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II SÉRIE-A — NÚMERO 134 40

bastante autonomia e vida própria. A sua enorme extensão dificulta por si só uma gestão eficiente, quando

aglomerada à freguesia da Parreira, também de enorme extensão, a gestão da autarquia ficou ainda mais

dificultada.

Atualmente a Freguesia do Chouto conta com uma população de 577 habitantes, distribuídos por vários

aglomerados populacionais.

II — Razões de Ordem histórica

Muito pouco se sabe da História do Chouto, como acontece em Portugal com a generalidade das povoações

pequenas e interiores.

Desconhece-se a data da sua fundação e a proveniência dos seus primeiros habitantes, do mesmo modo

que se ignora a origem do seu nome. “Chouto” significa “trote miúdo e sacudido” o facto de toda a zona

envolvente da povoação ser terra onde se cria gado pode ter alguma coisa a ver com o nome que se lhe deu; “

Chouto” era também um antigo imposto agrário, muito divulgado na Índia, que correspondia ao quarto das terras

agricultadas, é admissível que tenha sido essa a origem do nome da povoação se alguma vez foi confiada “a

Chouto” a alguém.

O que se sabe ao certo é que o Chouto foi pertença dos Condes da Castanheira, mas desconhece-se a

época em que foi doado a essa Casa Aristocrática. O 1.º. Conde da Castanheira foi D. António de Ataíde, que

nasceu por volta de 1500 e morreu em 1563. Foi figura muito influente da Corte de D. João III que, para além

de lhe conceder o título de Conde da Castanheira, o nomeou para diversos cargos, como Conselheiro de Estado,

vedor da Real Fazenda, Alcaide-Mor de Colares, Embaixador em França, em Castela, na Alemanha, etc…, etc.

D. António de Ataíde foi ainda comendador da Ordem de Cristo. Como se sabe, toda esta vasta região onde

o Chouto se insere esteve durante séculos sob a administração ou pelo menos a influência da Ordem de Cristo.

É, portanto, de admitir que o Chouto tenha sido cedido ao comendador da Ordem a qualquer título e, nesse

caso, remontaria ao século XVI a sua integração no Património dos Condes da Castanheira.

Posteriormente, o Chouto passou para a Casa do Infantado. A “Sereníssima Casa do Infantado” foi criada

por D. João IV em 1654 com o objetivo de assegurar uma base patrimonial aos filhos segundos dos Reis, do

mesmo modo que a Casa das Rainhas assegurava os rendimentos às esposas dos monarcas. Enquanto a

Chamusca e Ulme foram incorporadas no património da Casa das Rainhas, ao Chouto coube a integração na

Casa do Infante.

É praticamente seguro que a integração do Chouto na casa do Infante se deu em 1705, no reinado de D.

Pedro II, uma vez que foi nesse ano que a Castanheira, Povos e Cheleiros (as propriedades mais significativas

dos Condes da Castanheira) foram objeto de igual integração. Na origem da mudança de Senhor deve ter estado

o processo de progressiva centralização do poder então em curso que atingiu algumas das mais poderosas

Casas Senhoriais do Reino.

Data dessa época, concretamente de 1712, a primeira contagem da população da Freguesia de que há

notícia. Foram contados nessa ocasião 86 fogos, o que deveria corresponder a pouco mais de 300 Habitantes.

Um dos documentos mais interessantes da História do Chouto, depositado no Arquivo Nacional da Torre do

Tombo, do qual se encontram também algumas fotografias, é a resposta do cura da Freguesia, Padre Manuel

da Costa Temudo, ao inquérito nacional a que mandou proceder o Marquês de Pombal na sequência do

terramoto de 1755. O documento é um retrato precioso do Chouto de meados do século XVIII — não muito

diferente porventura do que terá sido um século antes ou um século depois.

Por ele ficamos a saber que a Freguesia tinha então 90 fogos com 330 habitantes, sensivelmente o mesmo

que meio séculos antes. O lugar do Chouto, esse não contava mais de 12 vizinhos, ou seja, talvez menos de 50

pessoas ao todo.

É muito interessante a descrição que nesse documento se faz da Igreja de Nossa Senhora da Conceição,

templo modesto, de uma nave só, mas sem dúvida a mais imponente construção de toda a Freguesia. O curo

nada mais encontrou digno de memória para incluir na resposta ao inquérito do Marquês. O Chouto era, como

sempre fora e continuaria a ser, uma terra pacata e discreta, vivendo de uma agricultura rudimentar e da criação

de gado.

Muito provavelmente ligada à comercialização do gado (sobretudo ovelhas, cabras e porcos) surgiu muito

cedo uma feira anual, “em dia de Sam Pedro”. Esta feira, que nos nossos dias ainda é o acontecimento mais

importante da Freguesia, tem, portanto, pelo menos uns 280 anos de tradição.

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