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nar victorioso, e de vingar-se. Eu, nestes ultimos correios, tenho recebido cartas das provincias, nas quaes se me diz, que nas massas, se conserva ainda a influencia e o fanatismo dos frades, e dos clerigos, os quaes vivendo entre essas massas lhes mettem cabeça idéas loucas e absurdas, e que a ignorancia acredita e abraça. Basta, Sr, Presidente, passarei agora a fallar a respeito da ordem do dia, e direi que se a maioria da Commissão quer indemnisações tambem a minoria as quer, e a unica, differença reduz-se ao meio de as levar a effeito. A maioria quer que ellas sejam pagas pelo thesouro, e que, o Governo se faça cessionario, e a minoria quer que ellas sejam pagas pelos rebeldes, isto é, pelos causadores do damno, unicos responsaveis pelo ressarcimento, e que não que collectemos a nós mesmos, e aos innocentes, e aos que não tem a receber cousa alguma, nem ás gerações futuras, que não tem culpa alguma, nem a podem ter, naquillo que não fizeram. Sr. Presidente, eu não posso convir com a idéa de que o Governo seja cessionario, porque entendo que isto não quer dizer senão que seja o Governo quem pague as indemnisações. Por tanto é meu parecer que o Governo examine se os bens dos rebeldes chegam e são sufficientes. Se chegarem sejam elles os que as paguem - se não forem bastantes, na seguinte Sessão ordinaria, que proponha a esta Camara as medidas que entender apropriadas para as preencher. Voto por tanto contra o artigo.

O Sr. Presidente: - O Sr. Silva Sanches tem a palavra sobre a ordem.

O Sr. Silva Sanches: - Direi duas palavras sobre a ordem. Sr. Presidente, nunca foi, não é, nem será minha intenção dirigir a V. Exca., ou a qualquer membro desta Camara, a mais leve increpação; com tudo é do meu dever prevenir a V. Exca. e á Camara, que em outra qualquer occasião que eu falle e sair da ordem, V. Exca. com razão e imparcialidade não pode chamar-me á cedem, se deixou de o fazer ao nobre Deputado que ainda ha pouco, faltando sobre indemnizações, passou a discursar sobre tumultos. Agora Sr, Presidente, direi que fui obrigado a pedir a palavra para dar umas explicações a um Sr. Deputado; e então tambem aproveitarei a occasião para declaração Sr. Deputado pelo Douro, que quando ha pouco pediu ao ministerio que não fizesse perseguições, eu lhe disse em voz baixa, que isso não era para aqui; mas que lhe disse como amigo, que na verdade sou delle, e nunca com animo ou intenção de o reprehender; mas tambem declararei que, não quero ser reprehendido por nenhum Sr. Deputado. Eu sem me referir a pessoa alguma direi, que qualquer Deputado, que se persuada que pode dominar a Assembléa, ou parte della, com especialidade o lado esquerdo será repellido grosseiramente... Com tudo o que me admira é ter-se na ultima secção approvado que as conversas ficassem para o fim das secções, das duas para as tres horas, e que lá hoje isto fosse esquecido, e que no meio da ordem do dia se tratasse um objecto estranho a ella. Sr. Presidente, eu não tencionava fallar a este respeito; mas uma vez que já foi tocado direi que os membros da Opposição não approvam as tumultos que tiveram logar na Capital, e para prova alli está o Sr. Deputado Pina Cabral, que no domingo, ao sair do club lisbonense, foi convidado por um grupo de gente a collocar-se á frente delle, pedindo-lhe, instantemente que o dirigisse, não sei aonde, nem a que. Mas que fez este nobre Deputado? O mesmo, que faria outro qualquer que professasse os principios da opposição.
Aconselhou, admoestou aquella gente que fosse para suas casas, e quando lhe pareceu tempo retirou-se tambem para a sua. Entendo que se pertende lançar nodoa no procedimento da Opposição; mas a Opposição pode Amostrar que pode lançar para longe de si todas as imputações, que gratuitamente se lhe pertendam fazer. Cuidei não fallar neste objecto; mas fallou-se nelle, e assentei que não devia ficar em silencio, e prometto desde já, não ficar todas as vezes que se tratar nesta Camara este negocio.

O Sr. Presidente: - O Sr. Passos (Manoel) tem a palavra.

O Sr. Passos (Manoel): - Cedo da palavra, com tanto que depois se me conceda para uma explicação... aliás peço sobre a ordem, ou sobre a ordem do artigo.

O Sr. Macario de Castro: - Eu peço que se consulte a Camara se devemos continuar cora a ordem do dia.

O Sr. Passos (Manoel): - Seja assim; mas eu entendo que é uma gravissima injustiça que se me faz em se me negar a palavra:

O Sr. Presidente: - Eu não nego a palavra a nenhum Sr. Deputado; mas a palavra para explicações sómente a posso conceder depois do resolvidas as questões; só o Sr. Deputado quer fallar sobre a materia, eu lha darei competentemente.

O Sr. Jervis d'Atouguia: - Eu, reclamando a ordem, peço o que pediu o Sr. Macario de Castro. Passemos á ordem do dia.

O Sr. Passos (Manoel): - O Sr. Deputado usou d'expressões que não são parlamentares, e se por ventura se insiste em se me negar a palavra, eu tenho direito para me desagravar fóra desta casa.

O Sr. Presidente: - Continua a ordem do dia. O Sr. Rodrigo da Fonseca tem a palavra sobre a ordem do artigo.

O Sr. Rodrigo de Magalhães sustentou a materia do artigo em um longo discurso, e mostrou que sem razão fóra arguido de haver authorisado as suas opiniões sobre o objecto com a doutrina, dos publicistas, que de tal materia não tratavam. O orador fez então ver pelo proprio, texto, do Watel, que leu, a exactidão com que citara aquelle autor, o qual em suas decisões comprehendera o caso que se tratava, e depois de produzir em favor da maioria da Commissão muitos e differentes argumentos, concluiu mandando para a mesa os seguintes quesitos, que propoz para trazer a questão ao seu verdadeiro ponto de vista.

Hão de as indemnisações ser feitas exclusivamente pelos bens dos rebeldes?

Ha de o pagamento das indemnisações ser satisfeito pelo modo mixto, tornando-se o Governo cessionario dos lesados ficando salvo o direito de terceiro? == R. F. Magalhães.

O Sr. Leonel Tavares, fallando largamente sobre o objecto combateu o principio da maioria da Commissão, e pediu que se reduzisse a questão á maior simplicidade possivel, propondo o Sr. Presidente á votação o quesito, que ia mandar para a mesa, e é o seguinte:

Hão de as indemnisações ser pagas por quem fez o mal? = Leonel.

O Sr. Passos (Manoel) teve de novo a palavra, e depois de algumas reflexões mandou para a mesa os seguintes quesitos; e depois de os haver lido, sustentou cada um, produzindo para isso novos e differentes argumentes:

Quesitos.

1.° Ha de a indemnisação politica ser feita unica e exclusivamente pelos bens dos rebeldes?

2.º Ha de o estado adiantar o valor das indemnisações politicas, ficando ao depois com direito para haver dos rebeldes as quantias necessarias, que não excedam ao maximum arbitrado para as indemnisações?

3.° Nos bens dos rebeldes serão computados os das ordens religiosas, que não lhes vieram por doações da Corôa?

4.º Não chegando os bens dos rebeldes, o estado concorrerá com o resto subsidiariamente para as indemnisações? = Passos (Manoel).

O Sr. Lopes de Lima: - Sr. Presidente, parece-me que esta Camara já resolveu o que se lhe apresenta agora; eu pelo menos digo explicitamente a minha opinião sobre tão