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Sessão de 23 de Fevereiro de 1922 5

trariado e por motivo de disciplina, quando me foi destinado por quem de direito. Consola-me, sim, o significado que a minha eleição representou para o conselho superior da política monárquica, a quem o eleitorado, de boa vontade, aceitou a indicação do meu nome, para todos desconhecido, o que eu e o conselho, reconhecidamente, agradecemos, porque essa aceitação indica, claramente, a ansiedade dêsse eleitorado em confiar a sua representação a quem lhe dêsse garantias de ser conservador, na mais levantada acepção da palavra, e de poder pugnar pelos bons princípios de ordem e disciplina. Esta minha consolação tem apenas a contrariá-la o desgosto que possivelmente, tenha tido o candidato que o Govêrno me opôs. Figura por todos os títulos respeitável, e respeitada, por nós, com quem mantivemos sempre as mais cordiais relações, apesar de adversários políticos irredutíveis, desde o momento em que viu que o eleitorado o repelia mau grado ser uma figura primacial da República e, para mim muito especialmente, uma figura que se impõe pela sua linha moral sem inflexões, pela fé política de sempre e pelo coração bem português de homem bom, justo e generoso.

Nós, representantes do Partido Monárquico, não podemos esquecer a galhardia, humanidade e carinho com que êle, no Parlamento e na imprensa, numa propaganda insistente, prestou o alto serviço, que foi também uma fina habilidade política, de fazer promulgar a amnistia que eu e, pelo menos, uma grande parte dos monárquicos não solicitámos, mas trouxe o sossêgo a muitíssima gente e assegurou o pão de não poucas pessoas.

Folgo de, neste lugar, poder prestar ao Sr. José Jacinto Nunes êste público testemunho de respeitosa amizade e admiração.

Desejo ainda fazer algumas reflexões sôbre o estado aflitivo em que se encontra a economia do país.

Peço a V. Exa. que faça sentir ao Govêrno que a nossa opinião é de que devemos começar, a fim de se entrar num caminho regular e proveitoso para todos, pela compressão enérgica das despesas públicas e defesa absoluta das receitas.

Não faz sentido que se estejam pedindo ao contribuinte sacrifícios incomportáveis, como ainda ùltimamente sucedeu com as contribuições de 1921, em que a verba lançada como percentagem municipal para a Câmara de Lisboa excede a totalidade das contribuições gerais do ano anterior.

Nós, Parlamento, corpo directivo da política, devemos ser os primeiros a dar o exemplo e a pugnar pela boa doutrina.

Não querendo alongar-me em considerações, que poderiam ser muito extensas, mando para a Mesa um projecto de lei, que, em obediência ao Regimento, não leio, como também não leio o breve relatório que o antecede, e em que convido o Senado a prescindir do subsídio que é conferido aos seus membros.

Agradeço à Câmara a delicada atenção com que me ouviu.

O Sr. Rêgo Chagas: - Sr. Presidente: as altas qualidades que ornam o espírito de V. Exa. são tam conhecidas, que não haveria ninguém que deixasse de indicar o seu nome para exercer o alto cargo que desempenha, por isso dirijo-lhe as minhas saudações.

Não quero também deixar de cumprimentar os meus colegas da Câmara.

Mando para a Mesa um projecto de lei, renovando uma iniciativa da Câmara anterior, apresentada pelo Sr. Mendes dos Reis, acêrca do porto e barra de Caminha.

Êsse proiecto de lei teve parecer da comissão de administração pública que lhe introduziu algumas alterações.

O projecto que mando para a Mesa inclui essas alterações.

O Sr. Herculano Galhardo: - Apresento a V. Exa. os meus cumprimentos, e dirijo-lhe as minhas saudações, assim como aos outros membros da Mesa.

Lamento não ter podido estar presente na sessão passada para me congratular com a Câmara pela sua eleição, pois que da fé republicana de V. Exa. e do seu patriotismo muito o Senado tem a esperar.

Dirijo também as minhas saudações aos meus antigos colegas, assim como aos novos Srs. Senadores, com quem espero ter a honra de colaborar, sempre por forma que o prestígio desta Câmara só tenha a ganhar.

Pedi a palavra para me referir à ordem do dia.