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e o. receio, como estímulo de energias adormecidas.

O país tem condições de vida que são suficiente garantia do seu futuro. Com trabalho ordeiro e disciplinado e com uma economia severa, pautada, pelas mais austeras normas de moralidade administrativa, triunfaremos de todas as dificuldades. Tenhamos essa fó, essa certeza. Qualquer palavra de desânimo será criminosa. Erradamente se costuma dizer que o país é pequeno, parecendo ignorar--se que somos a terceira nação colonial, com imensos tratos de terreno virgem* onde se acumulam as mais extraordinárias riquezas. E quando os defectistas dizem que a raça é .indolente, eles fingem ignorar as provas de vigor que ,ela tem dado sempre e ainda agora está manifestando, na ânsia indomável com que deseja acompanhar o movimento de renovação que vai pelo mundo.

Mas, para que q país possa desenvolver-se com intensidade e harmonia, é preciso quê gozemos duma paz sem sofismas, e essa só é possível numa atmosfera de ordem, fecunda e acolhedora.

Pa*ra que essa atmosfera se crie pela solidariedade de todos, empregarei os melhores esforços e farei os, maiores sacrifícios. Conto com o êxito. Acalmando as paixões, apaziguando as cóleras, moderando as ambições dos homens e estimulando as suas energias, o seu amor ao trabalho, o seu poder de iniciativa^ conseguirei", pela concórdia e persuasão, aquilo que afinal tem sido o lema político de toda a minha vida: a Paz.

Alheio às lutas políticas, só nelas intervirei com o fim de as acalmar e aproveitando sempre o estímulo patriótico que delas derive. Respeitador de todas as idças,políticas" e religiosas dos portugueses, como é próprio da minha tradição e do lugar que vou ocupar, só combaterei, segundo os ditames da Constituição, quem atentar contra a República, e, então, não defenderei só o estado republicano, mas defenderei, como me cumpre, a própria doutrina republicana.

O âmbito da minha acção política é — eu o sei—pequeno. E não sou eu homem que em caso algum o ultrapasse. Mas a esfera d*i minha influência moral pode ser vasta, enorme. E é precisamente essa grande e por vezes dominadora influência

Diário da Sessões do Congressso

que eu vou empregar na missão elevada de conciliar os cidadãos portugueses.

Respeitador, por índole e dever, da Soberania Nacional, a minha acção de Chefe de Estado vai cifrar-se na palavra Fraternidade.

Só assim poderei dalguma forma merecer a liberalidade com que me haveis honrado, elegendo-me, e só dessa maneira eu serei digno da satisfação, por tantos modos revelada, com que a Nação aplaudiu esse acto.

Fui o presidente do Governo da União Sagrada. -Esse facto impõe-me obrigações que corajosamente aceito, e aponta-me um caminho que intrepidamente seguirei. Na minha fé sagrada, apesar, da pertur-bante emoção que então senti, não tive um momento de hesitação ou desalento quando se tratou de sujeitar o país às provas dolorosas duma guerra atroz. Servindo a Pátria no% seus altos destinos e obedecendo às vozes da Raça, contribuí para que Portugal, graç/is ao heroísmo do seu exército e da sua marinha, assegurasse, com a integridade do seu território, a prosperidade e benefícios duma. honrada independência.

Agora com devoção igual me dedicarei inteiramente à missão pacífica de harmonizar os meus compatriotas, trabalhando pela Paz com o mesmo afan patriótico com que empreguei todas as minhas energias nas "horas angustiosas da guerra.

Só assim corresponderei ao vosso mandato e só assim não serei amaldiçoado pela memória daqueles que dormem o glorioso sono sob a terra em que, defendendo a Pátria, caíram prostrados.