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I SÉRIE — NÚMERO 110

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economia, para centenas de famílias, para as atuais gerações e para gerações futuras, enfrenta, pela primeira

vez na sua história, uma greve de trabalhadores.

Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, 30 de agosto foi um dia mau. Foi um dia mau para a Volkswagen,

para os trabalhadores e para a economia portuguesa, foi um dia em que se deu um péssimo sinal aos

investidores estrangeiros. Isso é mau para Portugal e é mau para os portugueses.

As mudanças obrigam sempre a negociações. É obviamente necessário acautelar os direitos dos

trabalhadores, mas houve sempre entendimento até ao dia 30 de agosto.

Vale a pena pensarmos sobre o que significa um dia de greve na Autoeuropa: traduz-se necessariamente

em prejuízo financeiro para a empresa, o qual pode chegar aos 5 milhões de euros, com uma quebra de

produção de cerca de 400 automóveis; traduz-se ainda em impacto negativo nas exportações nacionais, o

principal motor do crescimento económico.

Porquê agora esta instabilidade? Sempre houve paz laboral, as negociações entre os trabalhadores e a

administração da Autoeuropa chegaram sempre a bom porto e, nesse campo, manteve-se sempre um grau de

sustentada estabilidade. O que mudou?

Esta é uma greve com significado político. O combate à iniciativa privada e ao modelo económico em que

nos integramos é uma obsessão dos partidos de esquerda. Para chegar ao poder, o PCP e o Bloco de Esquerda

vão simulando uma tolerância ideológica que não têm e depois vale tudo. Vale destruir a economia portuguesa

de forma exponencial, com danos colaterais e retrocessos; vale destruir um investimento estrangeiro de cerca

de 800 milhões de euros; vale destruir a duplicação das exportações pela Autoeuropa; vale ameaçar a criação

de cerca de 2000 postos de trabalho diretos e indiretos.

O PCP e o Bloco de Esquerda vociferam contra o mercado, contra o capital, contra a economia privada e,

consequentemente, vociferam contra os trabalhadores, as famílias, a criação de emprego e o investimento

privado. Em suma, vociferam contra uma economia inclusiva que produz riqueza, empregos, desenvolvimento

e progresso.

Sem pudor de instrumentalizar os trabalhadores, prometendo-lhes a defesa de direitos que estariam

alegadamente a ser desrespeitados, escondem-lhes a verdadeira agenda e a dimensão dos riscos.

O Sr. Presidente: — Sr.ª Deputada, já ultrapassou largamente o seu tempo.

A Sr.ª TeresaLealCoelho (PSD): — Vou terminar, Sr. Presidente.

No mínimo, a forçada luta pelos direitos adquiridos levará à redução da criação de postos de trabalho e,

quem sabe, à extinção de alguns existentes. Mas pode ir mais longe e, no pior cenário, levar ao encerramento

a prazo da fábrica e ao regresso de elevado desemprego no distrito de Setúbal. Estes são riscos pequenos para

uma esquerda que tem em jogo a sobrevivência e a luta pelo poder.

O Sr. Presidente: — Peço-lhe que conclua, Sr.ª Deputada.

A Sr.ª TeresaLealCoelho (PSD): — Vou terminar, Sr. Presidente.

António Costa, Primeiro-Ministro, quando questionado sobre o que o Governo pensa fazer para ajudar a

encontrar paz laboral, diz que não cabe ao Governo interferir no processo negocial que decorre na empresa.

O Sr. Presidente: — Tem mesmo de concluir, Sr.ª Deputada.

A Sr.ª TeresaLealCoelho (PSD): — Afinal, a empresa é privada e a negociação é interna. Mas também não

é a Altice privada? Sobre a Altice, António Costa não se coibiu de opinar.

Sr. Presidente, agradeço a tolerância.

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente: — Para uma declaração política, tem a palavra o Sr. Deputado Carlos César, para falar

em nome do PS.

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