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não é lido, ou é lido em lai atrazo que serve para a historia velha o que lá vem; era melhor inserir no Diario do Governo um estracto, ainda que pequeno, porque dava idéa para uns da solicitude que tomavamos pelos objectos que se nos incumbiam, para outros do interesse que tomavamos pelas cousas publicas; e assim satisfazia-se aos interesses das localidades, e curiosidade dos interessados, e mesmo ao desejo dos deputados. Mandarei a proposta para a mesa, e não a mando já isoladamente, porque a assignei juntamente com o sr. Lobo d'Avila, para que se renove o bom uso sanccionado n'esta casa pela resolução do 1.° de junho de 1852, sendo presidente o sr. Julio Gomes da Silva Sanches. A despeza resultante d'esta providencia é insignificante, a sessão póde por exemplo durar annualmente quatro, cinco, seis mezes, e a despeza mensal creio que seria de 80$000 réis. Vale bem a pena esta despeza para se satisfazer aos fins que indiquei. Portanto, sr. presidente, logo lerei a honra de mandar para a mesa a proposta. V. ex.ª, na qualidade de presidente, lhe dará seguimento, e eu por esta occasião desde já peço a palavra para, se houver impugnação, a sustentar pelo modo que podér.

O sr. Barros e Sá: — Sr. presidente, em uma das sessões do anno passado o nobre ministro das obras publicas apresentou a esta camara uma proposta de lei, a fim de que o governo fosse auctorisado a estabelecer duas exposições de gado vacum em Traz-os-Montes, uma no concelho de Barroso, e outra no concelho de Miranda. Esta proposta fui approvada n'esta casa, e foi remettida á camara dos dignos pares, mas caducou em virtude da dissolução da camara. Como esta proposta foi originaria do governo, como traz alguma despeza ainda que insignificante, e como já tem o voto d'esta casa, eu desejaria saber se s. ex.ª tem difficuldade em renovar a iniciativa d'ella, porque se a tivesse eu usaria daquelle meio que a constituição me permitte, para o fim de pela minha parte a renovar, pois que muito desejava eu que no interesse daquelles povos e do desenvolvimento da agricultura e creação de gados naquella provincia, s. ex.ª renovasse a mesma proposta para ler o andamento do costume. Se s. ex.ª está presente e póde dar alguma explicação, muito obsequio me fará.

O sr. Ministro das Obras Publicas (Carlos Bento da Silva): — Sr. presidente, subsistindo os motivos que determinaram o governo a apresentar aquella proposta, eu renovo a iniciativa d'ella para que seja tomada em consideração pela camara.

O sr. Barros e Sá: — Muito bem.

O sr. Lobo d'Avila: — Eu linha pedido a palavra para mandar para a mesa uma proposta de accordo com o meu amigo, o sr. João de Mello, a respeito da publicação do extrato das sessões no Diario do Governo.

Eu sempre quero dizer o motivo por que a mando. Todos sabem perfeitamente que se publicam as sessões no Diario do Governo por extracto, alem da publicação da integra que se faz no Diario da Camara; mas é conhecido que o Diario da Camara não é lido, ou pouco lido é pelo publico, e que a maior parte da gente julga dos deputados e do que aqui disseram pelo extracto que se apresenta no Diario do Governo, que pela natureza da cousa tem uma especie de caracter official. Todos sabem perfeitamente que os extractos sáem ali muitissimo incompletos, e que muitas vezes, não sabendo eu o motivo d'isso, apparecem os discursos por inteiro de alguns illustres deputados, ou muito mais desenvolvidos, e dos discursos dos outros não apparece nem palavra ou muito pouco, quando ás vezes não é o inverso do que elles aqui disseram. Eu não attribuo má intenção a ninguem, mas parece-me que não ha uma boa organisação d'este serviço, aliás não appareceriam estes inconvenientes. Eu tenho rasão de queixa a respeito d'estes extractos, e tenho ouvido queixar-se mais algum sr. deputado Por isso entendo que, devendo este extracto ser dado com toda a imparcialidade e igualdade para todos os membros d'esta camara (Apoiados.), é melhor que a mesa tome uma medida, e volte ao systema antigo. O systema antigo era haver a publicação do Diario da Camara, e alem d'isso haver um extracto no Diario do Governo, dando a camara dos deputados uma gratificação ao corpo tachygraphico para que das notas se tire esse extracto para se publicar no Diario do Governo.

Parecia-me isto melhor do que haver um contrato particular com o Diario do Governo, para se lhe fazer esse extracto por certo preço sem responsabilidade de ninguem. Assim o corpo tachygraphico, encarregado pela camara e recebendo uma gratificação, tem uma responsabilidade para com a camara, e de certo este trabalho ha de ser mais bem feito. É n'este sentido que mando a proposta para a mesa. (Leu.)

Agora visto estar de pé e se s. ex.ª m'o permitte, eu pediria ao sr. ministro das obras publicas, que tivesse a bondade de declarar quando podia responder ás differentes interpellações que tem pendentes, e para responder ás quaes elle se declarou habilitado, e pedia que se determinasse o dia em que isto teria logar; sobretudo, a respeito do caminho de ferro do sui, eu desejava que o governo fosse auctorisado a prorogar o praso, e que se entrasse nos termos da lei, assim como desejava saber a opinião do governo ar respeito da execução d'esse contrato, na parte que se refere á construcção do ramal de Setubal. Alem d'isso desejo que o governo dê explicações ácerca das differentes questões a que se referem as interpellações que lhe dirigi; e por isso pedia a v. ex.ª que. De accordo com o sr. ministro, determinasse o dia em que devem ler logar essas interpellações.

O sr. Presidente: — Ha de se destinar uma hora para isso na ultima parte da ordem do dia de uma sessão.

O sr. Barros e Sá: — Esqueceu-me uma circumstancia, para que tinha pedido a palavra. Outro dia aqui o sr. debutado Mártens Ferrão requereu uma sessão secreta para o fim de poder o governo dar explicações sobre o estado da concordata com a côrte de Roma. O nobre ministro da justiça disse que estava preparado para isso, e até disse que poderia ser n'um dia proximo.

Requeiro a v. ex.ª que, ou usando das attribuições que lhe dá o regimento designe um dia para sessão secreta, a fim de que o governo possa dar essas explicações, ou aliás, que consulte a camara sobre se quer que seja amanhã.

O sr. Presidente: — Hei de designar um dia quando for possivel. Já perguntei ao governo e respondeu que estava prompto. Em qualquer dia da semana que vem terá logar a sessão secreta.

O sr. Palma: — Mando para a mesa uma representação de alguns empregados da alfandega de Tavira, que pedem a esta camara lhes seja concedida uma gratificação em consequencia do excessivo trabalho que tem, resultado doestado a que chegou o rio daquella cidade. É um facto que o, serviço da fiscalisação que estes empregados têem de exercer hoje sobre os barcos que entram naquelle porto ou sáem, é superior áquelle que Unham d'antes, e não tem paridade nenhuma com o que fazem os empregados da fiscalisação nos outros portos. Peço por consequencia á commissão a que o requerimento for remettido, que me parece será a de fazenda, que lenha em consideração este objecto.

Mando tambem para a mesa um requerimento, e sinto bastante que nós tenhamos de recorrer a estes meios, quando é certo que, segundo as praxes ao systema constitucional, nós deviamos estar premunidos comestes recursos que estamos todos os dias pedindo ao governo. O sr. ministro da fazenda, n'um discurso que pronunciou aqui um d'estes dias, asseverou, na minha opinião, uma inexactidão, relativamente aos kilometros de estradas feitos no, tempo da administração de s. ex.ª, e é por isso que eu faço este requerimento pelo ministerio das obras publicas. (Leu.)

O sr. Infante Pessanha: — Mando para a mesa estes dois requerimentos. (Leu-os.)

O sr. Polido: — Mando para a mesa o seguinte requerimento. (Leu)

O sr. Ferreira Lima: — A camara deu um voto de confiança á mesa para nomear as commissões que faltavam a