I SÉRIE — NÚMERO 98
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Aplausos do BE.
Mas eu percebo o CDS e o PSD. É que no Excel deles não entram as pessoas, não está valorizado o emprego
e por isso é que eles levaram a cabo, no período em que estiveram no Governo, um plano de destruição da
economia. Vem nos livros, é a chamada «destruição virtuosa da economia»! Só que a virtuosidade dessa
destruição foi «limpar», foi uma razia no emprego, foi uma razia nos direitos e foi a utilização da força do Estado
para reduzir a qualidade de vida das pessoas e os seus direitos. Isso é que nós não aceitamos!
O Sr. Jorge Paulo Oliveira (PSD): — Não diga disparates!
O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Vou terminar, Sr. Presidente, dizendo que eu até gostaria de discutir
mais, porque estas ideias implicariam alterações quer na Lei Geral Tributária, quer no Código de Procedimento
e de Processo Tributário, mas, curiosamente, sobre isso o CDS apresenta zero.
Quem é que pode mexer no Código de Procedimento e de Processo Tributário e na Lei Geral Tributária? É
a Assembleia da República. Por isso, o que é que o CDS faz? Não traz a debate à Assembleia da República
nenhum projeto! É que nem um para amostra, Sr.as e Srs. Deputados!
Então, se o CDS não se leva a sério, creio que estou a exagerar ao levar a sério demais este debate!
Aplausos do BE.
O Sr. Presidente: — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado João Oliveira, do Grupo
Parlamentar do PCP.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Se dúvidas houvesse, as intervenções
dos meus camaradas neste debate deixaram claro qual é a posição do PCP relativamente ao que estamos aqui
a discutir. Qualquer política fiscal que seja forte com os fracos e fraca com os fortes é uma política fiscal errada
e uma política fiscal em que pagam mais os ricos e menos os pobres é uma política fiscal justa e acertada. Essa
é a posição que temos, independentemente de quem está no governo: hoje é o PS, antes era o PSD e o CDS e
a nossa apreciação é exatamente a mesma, Srs. Deputados. Não se enganem em relação a isso porque nisso
os senhores não chegam aos calcanhares do PCP!
Protestos do CDS-PP.
Temos uma postura de coerência que os senhores não conseguem igualar e dou-vos vários exemplos.
Tal como criticámos o facto de o CDS, com o Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, do CDS, no anterior
Governo, ter fechado os olhos a 10 000 milhões de euros que «se puseram ao fresco», nas offshores, exigimos
a este Governo que essa questão ficasse resolvida e que os números das offshores fossem divulgados. Eles só
são conhecidos hoje porque o PCP fez essa exigência a este Governo do PS, por o anterior Governo os ter
ocultado. Aliás, já antes disso tínhamos feito esta denúncia, relativamente a esta ocultação por parte do anterior
Governo.
Enquanto o CDS andava a penhorar as habitações às pessoas e a fechar os olhos aos grandes grupos
económicos que punham as sedes na Holanda para não pagarem impostos, o PCP denunciava essa questão,
tal e qual como nesta Legislatura continua a apresentar propostas para resolver esse problema.
O Sr. Presidente: — Peço-lhe para concluir, Sr. Deputado.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Concluo Sr. Presidente.
Se o CDS está convencido que vai fazer agora uma campanha eleitoral dizendo exatamente o contrário do
que andou a fazer, esperem que não perdem pela demora, porque o PCP vai desmascará-lo. O CDS, que hoje
defende a ideia de haver uma conta-corrente para efeitos fiscais, votou contra, ao lado do Partido Socialista,
quando o PCP apresentou essa proposta no último Orçamento do Estado.