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Settâo de Õ de Julho de tò2

der, deveria ser mais avultada. 'A importância económica desta linha é de tal evidência que por si se demonstra.

Fazendo a análise pormenorizada de cada uma das verbas, ver-se-ia que, na sua maioria, se teve em vista o aproveitamento de trabalhos feitos. É o que se reconhece, por exemplo, no troço de Évora a Regueng;os. no ramal do Sines, na linha do Valo do Sabor (lanço de Carvi-çais a Benço), etc. Em todas representando o dinheiro a gastar valorização de dinheiro já despendido. E é "por Isso í[iie não posso estar inteiramente de acordo com o ilustre Deputado Sr. Almeida Ei-beiro.

O que se vai pedir à circulação fiduciária para caminhos de ferro condiciona «i manifestação de riqueza muito superior ao montante da quantia a gastar.

É. este um dos raros casos em que o recurso à circulação fiduciária se justifi-fica. E se, desde 1916, em Portugal só tivesse cuidado da situação eeqtíómiea como as circunstânòias o aconselhavam -, se económica e financeiramente nos tivés1 seinos preparado para a guerra, à tíireu-]áção fiduciária teríamos recorrido para obras de fomento na metrópole e nos nossos riquíssimos domínios ultramarinos, e, possivelmente, hoje estaríamos dispensados de a ela recorrer para fazer face àquelas despesas que ó sempre ruinoso saldar por meio do aumento das notas em circulação.

São todos os financeiros e economistas a declará-lo, são os factos a evidenciar a verdade da minha asserção.

Gastar algumas das notas emitidas na criação de riqueza é de certo modo caucionar um tanto todas as que se emitem.

Tenho a certeza de que os meus ilustres contraditofes me hão-de dar razão. O que se não- começou ontem tem de se começar amanha, senão de hoje a meia dúzia de anos estaremos nas mesmas tristes condições em que estamos hoje, se não estivermos pior. Linhas em que existem trabalhos feitos, e alguns consideráveis, se não se continuarem perdem-se por completo.

Temos, por exemplo, a ponte sobre o Sado, em Alcácer, que tem já os pilares quási concluídos. A sua«conclusão impõe--se, é uma obra urgente, inadiável. Con-

cluí-la representa, além de tudo, o apro» veitamento do trabalho já feito e também imediata economia na exploração da linha a que pertence.

Concluída â ponte, reduzem-sè logo as duas estações de Alcácer a uma só, economiza-te dinheiro e também tempo; pois desaparece ó trasbordo.

Sr. Presidente: aparecem realmente no projecto verbas destinadas a troços onde ainda não há trabalhos feitos ou são estes tam insignificantes que ó como se nenhum se, tivesso feito ainda*, Mas; mesmo neste caso, justifica-sè a despesa porque as dotações consignadas chegam para concluir esses troços a que pertencem aã linhas já iniciadas, e servindo regiões cujo potencial de riqueza é quási criminoso não aproveitar. Tomarei para exemplo dois desses troços, um no norte e outro/no Sul.

No norte,- o da Régua u Lamegò, início diima linha de penetração no centro dá Beira, atravessando uma região com possibilidade de grande desenvolvimento, e, quando concluída, tornando-se tributa-1 ria de doas linhas, a do Douro e a da Beira Alta. Mas já o lanço entre a Régua e Lamegò, só por si, tem importância apreciável.

Ninguém ignora quanto é rico o concelho de Lamegò, quanto as suas naturais riquezas podem desenvolver-se quando servido pelo caminho de ferro.

Nó sul, entre os troços que não têm ainda trabalhos feitos, mas cujos estudos estão concluídos e aprovados, e que o projecto em discussão dota com verba suficiente para se iniciarem e concluírem os trabalhos, citarei apenas o de Serpa -Brinches a Serpa, pertencente à linha do Guadiana.