O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

I SÉRIE — NÚMERO 100

10

O valor médio de redução da pobreza pelas transferências sociais é de 36%, atingindo valores superiores a

50% em países, como a Holanda, a Finlândia ou a Dinamarca, países que têm as taxas de pobreza mais

baixas da Europa. Em Portugal, essa redução é de 27%.

Compete à segurança social, especialmente na sua componente não contributiva, que é essencial no

sistema, esse papel, de forma justa e equilibrada e garantindo que não são as receitas contributivas a suportar

esse esforço de equidade, como, infelizmente, já foi regra, em Portugal.

O Sr. Ferro Rodrigues (PS): — Muito bem!

O Sr. Vieira da Silva (PS): — Quinto mito: reduzir as pensões em pagamento melhora a sustentabilidade

futura da segurança social

A sustentabilidade da segurança social tem de ser avaliada em três dimensões complementares. Há que

garantir que nos prazos médio e longo as receitas e as despesas da segurança social se equilibram e que a

pressão do sistema sobre a despesa pública não põe em causa a sustentabilidade das contas públicas, ou

seja, importa assegurar a sustentabilidade financeira dos sistemas de proteção social.

Mas essa sustentabilidade só é atingida se a pressão colocada sobre a competitividade e a viabilidade das

empresas não for questionada, porque não é ilimitada a capacidade da economia, em cada momento, de

garantir os recursos necessários à função redistributiva da segurança social.

A Sr.ª Celeste Correia (PS): — Muito bem!

O Sr. Vieira da Silva (PS): — Finalmente, nenhum equilíbrio é possível se não garantir a sustentabilidade

social, ou seja, se não garantir os níveis de coesão que são o objetivo e a norma de qualquer comunidade

civilizada.

Aplausos do PS.

A política de redução das pensões em pagamento, que tem constituído o objetivo central da atual maioria,

prende-se mais com objetivos de evolução do curto prazo das contas públicas do que com objetivos de

equilíbrio da segurança social. Por outro lado, é hoje reconhecido o enorme efeito recessivo que esta política

possui, o que limita os seus efeitos quer no domínio das contas públicas quer no plano dos sistemas de

proteção.

Aplausos do PS.

Sr. Presidente, Sr.as

e Srs. Deputados: Para o Partido Socialista, as respostas de que o País necessita

estruturam-se em três eixos fundamentais, no que respeita à sustentabilidade da segurança social.

Em primeiro lugar, pretende-se garantir o contrato social como conquista civilizacional. A defesa da

proteção social não pode ser feita pondo em causa elementos centrais do contrato social que permitiu o

desenvolvimento dos níveis de coesão do nosso País. A melhoria do desempenho da segurança social não

pode ser motivo para uma «guerra civil» entre as gerações de atuais pensionistas, de trabalhadores a meio da

sua carreira profissional e de jovens que procuram entrar na vida ativa.

A degradação das condições de vida dos atuais pensionistas atinge muito mais do que os beneficiários da

proteção na velhice. Diretamente, essa degradação limita a capacidade de as famílias responderem às

dificuldades, muitas vezes, de três gerações de uma mesma família. Indiretamente, uma nova redução das

transferências sociais ou um novo aumento de impostos constituem uma séria ameaça aos níveis de emprego

e à capacidade de recuperação da nossa economia.

A crise produziu um severo agravamento das desigualdades sociais. É hoje claro que foram os dois

milhões de portugueses com menores rendimentos que sofreram a maior degradação das suas condições de

vida.

O milhão de portugueses com menores rendimentos viu, entre 2009 e 2013, cair 24% os seus rendimentos

— três vezes mais do que o milhão de portugueses com maior poder aquisitivo.

Páginas Relacionadas
Página 0002:
I SÉRIE — NÚMERO 100 2 O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Srs. Dep
Pág.Página 2
Página 0003:
19 DE JUNHO DE 2015 3 O desemprego é um fator de pressão sobre a segurança social,
Pág.Página 3
Página 0004:
I SÉRIE — NÚMERO 100 4 A segurança social já provou ser capaz de resi
Pág.Página 4
Página 0005:
19 DE JUNHO DE 2015 5 Socialista, na altura, recorreu ao instrumento da segurança s
Pág.Página 5
Página 0006:
I SÉRIE — NÚMERO 100 6 O Sr. Arménio Santos (PSD): — Termino já, Sr.
Pág.Página 6
Página 0007:
19 DE JUNHO DE 2015 7 O Sr. Jorge Machado (PCP): — Essas opções políticas nã
Pág.Página 7
Página 0008:
I SÉRIE — NÚMERO 100 8 Pede, Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Depu
Pág.Página 8
Página 0009:
19 DE JUNHO DE 2015 9 gerados por uma retração profunda da atividade económica; e o
Pág.Página 9
Página 0011:
19 DE JUNHO DE 2015 11 Reverter esta situação exige duas respostas combinadas: a re
Pág.Página 11
Página 0012:
I SÉRIE — NÚMERO 100 12 Conhecemos as causas deste agravamento: a bru
Pág.Página 12
Página 0013:
19 DE JUNHO DE 2015 13 Penso que também lhe teria ficado bem dizer — mas é natural
Pág.Página 13
Página 0014:
I SÉRIE — NÚMERO 100 14 Portanto, queria perguntar-lhe também o que é
Pág.Página 14
Página 0015:
19 DE JUNHO DE 2015 15 A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Falar em mínimos sociais ma
Pág.Página 15
Página 0016:
I SÉRIE — NÚMERO 100 16 Ora, dizia ontem o líder do Partido Socialist
Pág.Página 16
Página 0017:
19 DE JUNHO DE 2015 17 Aplausos do PSD e do CDS-PP. O Sr. Jorg
Pág.Página 17
Página 0018:
I SÉRIE — NÚMERO 100 18 não apenas da segurança social, mas em muitas
Pág.Página 18
Página 0019:
19 DE JUNHO DE 2015 19 O Sr. Pedro Roque (PSD): — E esta é tanto mais importante po
Pág.Página 19
Página 0020:
I SÉRIE — NÚMERO 100 20 Sejamos justos: a proposta de diversificação
Pág.Página 20
Página 0021:
19 DE JUNHO DE 2015 21 O Sr. Adão Silva (PSD): — Muito bem! O Sr. Ped
Pág.Página 21
Página 0022:
I SÉRIE — NÚMERO 100 22 Aplausos do PCP. O Sr. P
Pág.Página 22
Página 0023:
19 DE JUNHO DE 2015 23 O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Como os Srs. Deputados
Pág.Página 23
Página 0024:
I SÉRIE — NÚMERO 100 24 necessidade de não taparmos o sol com a penei
Pág.Página 24
Página 0025:
19 DE JUNHO DE 2015 25 Precisamos também de contribuir, a curto prazo, para algum r
Pág.Página 25
Página 0026:
I SÉRIE — NÚMERO 100 26 É evidente que a situação atual é radicalment
Pág.Página 26
Página 0027:
19 DE JUNHO DE 2015 27 A nível interno, é evidente que também empreendemos reformas
Pág.Página 27
Página 0028:
I SÉRIE — NÚMERO 100 28 tem um caminho: cortes e mais cortes sobre co
Pág.Página 28
Página 0029:
19 DE JUNHO DE 2015 29 com uma outra política económica que crie emprego, que comba
Pág.Página 29
Página 0030:
I SÉRIE — NÚMERO 100 30 O Sr. João Oliveira (PCP): — Não se pr
Pág.Página 30
Página 0031:
19 DE JUNHO DE 2015 31 O Sr. João Oliveira (PCP): — Isso, Sr. Deputado Vieira da Si
Pág.Página 31