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dos-Unidos se considera como moeda, o que e mercadoria, isto e', barras de ouro são moeda nos Esta-dos-Unidos, angora em presença das escavações de toda a America Californiana. O que se vê e' que o Sr. JVIinislro atterra a Nação, quando lhe diz que tenha medo da Califórnia, e que eu estou na verdade concorrendo para tranquillisar o Publico, dizendo-lhe:— Não tenhais medo da Califórnia, ainda por bastantes annos.

Eu nào serei Homem de Estado, nem o sou; no entretanto parece-nie que a opinião que eu sustento, está m (jiló mais de accordo com os?interesses do meu Paiz, do que as ideas sustentadas pelo Sr. Ministro da Fazenda.

Sr. Presidente, ha um pânico, e este pânico não tem fundamento, porque não ha fundamento para que de um dia para o outro, dentro em dois dias desçam as moedas Soberanos dois tostões como dinheiro, e S. Ex.a em vez de diminuir este pânico, foi quem lhe deu causa. Pois eu fazendo opposição faço um serviço ao Paiz, sou ministerial do meu Paiz, não ha motivo para o pânico ; foi uma imprudência de S. Ex.a a publicação desta Portaria, porque S. Ex.a poderia muito bem nomear uma Com-missão, sem publicar a Portaria no Diário; poderia evitar o que tem feito até agora, e nem por isso perdiam os Membros da Commissão a sua importância, nem por isso eram menos distinctos, nem por isso tinham menos talento, talento que eu vejo desconhecer em outras occasiões. E ha mais, Sr. Presidente, ha mais ainda ; o Sr. Ministro da Fazenda que agora reconhece talento em alguns dos Cavalheiros nomeados para essa Commissão, consente que elles sejam desviados de Commissões de que sempre fizeram parte nesta Camará, e ha mais alguma cousa, que sejam ludibriados no único Jornal que defende o Ministério! Aqui está como o Ministério presta homenagem ao talento neste Paiz! Diga o Sr. Ministro da Fazenda uma cousa — Que tudo quanto são diínculdades, o Ministério quer lançar sobre as costas dos outros — Mas não diga que presta homenagem ao talento, porque não se presta homenagem ao talento, quando se exclue de Commissões, a que sempre nesta Casa pertenceu, um illus-tfe Cavalheiro, respeitável pela sua idade, e que não pôde ser suspeito pelas suas votações, pelas suas opiniões, pelos trabalhos importantes que tem feito aqui nesta Camará, e pelas questões em que. tem entrado, questões em as quaes eu tenho muitas vezes estado em divergência com aquelle Cavalheiro; opiniões que tenho combatido, porque a dizer a verdade, a auctoridade para mim vale muito, mas ás minhas convicções não posso deixar de obedecer, ainda valem mais para mim ; não se mostra prestar homenagem aos talentos de Cavalheiros que se excluem, de Commissões, a que deviam pertencer, e a respeito do que ainda em cima se acha occasião de publicar artigos um pouco burlescos.

Mas, Sr. Presidente, eu já disse o qus se tinha passado em referencia ás differentes Nações; já disse o que tinham feito os Estados-Unidos, pouco se inquietam com o que succede ao pé da porta; mas ainda não cheguei á redacção da Portaria (O Sr. JVIinistro da Fazenda: — E um Decreto, não é Portaria). Cá para mim é a cousa menos importante desta questão o ser Decreto ou Portaria; S. Ex.a não tem rectificado senão a natureza deste documen-VOL. ].°—JANEIRO—-1801.

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to, é a única cousa que S. Ex.a tem tido a bondade de rectificar ; os factos históricos combatem a sua opinião, esses deixa-os passar, mas a natureza deste documento é que é importante !
Sr. Presidente, a Inglaterra longe de depieciar a circulação do ouro, o Banco tomou uma medida para impedir a sua exportação; elevou a mais meio por cento o juro que pagava por esta moeda, é porque lá não se teme o ouro, e aqui também ninguém tem medo do ouro senão o Ministério; pode estar certo o Ministério de que só elle é que tem este receio, e note a Camará, que depois da publicação desta Portaria, é que appareceu este medo; depois da publicação desta Portaria é que o Povo entrou a fallar, e por esta occasião direi que se S. Ex.a quiz usar desta expressão Povo na accepção mais ignóbil da palavra, acho muito inconveniente que tal expressão se use no Parlamento. Se quiz referir-se a certa porção da população desta Cidade, que é pobre, que não tem ouro, está enganado; está muito enganado, porque entre essa gente a que S. Ex.a chamou Povo, ha muitos indivíduos que não são proletários, que teem estabelecimentos abertos, e que são monetários (O Sr. Ministro da Fazenda: — Não o disse nesse sentido, repillo a significação, no sentido em que ma quer fazer dizer o Sr. Deputado). O Orador:— Eu também não affirmo que S. Ex.a o dissesse neste ou n'outro sentido; digo só que se S. Ex.a entende por Povo uma parte insignificante da população desta Cidade, que tem pouco, mas que nem por isso deve deixar de ser respeitada; se é neste sentido que usou desta expressão, está perfeitamente enganado, porque os Estabelecimentos monetários importantes partilham do mesmo terror, por consequência a moléstia é mais grave cio que se pensa que é. Que me importa a mim, quando vou trocar um Soberano que o Cambista me diga — Não lho troco pelo erro em que está o Povo — Ora que grande consolação! Mas, Sr. Presidente, antes eu perca pelos erros do Povo, do que pelos erros do Ministério (Apoiado*) porque, desenganemo-nos, não são as vozes do Povo, são sim os effeitos da Portaria do Sr. Ministro da Fazenda a causa deste mal, e senão note a Camará o que diz a Portaria: é o seguinte (Leu). Terror pânico, aqui está justificado; não é o Povo, é toda a gente que sabe ler, porque toda a gente que lê isto, deve atterrar-se. Oh Sr. Presidente, não ha só apprehensões em certas Classes da Sociedade, a Classe Scientiíica também muitas vezes tem apprehensões. Quantas vezes nos dizem que a lua vai destruir a terra ? E isto dá logar a incommoda-rem-se dois ou três Astrónomos, que vão ao Observatório examinar e observar, se é ou não verdade, e que depois dizem — Não haja receio, porque isso poderá acontecer só d'aqui a dez mil annos. — Por consequência todas as Classes teem apprehensões. Ora o Governo que fez de Astrónomo nesta parte, as suas observações atterraram em vez de desfazerem as apprehensões, se ellas existissem.
Mas quer a Camará saber mais alguma cousa? Eu procurei hoje com avidez ver o que se dizia nos Jornaes Ministeriaes a 'este respeito, e peço á Ca- _ mara que avalie como os Srs. Ministros tractam disto, como são conformes nos seus princípios, e como querem attender a tudo ao mesmo tempo. Eis-aqui o que diz um Jornal Ministerial (Leu). Na Portaria todos os receios possíveis no maior numero de