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ciaes maiores são desnecessarios. Concluindo, voto que haja uma unica destas entidades; ou, se tanto se quizer, as duas; mas só com um ordenado, (apoiado).

O Sr. Alberto Carlos: - Uma terrivel, e melancolica voz se tem ouvido repetidas vezes da extremidade d'aquelle banco, saída da bocca do Sr. Ministro da fazenda = Não ha com que supprir as despezas correntes = Não ha dinheiro para montar a administração da justiça = Não ha dinheiro para a impressão do diario das Côrtes = O Governo estar totalmente sem meios! Isto, Srs., creio que deveria ter decidido a presente questão, assim como decidiu a da empresa do diario: se não temos dinheiro para um pobre diario, como já disse o Sr. Silva Sanches, não p devemos tambem ter para esta despeza de sub-secretarios, que é menos necessaria. Eu comparo quem governa uma nação com o chefe de uma familia: este vai á sua gaveta, vê o dinheiro, que tem, calcula os recursos, que póde haver; e o vai uma qual dos seus familiares ha de mandar embora, ou a quaes ha de reduzir os ordenados, porque em fim não póde com as despezas, que tem: o mesmo deve fazer uma nação. Contarei, porque tendo presente um facto que passou comigo um homem de respeito, e authorisado, e que vem para o caso. Tinha elle um criado, que era ao mesmo tempo escudeiro, cozinheiro, e criado de fora! N'um dia, em que o criado de repente largou o traje de escudeiro, e appareceu de cozinheiro, vendo elle que eu o olhava com ar de rizo, disse-me: Ah! bem sei; está-se a rir por ver, que eu me sirvo com um criado commum de tres! Mas accrescentou: meu amigo, eu não quero ser perdulário, nem caloteiro, nem indiscreto; como não tenho meios para, satisfazer a todas as necessidades da representação, que faço no mundo, remedeio-me assim; e, longe de me envergonhar, antes julgo que todos me acharão prudente. Ora a nação portugueza parece-me que está hoje neste caso para com os seus empregados. Não póde negar-se que os officiaes maiores das secretarias são até certo ponto escusaveis havendo os subsecretarios d'estado, mas é preciso reconhecer que a minha proposta, ou, emenda, que ha pouco mandei para, a mesa, não se confunde com a substituição do illustre Deputado, que se assenta á minha esquerda. Eu quero que haja officiaes maiores, e não sub-secretario; ou, pelo contrario, que haja sub-secretario? sem oBiciaes maiores, applicando-se para aquelles os ordenados destes, e accumulando as attribuições; mas não quero que se criem empregos um novos ordenados, e que, supprimindo-se os antigos, fiquem não obstante os empregados vencendo ordenados sem exercicio porque é o que virá a resultar da emenda do Sr. Garrett, que propõe a suppressão de officiaes maiores, sem declarar que passam a sub-secretarios. Nesta emenda, assim como nu orçamento veja eu propostos ordenados novos, mas é necessario vermos se por elles cessam os que já havia, ou se subsistem? O que eu quero na minha substituição, é que esses empregados, que existem, se removam, e passem sem ordenado novo para empregados em sub-secretarios d'estado, porque eu tambem não sei admittir que um homem, que tem servido toda a sua vida, seja mandado embora sem mais satisfção, nem tambem que se lhe esteja pagando sem elle trabalhar e por isso deve ser empregado no que pode utilisar. Creio que nesta parte não é preciso accrescentar mais nada. Agora não posso deixar de dirigir duas palavras ao Sr. Ministro da marinha. Diz elle que a verdadeira economia era pagar prompto; mas para pagar prompto o que é preciso? Ter dinheiro: e então S. Exca. não adverte, que quanto menos empregados houver a quem pagar, melhor, e mais prompto se lhes fará o pagamento?!. O Sr. Ministro tamhem tocou, que na cordoaria ha muitos braços superfluos, que estão, sem ter que fazur. porque faltam materias primas; isto tambem S. Exca. dá bem a entender a respeito do arsenal no seu relatorio; mas tal argumento é todo em apoio da minha opinião, e prejudicial ao systema do Sr. Ministro, por que ser S. Esxa. tivesse diminuido o pessoal, e empregado a importancia desordenados diminuidos em materias primas, então não haveria essa falta, e superfluidade, que S. Exca. confessou; e quando lá chegarmos eu fallarei a esse respeito, e perguntarei miudamente pelos resultados, que só tem tirado dos ordenados e salarios immensos, que se tem pago para a cordoaria, e arsenal. S. Exca. já hoje teve a bondade da distribuir a conta, que eu lhe pedi ha tres dias e á face della, e do mais veremos como as cousas tem occorrido. Disse tambem o Sr. Ministro, que nós temos perdido muito tempo com a discussão da verba do sub-secretario; porém se digo que a materia é muito importante; a nação está pobre, e nunca se perde o tempo quando se tracta de economias. Noto outra cousa, e é, que se se deixa passar esta verba, augmenta o deficit, porque ella vindo só com cifrão não entrou na somma total do orçamento, e S. Exac. devia ter preenchido todas as verbas dos empregos, que julgou, necessarios para nos não deixar numa especie de ilicito a respeito da importancia do deficit, o que por certo é muito notavel!

O Sr. Conde da Taipa disse tambem, que nos não as asustassemos com os ordenados dos subscretarios, que eram cousa insignificante. Não é tanto assim; mas que o fosse, eu, lhe respondo com o cifrão, que diz = migalhas tambem faz pão, e de pequenas economias se póde tirar grande resultado; diz S. Exca., que temos outros pontos maiores, onde podemos economisar muito, tanto melhor! Lá chegaremos, e havemos por certo de aproveitar tudo quero dizer, por maiores que sejam os nossos desvelos, estou certo que ha de esquecer muita cousa; mas o que podermos ha-de-se fazer. Não respondo ao Sr. Vasconcellos, porque o Sr. Silva Sanches já respondeu muito bem: os chefes das repartições podem dar muito bellamente todas as informações; e no systema do Sr. Vasconcellos, que fará o sub-secretario d'estado? Diz ao official maior; informe sobre tal negocio; o official maior chega ao chefe, e diz informe sobre isto: e aqui vem o official maior a ser unicamente um apoio de salto entra o sub-secretario, e o chefe da repartição, e portador do que se lhe diz, o que muito bem póde ouvir immediatamente o sub-scretario. Ora o que eu não quero é que hajam estas entidades nullas. Torno a repetir, nós estamos em circunstancias muito apuradas, e o pessoal dos nossos empregados deve ser o mais reduzido possivel; do contrario seriamos como aquelle homem que tivesse uma mesa muito lauta, servindo de muitos criados, com muitos mordomos, e feitores sem ter como que comprar pão: ao observa-lo em tal comportamento quem quer diria que elle era um doudo. Srs., ha poucos dias pediu-se-nos authorisação para um emprestimo do mais de vinte milhões, (que viu pela minha, parte hei de combatert até certo ponto, quando lá chegarmos, e desde já o declaro) e querem-se apesar disto crear empregos novos, se não inuteis, ao menos dispensaveis! Peço ao Congresso que tenha isto diante dos olhos no acto da votação, a que vai proceder-se.

O Sr. José Estevão: - Primeiramente pergunto a V. Exca. quantos Srs., Deputados estão inscriptos para fallar?

O Sr. Presidente: - Faltam cinco Srs. Deputados.

O Sr. José Estevão: - Eu creio que todo o Congresso está, concorde em que hão de haver, ou officiaes maiores, ou sub-secretarios d'estado. Eu não me attrevo a pedir a V. Exa. Que proponha se a materia está discutida, mas quem apresentar um meio de por esta questão a votação, e talvez que os Srs. Deputados em vista delle cediam a palavra, é este - que V. Exa. Proponha a questão, quando houver de ser proposta, deste modo - há de haver sub-secretarios, os officiaes maiores?

O Sr. Presidente: - Quando se tractar da votação, eu não posso propor senão, o que se tem discutido.

O Sr. Ferreira de Castro: - Sobre à ordem, Sr. Presidente. Quando eu pedi a palavra tinha, tenção de fallar na materia; mas agora, principalmente depois que sahi fóra