andrade (PS): — Fantástico!
Pág.Página 53
Página 0054:
54 | I Série - Número: 013 | 7 de Novembro de 2007 Mas o Sr. Deputado Patinha Antão concret
Pág.Página 54
Página 0055:
55 | I Série - Número: 013 | 7 de Novembro de 2007 nomeadamente, no capítulo dos avanço
Pág.Página 55
Página 0056:
56 | I Série - Número: 013 | 7 de Novembro de 2007 agora não eram. Finalmente, a questão
Pág.Página 56
Página 0057:
57 | I Série - Número: 013 | 7 de Novembro de 2007 realmente rastejante. Embora o Gover
Pág.Página 57
Página 0058:
58 | I Série - Número: 013 | 7 de Novembro de 2007 O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — Esta é
Pág.Página 58
Página 0059:
59 | I Série - Número: 013 | 7 de Novembro de 2007 Terceiro aspecto: a proposta orçamen
Pág.Página 59
Página 0060:
60 | I Série - Número: 013 | 7 de Novembro de 2007 vão atingir mais de 100 milhões de euros
Pág.Página 60
Página 0061:
61 | I Série - Número: 013 | 7 de Novembro de 2007 orçamental seria, quando muito, 2,6%
Pág.Página 61
Página 0062:
62 | I Série - Número: 013 | 7 de Novembro de 2007 menos, tenho de recordar-lhe — dir-me-á
Pág.Página 62
Página 0063:
63 | I Série - Número: 013 | 7 de Novembro de 2007 O Sr. Primeiro-Ministro: — Quais?!
Pág.Página 63
Página 0064:
64 | I Série - Número: 013 | 7 de Novembro de 2007 O Sr. Diogo Feio (CDS-PP): — Foi um enga
Pág.Página 64
Página 0065:
65 | I Série - Número: 013 | 7 de Novembro de 2007 O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): — Sr. M
Pág.Página 65
Página 0066:
66 | I Série - Número: 013 | 7 de Novembro de 2007 aqueles que precisam, fica melhor ou pio
Pág.Página 66
Página 0067:
67 | I Série - Número: 013 | 7 de Novembro de 2007 Aqui está tudo o que nos separa dest
Pág.Página 67
Página 0068:
68 | I Série - Número: 013 | 7 de Novembro de 2007 não é grande. Para além disso, se olh
Pág.Página 68