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7 DE MARÇO DE 2014

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A Sr.ª Mariana Mortágua (BE): — Os salários dos trabalhadores estão em atraso!

O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — As receitas dos hotéis de 5 estrelas aumentaram 17,4%. E sabe qual

foi o aumento das receitas dos hotéis de 4 estrelas? Foi de apenas 4,4%. E das receitas dos hotéis de 3

estrelas? O aumento foi de 3,1%.

Vozes do PCP: — E os salários?!

O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Sabe que, ao mesmo tempo que no turismo se tem assistido a este

crescimento, a oferta aumentou? Quartos de hotéis, mais 27%; estabelecimentos, mais 52,9%; camas, mais

26,9%. Ainda assim, o Rev PAR (rendimento médio por quarto) teve um aumento de 5,6%.

Esses dados deixam os trabalhadores satisfeitos porque, com este crescimento, seguramente vai haver

mais emprego. Esses dados originam criação líquida de emprego no setor e a melhor notícia que podemos dar

a um desempregado é que vai ter emprego, não é dar-lhe um subsídio mas, sim, um emprego! Essa é a

melhor notícia que lhe podemos dar!

Aplausos do CDS-PP e do PSD.

Não escondo que temos um problema de mercado interno. Não tenho por hábito vir aqui fazer demagogia

esquecendo-me de onde partimos. É evidente que o mercado interno cresceu, mas cresceu muito menos do

que o nosso mercado externo. Isso é um facto e é por isso as agências de viagens que registaram melhores

resultados são as que trabalham com o incoming, não as agências que trabalham com o mercado interno. Mas

esse é passo que daremos a seguir se o setor continuar a reagir.

Se a Organização Mundial do Turismo diz que até 2020 teremos um crescimento de mais 3,3% ao ano,

porventura, teremos aqui uma janela de oportunidades. Temos é que acarinhar estes resultados.

Considero que as companhias low-cost tiveram um efeito enorme no aumento do turismo de cidade, nos

city breaks, nomeadamente no Porto e em Lisboa, o que contraria até a «tese de Primavera Árabe», porque,

se formos ver, os números do turismo são os seguintes: Norte, mais de 15,2%; Lisboa, mais 9%; Madeira,—

mais 8,5%; Açores, mais 24,6%. Nos Açores, os efeitos das companhias low-cost não se verificam tanto, mas

no que respeita às cidades verificam-se.

Queremos que a TAP seja, de facto, a linha de excelência de transporte, de captação de tráfego e de

turismo internacional e, por isso, a seu tempo o Governo fará a privatização. Não podem é acusar o Governo

de ter parado o processo quando houve dúvidas sobre a qualidade da privatização.

Vozes do CDS-PP: — Muito bem!

O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Essa parece-me ter sido uma ação avisada, de bom senso e de defesa

dos trabalhadores e da empresa e, portanto, não me parece que tenha razão nessa matéria.

Também não quero esconder, e para terminar, que tenho o maior respeito pelos trabalhadores do setor do

turismo. Na audição que o Deputado João Ramo referiu eu até disse uma coisa importante: podemos ter os

melhores hotéis de 5 estrelas do mundo, os melhores produtos do mundo, mas, se não tivermos capital

humano com qualidade e em quantidade suficiente, isso de nada nos servirá.

Vozes do PCP: — E os salários?!

O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Portanto, a formação e a existência de um salário justo para o trabalho

realizado são fundamentais nesse setor.

O Sr. João Oliveira (PCP): — Salário mínimo!