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26 | II Série A - Número: 093 | 25 de Fevereiro de 2011

Contudo, face às características da costa litoral, nos fins-de-semana e no período estival a população duplica ou mesmo triplica no concelho de Grândola e o aumento previsto da oferta turística originará uma maior pressão nos serviços públicos de saúde.
A pretexto da reforma dos cuidados de saúde primários o Governo encerrou inúmeros serviços públicos de saúde pelo País. O encerramento ou a redução dos serviços públicos de saúde criaram dificuldades acrescidas no acesso aos cuidados de saúde.
Com o encerramento do SAP de Grândola, que funcionava durante 24h, a população ficou muito pior no acesso aos cuidados de saúde. No Centro de Saúde de Grândola foram reduzidas as valências do SAP durante 24h, do internamento e dos serviços complementares e até a morgue que também funciona no mesmo espaço encerrou.
Em vez do SAP, o Governo decidiu criar o Atendimento Complementar (AC), com horário das 9h às 24h, mas que entretanto deixou de funcionar neste período. O AC não responde às necessidades da população, obrigando as pessoas a recorrer ao serviço de urgências do Hospital do Litoral Alentejano. Contudo, esta possibilidade fica limitada somente a quem tem meios próprios de deslocação. O recurso ao táxi não é uma alternativa, dado que a maioria da população não tem condições financeiras para tal. O Governo criou também um Serviço de Urgência Básica em Alcácer do Sal, subsistindo os mesmos constrangimentos de mobilidade, pelo que não é a solução para a população de Grândola.
Nas últimas semanas agravou-se o funcionamento do Centro de Saúde de Grândola devido à ausência de seis dos 12 médicos que exerciam funções, por questões de aposentação ou de baixa por doença.
Actualmente estão no activo oito médicos, dos quais um é delegado de saúde pública, tendo funções diferenciadas dos restantes.
Devido à ausência destes médicos, muitos utentes não têm actualmente médico de família, tendo de recorrer ao AC para ter acesso a uma consulta, serviço este que já se encontra bastante congestionado em razão da elevada afluência que regista. A média de consultas diárias no AC era 60, mas nas últimas semanas já ultrapassou uma média de 80 consultas. Existem mesmo dias em que às 10h já não se aceitam mais marcações de consulta, por ruptura no atendimento, só voltando a fazer novas marcações a partir das 20h.
Apesar de ter sido acordado que o AC estaria aberto até às 24h, este pressuposto não está a ser cumprido.
Actualmente o seu funcionamento é irregular, tendo o AC chegado a encerrar por não existir nenhum médico que assegure o seu normal funcionamento. Já houve dias em que encerrou às 17h ou às 20h. Hoje, quando um utente precisa de uma consulta, nunca sabe se o AC estará aberto ou não.
A falta de resposta ao nível dos serviços públicos de saúde de proximidade em Grândola aumentou o congestionamento do serviço de urgências do Hospital do Litoral Alentejano. Devido ao aumento de afluência ao Hospital do Litoral Alentejano, os utentes sujeitam-se a grandes períodos de espera até serem atendidos.
Obviamente que há situações de urgência que seriam resolvidas no serviço de saúde de proximidade, caso houvesse essa resposta, evitando-se, assim, o entupimento do serviço de urgências no Hospital do Litoral Alentejano.
A localidade de Canal Caveira, na freguesia de Grândola, tem uma população muito envelhecida e de baixos rendimentos. Possui instalações para o posto médico que foram construídas pela população, na expectativa de terem um serviço de saúde mais próximo. O Posto Médico de Canal Caveira funcionou desde Julho de 1983 até ao dia 7 de Outubro de 2009, com a deslocação quinzenal de um médico que assegurava as consultas.
Confrontada com o encerramento do posto médico, a população vê-se obrigada a deslocar-se a Grândola para aceder aos cuidados de saúde. Muito embora a distância entre Canal Caveira e Grândola seja de 7 km, há que ter em consideração que se trata de uma zona de interior do concelho, de uma população maioritariamente idosa, sem meios próprios para se deslocar e os pouquíssimos transportes públicos existentes têm horários desajustados.
Em 2008 o Ministério da Saúde assumiu a melhoria dos serviços prestados nas extensões de saúde do Carvalhal, Melides, Azinheira de Barros e Canal Caveira. No entanto, procedeu ao encerramento do Posto Médico do Canal Caveira, o que configura um incumprimento ao acordado, que muito prejudicou a população desta localidade, que agora não tem o serviço de saúde de proximidade e vê limitado o seu direito à saúde.

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