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Carol KaTZ BeYer | relato de uma mãe que perdeu os filhos para o proibicionismoestados unidos da América

enquanto mãe e profissional de saúde confrontada com a perda de dois filhos por overdose relacionada com fentanil, conheço demasiado bem o impacto de uma política antidrogas danosa. entrevistei inúmeras famílias cujas histórias exigem uma mudança de paradigma, integrando cuidados abrangentes e soluções baseadas na ciência, compaixão e saúde pública. sou cofundadora da associação families for sensible drug policy (famílias para uma política de drogas sensata) que defende uma reforma da política de drogas, bem como a formação dos profissionais no que diz respeito a estratégias e soluções de redução de danos.

Cada vez mais famílias, como a minha, estão a ser prejudicadas pela classificação de drogas como substâncias regulamentadas. uma política de drogas draconiana encoraja um modelo irrealista e punitivo que exige abstinência, não dando espaço para os jovens experimentarem, circunstância que pode ocorrer por uma grande variedade de razões. no entanto, centrar as atenções no consumo de substâncias como principal problema, não só desvaloriza a caminhada única, a força e os recursos de cada família, como também leva inadvertidamente os nossos entes queridos da experimentação ao consumo problemático.

os meus próprios filhos, Bryan e alex, não eram diferentes de inúmeros outros jovens adultos em todo o mundo. eles praticavam desporto, adoravam música, iam a festas e concertos com os amigos e experimentaram drogas. Como a escola secundária que frequentavam seguia uma política de “tolerância zero”, eles foram testados, deu positivo para canábis e cocaína e foram forçados a entrar num programa ambulatório intensivo com pessoas mais velhas que consumiam drogas. foi-lhes dito para se identificarem como dependentes incapazes, depois foram afastados do desporto, de atividades extracurriculares e dos seus pares. a condição em que se encontravam piorou, mas considerava-se que “bater no fundo” fazia parte do processo de recuperação. disseram-lhes que eu era “codependente” e “facilitadora” por lhes mostrar amor e defender o seu bem-estar.

Quando o consumo deles se tornou mais nocivo, disseram-nos para os enviarmos para um programa de reabilitação com internamento de 28 dias na florida. depois disso, Bryan e alex alternavam entre desintoxicação, prisão, reabilitação e apartamentos de reinserção. eles mantinham períodos de sobriedade e pareciam estar a superar a situação. o Bryan frequentou a universidade de Johnson and Wales, iniciou um negócio e casou! o alex formou-se na universidade de full sail university, voltou para new Jersey para estar mais perto da família e seguiu a sua carreira! Tragicamente, uma vez que as ruas estão inundadas com fentanil e não existem espaços para um consumo seguro nos quais as recaídas possam ser geridas, os meus lindos meninos perderam a vida em overdoses que eram evitáveis. a perda é inacreditável para a família e os amigos. não estava nos planos do meu filho mais novo, devin, visitar a sepultura dos irmãos no dia em que se formou.

as atuais políticas proibicionistas interferem nos direitos humanos das pessoas, bem como na segurança das famílias e do indivíduo. Como mãe, acredito que a postura do governo dos estados unidos em relação às drogas contribuiu para a morte dos meus filhos. a Guerra contra as drogas marginalizou-os, dizendo-lhes que a vida deles não era importante.

o apoio da família é essencial para a recuperação e um relacionamento saudável com as substâncias. sabemos que o uso problemático resulta de uma interação entre variáveis psicológicas, biológicas e socioculturais. a dependência é chamada de “doença”, mas isso é um mal-entendido. Com programas como o family drug support (apoio da família na droga), as famílias são empoderadas para abordarem, em conjunto, as questões que contribuem para o uso problemático. as pessoas que usam drogas e as suas famílias merecem um apoio que as trate com dignidade, respeito e individualidade.

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