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não sabe ler nem escrever, e todos os dias se vê passar pela rua a acompanhar as crianças à escola!

Êsse homem, que possui alguma fortuna, dá casa de graça para a escola da sua freguesia.

Sr. Presidente: à sombra das leis de Rodrigo Sampaio nós tínhamos a descentralização do ensino, e aqui no Senado estão muitos colegas que sabem que foi nesse período que a cidade de Lisboa organizou as suas escolas centrais, onde o ensino popular passou por uma completa transformação.

Organizaram-se então, com aplauso do povo da capital, os batalhões escolares...

O Sr. Ladislau Piçarra: - Os batalhões escolares estão hoje reprovados em toda a parte; só servem como exibição carnavalesca.

O Orador: - Não, o carnaval não chegou a entrar nas escolas primárias de Lisboa. A expressão de V. Exa. só mostra o seu bom humor.

Mas, Sr. Presidente, eu não estou agora a discutir a excelência ou não excelência dos batalhões escolares.

Indiquei um facto. O que disse foi que nesse belo período é que foram criados os batalhões escolares, como foram estabelecidos pequenos gabinetes de física e de química, pequenos museus, o ensino da ginástica, do canto coral, as bôlsas escolares, enfim, quási tudo que podia constituir um ensino novo e útil.

Infelizmente compreenderam-se mal tais novidades até para muitos professores, que estavam longe das práticas do ensino intuitivo por meio das lições das cousas.

O Sr. Ladislau Piçarra: - V. Exa. disse que neste ensino não havia novidade.

O Orador: - V. Exa. está muito fora do seu tempo. Naquele tempo tambêm se criaram os jardins de infância, um estabelecido no jardim da Estrela, que morreu à falta de pessoal competente.

Para êsse ensino apenas apareceu uma senhora, ligeiramente habilitada para o ensino froebeliano.

Estabelece-se no projecto que se discute que haja em cada distrito um jardim de infância!

Vamos criar êstes jardins, mas isto, Sr. Presidente, não passa duma simpática aspiração, apenas uma esperança, porque não temos elementos para esta preparação do ensino primário.

Mas, se se faz isto relativamente a jardins de infância, não vejo motivo para que não se faça o mesmo para o ensino obrigatório.

Não quero cansar mais a atenção da Câmara, limito por aqui as minhas considerações, enviando para a mesa a emenda que já li.

Sessão n.° 98, em 12 de Maio de 1913 (a p. 6, col. 1.ª, lin. 4, do respectivo "Diário")

O Sr. Feio Terenas: - Sr. Presidente: não há dúvida que a falta de comparência dos Srs. Ministros às sessões do Senado é grande, e até muito para notar, quando há assuntos importantes a esclarecer.

Não quero acreditar que da parte dos Srs. Ministros haja a mais pequena idea de falta de consideração por esta Câmara; certamente que se S. Exas. não comparecem será porque têm outros afazeres; mas, Sr. Presidente, o Senado tem direito de reclamar a presença do Govêrno para ser ouvido e interpelado, e os Ministros têm o dever de acudir ao Senado para responderem pelos seus actos e para esclarecerem negócios dependentes das suas pastas.

É certo, porem, que os Srs. Ministros brilham pela ausência e que é muito difícil os Senadores realizarem as suas interpelações, ou poderem pedir-lhes informações e esclarecimentos.

O Senado, dentro das disposições regimentais, pode interromper a sessão até que o Govêrno compareça; mas, Sr. Presidente, a continuar o que se tem visto, todos os dias interromperíamos os nossos trabalhos, resultando daí uma grande perda de tempo, que é preciso aproveitar. Melhor será resignarmo-nos com a ausência dos Srs. Ministros.

O Sr. João de Freitas: - Vox clamantis in deserto.