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20 DE MAIO DE 2017

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excelência para captar mais alunos estrangeiros. O número de estudantes estrangeiros nas nossas escolas de

turismo é muito, muito, reduzido.

Recomendámos também ao Governo uma política fiscal competitiva, através de uma política amiga do

investidor, amiga do empresário e do cliente em Portugal.

Outra recomendação que fizemos ao Governo tem a ver com qualificar a oferta turística, facilitando o

financiamento para o upgrade às unidades hoteleiras já existentes no País e que, com o passar do tempo,

necessitam de reformas urgentes. Apostar em nichos de mercado que se podem associar também ao turismo

residencial, os mais evidentes são o golfe e o desporto náutico. Tudo para aumentar a média de estadia dos

turistas em Portugal.

Disponibilizamo-nos a ajudar também na aposta de captação de cruzeiros em nove destinos no País, como,

por exemplo, Porto Santo, mas também em alguns portos do arquipélago dos Açores.

Sugerimos fazer-se uma análise pormenorizada de toda a cadeia de valor do turismo para identificar custos

de contexto que estejam a limitar a competitividade do setor.

Por último, recomendamos elevar a gastronomia portuguesa, que é um autêntico património nacional, a uma

cozinha de qualidade e difundida pelo mundo inteiro, através de uma rede de restaurantes portugueses.

Sr.as e Srs. Deputados do Partido Socialista, os senhores trouxeram três frouxas recomendações, nós

compensámos a vossa falta de ambição com mais 12 recomendações, quatro vezes mais.

Assim, Sr. Presidente da Assembleia da República e Sr.as e Srs. Deputados, não deixámos mal esta

Assembleia e entregamos ao Governo um bom trabalho de casa.

Aplausos do PSD.

Entretanto, assumiu a presidência o Vice-Presidente Jorge Lacão.

O Sr. Presidente: — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Paulino Ascenção, do Bloco de

Esquerda.

O Sr. PaulinoAscenção (BE): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as e Srs. Deputados: O

turismo é um setor fundamental para o desenvolvimento e ninguém está contra ele, seguramente ninguém desta

bancada.

No entanto, não concordamos com a ideia de haver um país «para inglês ver» e outro país «para português

viver». As cidades não podem ser transformadas em resorts artificiais, com a população enxotada para as

periferias. A autenticidade da experiência que o turista procura requer gente que dê vida aos bairros e que

preserve as suas tradições.

A atividade turística deve criar riqueza e distribuí-la de forma justa por todos os seus agentes. Os bons

indicadores do setor não se têm traduzido num crescimento proporcional da remuneração dos trabalhadores,

uma vez que continuam a verificar-se situações de recusa de folgas, de não pagamento do trabalho suplementar,

bem como de subsídios de alimentação e de transporte.

A atividade é afetada pela sazonalidade, mas a vida das pessoas não é sazonal, os trabalhadores não

hibernam e a sua vida não se suspende na época baixa. Se as empresas têm de acumular reservas na época

alta para sobreviverem todo o ano, os trabalhadores também.

Mas a questão central é a de levar o turismo a todo o território. As grandes tendências identificadas pelos

especialistas dão sinais das apostas a fazer: turismo de saúde e bem-estar, associado ao crescente segmento

sénior da população; turismo de natureza e sustentável. No entanto, isto implica que se preserve a paisagem,

que se previnam os fogos florestais que destroem importante património. As serras ardidas não são atrativas

para caminhadas.

Deve também ser valorizado o património edificado e arqueológico, como, por exemplo, o Parque do Côa e

monumentos megalíticos.

Outra tendência é a procura de experiências de inserção nas vivências das comunidades. Os turistas querem

participar em atividades nos locais que visitam junto da população local e terem acesso ao caráter autêntico e

distintivo dessas experiências, o que já acontece com o envolvimento dos turistas nas vindimas e que se pode

alargar para outras regiões e para outras atividades.

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