28 DE ABRIL DE 2016
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Veio, ontem num assomo de graça, o líder parlamentar do CDS falar da ambivalência dos partidos que
apoiam o Governo, como se de híbridos se tratassem. Tivesse a caranguejola a saúde da maioria parlamentar
que desdenha!
Aplausos do PS.
Na verdade, o que temos visto é uma direita aos encontrões na esperança de o mais elétrico tomar o melhor
lugar na fila de espera, que já perceberam que é muito prolongada. Daí a competição de propostas com que se
enfeitam.
Aplausos do PS.
Daí discordarem até com o que concordam. Veja-se: ao mesmo tempo que o CDS, em gesticulação
parlamentar dramática, anunciou que votaria contra o Programa de Estabilidade, um dos seus mais creditados
e influentes correligionários diz que este Programa representa uma consolidação orçamental significativa e que
vê que não são apenas objetivos piedosos. Cito: «Vejo sinais de alguma coragem política, de alguma capacidade
de enfrentar as coisas e de mudar as coisas».
Aplausos do PS.
Continuo a citar: «Sufrago e subscrevo por baixo os objetivos do Programa de Estabilidade».
Não, ainda não foi Paulo Portas que o disse. Citei, apenas, o icónico, primeiro apoiante da nova liderança de
Cristas e nome primeiro da sua lista para o Conselho Nacional do CDS, António Lobo Xavier.
Aplausos do PS.
Quarta conclusão: a maioria parlamentar de apoio ao Governo mostra a sua coesão e a direita não só não
entende como se desentende consigo própria. É a direita da desconfiança.
Aplausos do PS.
A oposição tem procurado desacreditar estes programas colocando em causa a sua execução e as suas
previsões. Não tem credibilidade para o insinuar. Comprometeu-se para o período 2011/2015 com uma
economia a crescer e o PIB caiu 6,9%. Comprometeu-se a fazer crescer o investimento e realizou menos 6700
milhões de euros, um rácio da dívida pública no PIB de 101,8% e ficou em 129%. Comprometeu-se com um
défice, em 2015, de 0,5% do PIB, mas, de revisão em revisão, deixou o défice num valor 9 vezes superior.
Quinta conclusão: nem o PSD nem o CDS têm competência para julgar as previsões que fazemos.
Aplausos do PS.
Anunciar o que não se faz, prometer o que não se cumpre, dar o que não se tem e propor o que se rejeitou
é uma marca do passado que não se repetirá com o PS no futuro.
Sr. Primeiro-Ministro: Ficou claro, ao longo destes debates, que não cultivamos otimismos de conveniência
nem construímos cenários enganadores.
Salientou, V. Ex.ª, por isso, a moderação e a prudência nas estimativas feitas e o esforço de aproximação
aos considerandos e metodologias da Comissão Europeia.
Já provámos que não dizemos no País o que não dizemos em Bruxelas, e não escondemos em Bruxelas o
que pensamos e dizemos no nosso país.
Aplausos do PS.