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20 DE OUTUBRO DE 2018

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Tem agora a palavra, para um pedido de esclarecimento, o Sr. Deputado Carlos Peixoto, do Grupo

Parlamentar do Partido Social Democrata.

O Sr. Carlos Peixoto (PSD): — Sr. Presidente, Sr. Secretário do Estado, Sr. Ministro, quem anda há muito

tempo a pensar e a debater estas questões da interioridade já está muito cansado de boas intenções, de boas

palavras, de bons discursos. Estamos todos fartos disso, desculpe que use esta expressão!

Por isso, o Sr. Ministro e o Sr. Primeiro-Ministro bem podem vir aqui, ao Parlamento, pregar com a criação

de unidades de missão, com os planos nacionais de coesão territorial, com a criação de uma Secretaria de

Estado para a Valorização do Interior que tudo isso, com a exceção da Secretaria de Estado, já foi testado. A

maior parte dessas medidas já foi testada e não produziu nenhum resultado ou, pelo menos, não produziu o

resultado desejável.

Portanto, e não me leve a mal que lhe diga isto, o que o Sr. Ministro aqui vem anunciar é uma desgarrada.

São mezinhas, são migalhas,…

O Sr. Santinho Pacheco (PS): — Migalhas também são pão!

O Sr. Carlos Peixoto (PSD): — … se quiser é um mercadinho!

O interior, geralmente, nesta altura do Orçamento, está em leilão. É ver quem dá mais! É uma medida daqui,

outra medida dali, para ver se as coisas se acomodam e se silenciam.

Vozes do PSD: — Muito bem!

O Sr. Carlos Peixoto (PSD): — Mas não é assim que o problema se resolve, Sr. Ministro.

Estas questões são tão vastas, tão profundas e tão graves que não se resolvem com o Melhoral, que não

faz bem, nem faz mal. E o que o Governo aqui vem fazer é dar um Melhoral a todo o interior do País para fingir

que está a fazer alguma coisa. Mas aquilo que julgo que é importante sinalizar é que isto só lá vai com uma

terapia de choque, com coragem, com arrojo, com vontade política férrea de dar a volta a esta questão, numa

missão partilhada e assumida por todos os partidos!

Por isso, Sr. Ministro, aconselho-o a rever-se num documento do denominado Movimento do Interior que

apresenta várias medidas relativamente à desconcentração de serviços e sobre a qual, curiosamente, o Sr.

Ministro não faz nenhuma reflexão.

Por isso, sugiro-lhe que aproveite a embalagem da localização da sede desta Secretaria de Estado em

Castelo Branco e pense no que poderá fazer, por exemplo, com o ICNF (Instituto da Conservação da Natureza

e das Florestas), que está sediado em Lisboa, com o IFAP (Instituto de Financiamento da Agricultura e Pescas),

que está sediado em Lisboa, e até com o Comando Geral da GNR, que trata de questões territoriais de zonas

mais rurais, que está sediado em Lisboa.

O Sr. Presidente: — Peço-lhe para terminar, Sr. Deputado.

O Sr. Carlos Peixoto (PSD): — Sr. Presidente, termino já, fazendo um desafio ao Sr. Ministro: para que não

andemos aqui a enganar-nos uns aos outros e para que não seja tudo apenas uma ilusão, o senhor, que tem

esta responsabilidade, porque a quis assumir — foi Ministro Adjunto e é, agora, Ministro Adjunto e da Economia

—, tem de fazer o favor de convocar todos os partidos para se sentarem à volta de uma mesa e para arranjarem

soluções sistémica e integradas para este assunto.

Marque, por favor, o dia, a hora e o local. O PSD lá estará para ajudar Portugal!

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente: — Tem a palavra, para responder, o Sr. Ministro Adjunto e da Economia.

O Sr. Ministro Adjunto e da Economia: — Sr. Presidente, Sr. Deputado, tem razão, são décadas a discutir

este tema e são décadas sem grande inversão. Mas quero ser justo: tenho a convicção de que os últimos